Bloomberg — O império cripto (ou ex-império) de Sam Bankman-Fried deve a seus 50 maiores credores sem garantia (quirografários, sem prioridade na ordem de pagamento em relação aos outros) um total de US$ 3,1 bilhões. É o que revelam novos documentos judiciais do caso que chegam a público.
Entidades vinculadas à FTX devem ao seu maior credor não garantido mais de US$ 226 milhões, de acordo com uma lista elaborada com os 50 principais credores, protocolada no final do dia no sábado (19). Todos eles foram listados como clientes, sendo que dez cobram mais de US$ 100 milhões cada.
Sabe-se que alguns grandes investidores institucionais já assumiram como perda - marcaram a mercado com valor zero - volumes na casa de US$ 100 milhões ou mais. São os casos da Sequoia Capital, gigante de venture capital, que reconheceu o prejuízo de US$ 214 milhões; e o fundo de pensão canadense Ontario Teachers’ Pensio Plan, que perdeu US$ 95 milhões com investimento na FTX.
Os credores, cujos nomes e localizações não foram divulgados, estão entre a vasta gama de pessoas e instituições envolvidas na insolvência da FTX. As 50 maiores cobranças são todas de clientes que têm a receber US$ 21 milhões ou mais.
Nos Estados Unidos, assim como no Brasil, as empresas em recuperação judicial são obrigadas a divulgar informações sobre suas dívidas como parte do processo. Os credores avaliarão a melhor maneira de a FTX tentar pagar as suas dívidas à medida que a recuperação evolui.
A FTX disse que tem ativos e passivos de pelo menos US$ 10 bilhões cada em documentos judiciais preliminares. O caso pode envolver mais de um milhão de credores, segundo os advogados da FTX.
O caso está identificado como FTX Trading Ltd., 22-11068, Tribunal de Falências dos EUA para o Distrito de Delaware.
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