Bloomberg — A chinesa Xiaomi registrou seu primeiro aumento de receita em quase dois anos, um impulso bem-vindo para um fabricante de smartphones que começou a competir agressivamente contra os seus rivais chineses com modelos mais avançados, tanto no mercado interno quanto no exterior.
A empresa registrou vendas de 70,9 bilhões de yuan (US$ 9,9 bilhões) no trimestre encerrado em setembro, em comparação com as projeções médias de 70,5 bilhões. O lucro líquido foi de 4,9 bilhões de yuan (US$ 683,6 milhões,, em comparação com a estimativa média de 4,3 bilhões de yuan (US$ 599,9 milhões).
A fabricante de smartphones está otimista de que os embarques globais de telefones aumentarão durante o trimestre de festas de fim de ano, embora, em base anual completa, Xiaomi e seus concorrentes devam vender cerca de 5% menos dispositivos em 2023. Os embarques devem se recuperar em 2024, afirmaram executivos em entrevista após o relatório de resultados.
A Xiaomi tem saído de uma longa fase difícil, quando a demanda global por smartphones e outros eletrônicos despencou e concorrentes como a Huawei, Apple (AAPL) e Oppo avançaram sobre sua posição outrora dominante. No entanto, o recente lançamento da bem-recebida linha de smartphones Xiaomi 14 pode revigorar o crescimento durante as festas na China, apesar de uma economia do consumidor incerta.
Há sinais crescentes de que o mercado global de smartphones pode enfim estar saindo de uma fase de retração. Xiaomi e Huawei lideraram um aumento de 11% nas vendas de smartphones na China em outubro, embora o resultado se compare com o período em que a China ainda era afetada pelas restrições da covid-19. A Huawei, que em agosto causou impacto com o Mate 60 Pro em todo o país, foi responsável pela maior parte desse aumento.
Os investidores apostam que a Xiaomi será uma das maiores beneficiárias de qualquer recuperação. A empresa ganhou cerca de US$ 19 bilhões em valor de mercado desde a baixa de junho, com entusiasmo por seu último dispositivo e crescente expectativa em torno da incursão no mercado de veículos elétricos. Executivos reafirmaram a meta da Xiaomi de iniciar a produção de veículos elétricos em algum momento do primeiro semestre de 2024.
A Xiaomi vendeu mais de um milhão de dispositivos de sua última série 14 na primeira semana de outubro, escreveu o presidente Lei Jun em uma postagem na rede social Weibo. E na semana passada, o público teve o primeiro vislumbre de seu sedã de cinco lugares depois que Pequim aprovou a aptidão do veículo para rodar nas estradas. Embora não esteja claro se a Xiaomi ainda precisa de licenças adicionais para que o projeto de veículo elétrico prossiga, o carro será fabricado pela estatal Beijing Automotive Group.
O mais recente sistema HyperOS da Xiaomi conecta seus produtos, desde smartphones até TVs. A plataforma baseada no Android altamente personalizada também poderia conectar veículos elétricos, a nova linha de produtos muito aguardada que o co-fundador Lei destacou como seu último empreendimento inicial.
A empresa, mais conhecida por margens de lucro estreitas em smartphones de alto desempenho e eletrônicos domésticos, busca ingressar no disputado mercado de carros elétricos, mas isso envolve quantidades significativas de tempo e dinheiro. Para compensar os pesados investimentos necessários, a Xiaomi tentou controlar os custos, como os relacionados ao marketing.
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