Unidades de nuvem da Amazon e da Microsoft enfrentam investigação antitruste no Reino Unido

Órgãos reguladores e de proteção à concorrência investigam denúncias de empresas britânicas de que seria muito difícil trocar de provedor ou combinar fornecedores de serviços de nuvem

Logo do serviço de nuvem da Microsoft
Por Katharine Gemmell - Thomas Seal
05 de Outubro, 2023 | 06:23 AM

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Bloomberg — O órgão de fiscalização da concorrência no Reino Unido colocou sob investigação os serviços de nuvem da Amazon (AMZN) e da Microsoft (MSFT), motivado por preocupações de que as empresas norte-americanas possam estar abusando de seu poder de mercado.

A instituição que regula o mercado de telecomunicações Ofcom disse na quinta-feira que havia solicitado oficialmente à Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA, na sigla em inglês) que conduzisse uma investigação formal depois que seu próprio estudo de um ano encontrou evidências de que a Amazon e a Microsoft dificultavam que os clientes usassem vários fornecedores ou trocassem de provedor, oferecendo armazenamento e computação remotos que se tornaram cada vez mais predominantes nas empresas.

“Algumas empresas do Reino Unido nos disseram que estão preocupadas com o fato de ser muito difícil trocar ou misturar e combinar provedores de nuvem, e não está claro que a concorrência esteja funcionando bem”, disse Fergal Farragher, diretor do Ofcom responsável pelo estudo, no comunicado. O Ofcom destacou as taxas pagas na transferência de dados para fora da nuvem, a falta de interoperabilidade e os descontos que podem incentivar a permanência em um único provedor.

O Ofcom, que também supervisiona a radiodifusão, as telecomunicações e os serviços postais, abriu uma investigação no ano passado com base na preocupação de que os chamados provedores de nuvem em hiperescala - especialmente o AWS da Amazon e o Azure da Microsoft - pudessem limitar a inovação e o crescimento. Juntos, eles respondem por quatro quintos da receita no mercado de infraestrutura de nuvem pública do Reino Unido, e o Google Cloud, da Alphabet (GOOGL), responde por outros 5% a 10%.

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As investigações de mercado da CMA normalmente duram cerca de 18 meses e a agência tem o poder de impor remédios estruturais, vendendo parte de seus negócios para melhorar a concorrência, se forem encontrados problemas significativos.

A União Europeia também analisou reclamações sobre o setor de nuvem, sobre possíveis violações antitruste por parte da Microsoft. O órgão regulador da Alemanha citou o “forte aumento da importância” dos serviços de nuvem da Microsoft quando anunciou sua própria investigação sobre o poder de mercado da empresa no início deste ano.

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