TikTok perde apelação em tribunal e tem prazo final para ser vendido nos EUA

A ByteDance, dona da plataforma social acessada por 170 milhões de pessoas nos EUA, tem até 19 de janeiro para vendê-la, sob risco de ela ser banida do mercado americano por força de lei

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Bloomberg — A operação do TikTok nos Estados Unidos poderá ser banida se a ByteDance não cumprir o prazo de 19 de janeiro de 2025 para vender a plataforma social mais conhecida pelo compartilhamento de vídeos, como resultado da decisão de um tribunal federal americano de apelações nesta sexta-feira (6).

Um painel de três juízes em Washington confirmou por unanimidade uma nova lei dos EUA promulgada com o objetivo declarado de proteger a segurança nacional e a privacidade dos usuários, ao determinar que ela não viola as proteções à liberdade de expressão previstas na Primeira Emenda da Constituição.

A decisão deixa a Suprema Corte como a última esperança realista da empresa para impedir que a lei entre em vigor.

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“A Primeira Emenda existe para proteger a liberdade de expressão nos Estados Unidos”, escreveu o juiz Douglas Ginsburg para o painel.

“Aqui, o governo agiu exclusivamente para proteger essa liberdade de uma nação adversária estrangeira e para limitar a capacidade desse adversário de coletar dados sobre as pessoas nos EUA.”

Embora a proibição entre em vigor um dia antes da posse do presidente eleito Donald Trump, sua oposição a ela ainda pode complicar a aplicação.

Trump se manifestou contra a proibição enquanto cortejava os americanos mais jovens em sua campanha eleitoral, apesar de ter tentado forçar sua venda durante seu primeiro mandato.

A decisão do Tribunal de Apelações dos EUA para a área de DC tornaria mais difícil para Trump reverter a proibição, de acordo com Matthew Schettenhelm, analista da Bloomberg Intelligence.

Se a empresa recorrer à Suprema Corte, Schettenhelm disse que é improvável que os juízes bloqueiem a lei em caráter emergencial.

Aplicativo popular

Mais de 170 milhões de americanos usam o TikTok como fonte de entretenimento e informações ou como plataforma para criar seus negócios.

Uma pesquisa da Pew Research divulgada em setembro mostrou que cerca de 17% dos adultos dos EUA recebem regularmente notícias por meio do aplicativo, o que representa um salto de cinco vezes em relação aos números de 2020.

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Legisladores dos EUA disseram que a legislação era necessária para impedir que a China usasse o aplicativo para obter informações sobre cidadãos americanos ou espalhar propaganda do país asiático.

O governo dos EUA não apresentou provas de que a China tenha usado o aplicativo para influenciar cidadãos americanos ou roubar dados como parte do caso.

O TikTok e um grupo de criadores de conteúdo alegaram que a lei passa por cima dos direitos de liberdade de expressão ao silenciar os usuários, enquanto veículos de notícias de propriedade estrangeira continuam a operar nos EUA.

A perspectiva de que os americanos sejam impedidos de usar o TikTok também provocou uma reação negativa dos usuários. Apenas 32% dos adultos norte-americanos apoiam a proibição, de acordo com uma pesquisa recente da Pew.

Entre as empresas que provavelmente se beneficiarão com a proibição do TikTok estão o Google, da Alphabet, a Meta Platforms e a Snap Inc., pois é provável que vejam um aumento no uso de suas próprias plataformas de mídia social, de acordo com a Bloomberg Intelligence.

A Oracle pode ser afetada porque oferece serviços de hospedagem na internet para o TikTok.

O painel de apelação que decidiu o caso era composto pelo juiz-chefe Sri Srinivasan, nomeado por Barack Obama; Neomi Rao, nomeado por Trump; e Ginsburg, nomeado por Ronald Reagan.

-- Com a colaboração de Greg Stohr.

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