Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) teve o maior avanço diário em mais de um mês, impulsionado pelas ações da Vale (VALE3), da Suzano (SUZB3) e pela recuperação dos papéis de bancos.
O principal índice da bolsa brasileira fechou em alta de 1,02%, aos 131.213 pontos, depois de encerrar a semana passada com perdas. Foi o maior avanço em uma sessão desde 26 de setembro. O dólar (USDBRL) se manteve estável, e fechou cotado a R$ 5,71, com recuo de 0,01%.
O aumento dos preços do minério de ferro ajudaram a impulsionar as ações da Vale, que fecharam em alta de 1,86%. A cotação da commodity subiu depois que a principal associação do setor de siderurgia da China afirmou que pretende propor políticas específicas para reestruturar o setor diante da queda persistente da demanda e da lucratividade.
A Suzano avançou 0,83% e ficou entre as maiores contribuições positivas, depois que analistas do HSBC elevaram a recomendação do papel para compra. Investidores também reagiram à nomeação de Marcos Assumpção como o novo CFO depois da saída de Marcelo Bacci, que assumiu a mesma função na Vale. Assumpção é o atual diretor de planejamento financeiro e M&A.
Entre os bancos, o Itaú Unibanco (ITUB4) se recuperou das perdas das últimas sessões e subiu 1,22%, enquanto investidores aguardam o início da temporada de balanços do setor nesta semana. O Bradesco (BBDC4) e o Santander Brasil (SANB11), que apresentam seus resultados nesta semana, também subiram. O Banco do Brasil (BBAS3), por outro lado, fechou em queda.
Destaque ainda para a Azul (AZUL4), que teve ganhos de 13,99% e liderou entre as maiores altas do Ibovespa, depois que a companhia fechou um acordo com seus detentores de títulos, o que permite o avanço de um acordo crucial com arrendadores e fornecedores de peças para reduzir a sua dívida e aumentar a sua posição de caixa.
O acordo permite que os credores forneçam até US$ 500 milhões em nova dívida sênior garantida, com US$ 150 milhões a serem fornecidos nesta semana e US$ 250 milhões até o final do ano, de acordo com um registro regulatório na segunda. Outros US$ 100 milhões poderiam ser desbloqueados em uma data posterior, disse a Azul.
Na outra ponta, as ações ligadas ao petróleo caíram em reação à queda dos futuros da commodity, à medida que investidores reagiram à ação limitada de Israel contra alvos militares do Irã no fim de semana.
A Petrobras (PETR3; PETR4) caiu e foi a principal influência negativa. As ações preferenciais recuaram 0,17% e as ordinárias, 0,20%. A Prio (PRIO3) e a Brava Energia (BRAV3) também recuaram e ficaram entre as maiores baixas.
Na agenda do dia, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o prêmio de risco no mercado de juros futuros não é compatível com a realidade fiscal, no momento em que o governo discute medidas para reduzir despesas. Na visão do chefe do BC, a perspectiva da dívida pública do Brasil não é muito diferente da de outros mercados emergentes.
Mais cedo, o relatório Focus, do Banco Central (BC), mostrou pela primeira vez que a inflação deve encerrar o ano acima do teto da meta do BC. Economistas consultados na pesquisa agora estimam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 deve chegar a 4,55%, ante 4,50% na projeção da semana passada.
Estados Unidos
Em Nova York, os índices de ações também tiveram uma sessão positiva, enquanto investidores se preparam para a semana mais movimentada da temporada de balanços do terceiro trimestre e para a divulgação de novos dados importante para a política monetária, ao mesmo tempo em que avaliam os possíveis reflexos das eleições nos EUA.
Uma semana antes da reunião do Federal Reserve, os dados devem mostrar resiliência na economia dos EUA e uma pausa temporária no crescimento do emprego.
Os investidores também aguardam resultados de empresas que representam quase 42% do valor de mercado do S&P 500, incluindo grandes empresas de tecnologia como Apple, Microsoft e Meta Platforms.
O S&P 500 subiu 0,3%. O Nasdaq 100 pouco mudou. O Dow Jones Industrial Average ganhou 0,6%. O Russell 2000, de pequenas empresas, subiu 1,6%.
Os títulos caíram em meio à fraca demanda por vendas de notas dos EUA. O Tesouro reduziu sua estimativa de empréstimos federais para o trimestre atual, esperando um saldo de caixa de US$ 700 bilhões no final do ano.
-- Com informações de Bloomberg News.
