Bloomberg — O órgão de fiscalização da concorrência no Reino Unido colocou sob investigação os serviços de nuvem da Amazon (AMZN) e da Microsoft (MSFT), motivado por preocupações de que as empresas norte-americanas possam estar abusando de seu poder de mercado.
A instituição que regula o mercado de telecomunicações Ofcom disse na quinta-feira que havia solicitado oficialmente à Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA, na sigla em inglês) que conduzisse uma investigação formal depois que seu próprio estudo de um ano encontrou evidências de que a Amazon e a Microsoft dificultavam que os clientes usassem vários fornecedores ou trocassem de provedor, oferecendo armazenamento e computação remotos que se tornaram cada vez mais predominantes nas empresas.
“Algumas empresas do Reino Unido nos disseram que estão preocupadas com o fato de ser muito difícil trocar ou misturar e combinar provedores de nuvem, e não está claro que a concorrência esteja funcionando bem”, disse Fergal Farragher, diretor do Ofcom responsável pelo estudo, no comunicado. O Ofcom destacou as taxas pagas na transferência de dados para fora da nuvem, a falta de interoperabilidade e os descontos que podem incentivar a permanência em um único provedor.
O Ofcom, que também supervisiona a radiodifusão, as telecomunicações e os serviços postais, abriu uma investigação no ano passado com base na preocupação de que os chamados provedores de nuvem em hiperescala - especialmente o AWS da Amazon e o Azure da Microsoft - pudessem limitar a inovação e o crescimento. Juntos, eles respondem por quatro quintos da receita no mercado de infraestrutura de nuvem pública do Reino Unido, e o Google Cloud, da Alphabet (GOOGL), responde por outros 5% a 10%.
As investigações de mercado da CMA normalmente duram cerca de 18 meses e a agência tem o poder de impor remédios estruturais, vendendo parte de seus negócios para melhorar a concorrência, se forem encontrados problemas significativos.
A União Europeia também analisou reclamações sobre o setor de nuvem, sobre possíveis violações antitruste por parte da Microsoft. O órgão regulador da Alemanha citou o “forte aumento da importância” dos serviços de nuvem da Microsoft quando anunciou sua própria investigação sobre o poder de mercado da empresa no início deste ano.
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