Bloomberg — O iPhone, da Apple (AAPL), teve uma recuperação na China no mês passado, com um aumento de 52% nas remessas na base anual, em meio a uma enxurrada de descontos de parceiros varejistas.
Os números mais recentes da Academia Chinesa de Tecnologia da Informação e Comunicação mostram um aumento nas remessas de smartphones no país, das quais cerca de 3,5 milhões de unidades vieram de marcas estrangeiras, de acordo com um cálculo da Bloomberg.
O iPhone é responsável pela grande maioria desses dispositivos, e sua recuperação ocorre depois que ele registrou crescimento em março, após uma queda acentuada nos dois primeiros meses do ano.
A Apple e seus revendedores chineses têm cortado os preços desde o início de 2024, e esses acordos estão se estendendo para a temporada de vendas que acompanha o festival de compras de 18 de junho no país.
A Apple, sediada em Cupertino, na Califórnia, registrou quedas de dois dígitos nas vendas de sua última geração de aparelhos, já que perdeu participação de mercado premium para a Huawei Technologies.
“O crescimento reflete duas coisas: a Apple estava se preparando para o festival de compras on-line de 18/6, o que pudemos ver pelos seus recentes descontos nos preços, e os consumidores de alta renda têm mostrado sinais que querem comprar dispositivos móveis melhores para usar por mais tempo, o que, por sua vez, levará a ciclos de substituição mais longos”, disse Will Wong, analista da IDC, empresa de rastreamento do setor.
Abril é tradicionalmente um mês de baixo volume para a fabricante do iPhone e, portanto, pequenas mudanças nas compras podem resultar em grandes oscilações.
No início deste mês, uma pesquisa da Bloomberg Intelligence com consumidores na China mostrou que o iPhone voltou a ser o dispositivo móvel preferido e que houve um aumento no interesse em atualizar para novos dispositivos.
"A redução da participação do iPhone no mercado chinês pode se estabilizar em breve, já que nossa última pesquisa mostra o retorno da Apple como a marca de smartphone favorita dos consumidores chineses, depois de ter sido substituída pela Huawei", escreveram os analistas Steven Tseng e Sean Chen.
"Acreditamos que a reversão no interesse do usuário pode ser devido à tendência de premiumização na China", escreveram eles. "Mais da metade dos participantes da pesquisa afirmam que estão dispostos a gastar mais de 4.000 yuans (US$ 550) em seu próximo telefone, em comparação com apenas 33% que atualmente usam aparelhos premium."
-- Com a ajuda de Debby Wu.
Veja mais em Bloomberg.com
©2024 Bloomberg L.P.