Quem é a engenheira da Albânia que assumiu como CEO interina da OpenAI

Mira Murati, 34 anos, formada por Dartmouth, trabalha na startup de IA generativa desde 2018, é a CTO há um ano e desempenhou papel fundamental para desenvolver o ChatGPT

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Bloomberg — A nova CEO interina da OpenAI, Mira Murati, afirmou sentir-se “honrada e humilde” ao assumir o cargo de liderança na empresa após a saída inesperada de Sam Altman, de acordo com um memorando enviado à equipe e revisado pela Bloomberg News.

Murati, uma engenheira nascida na Albânia e formada por Dartmouth, uma das universidades mais prestigiosas dos Estados Unidos, parte da Ivy League, ajudou a desenvolver alguns dos produtos mais conhecidos da OpenAI como CTO (Chief Technology Officer).

Murati ingressou na OpenAI em 2018 e desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento do ChatGPT e do Dall-E. Ela foi nomeada CTO no ano passado.

“Dada sua longa permanência e envolvimento próximo com todos os aspectos da empresa, incluindo sua experiência em governança e política de IA, o conselho acredita que ela está qualificada de forma única para o cargo e prevê uma transição tranquila enquanto conduz uma busca formal por um CEO permanente”, afirmou a empresa em seu comunicado.

Murati também instou os funcionários que ainda estavam se recuperando da repentina saída de Altman, uma das figuras mais proeminentes na indústria de inteligência artificial, a focarem em seu trabalho. “É mais importante do que nunca que permaneçamos focados, motivados e fiéis aos nossos valores fundamentais”, escreveu ela.

Nos momentos imediatos após o anúncio no fim do dia da sexta-feira (18), especulações sugeriam que a Microsoft, maior fabricante mundial de software e principal investidora da OpenAI, poderia ter estado envolvida na demissão de Altman. No entanto informações de duas fontes com conhecimento do assunto, que pediram anonimato, indicam que a Microsoft não orquestrou a saída de Altman.

A gigante do software teve apenas alguns minutos de aviso prévio sobre a demissão de Altman, afirmou uma pessoa familiarizada com o assunto.

O CEO da Microsoft, Satya Nadella, tentou tranquilizar qualquer preocupação de que a saída de Altman pudesse prejudicar os planos de longo prazo de sua empresa para a inteligência artificial.

Na sexta-feira, a Microsoft encerrou uma conferência de três dias na qual apresentou um novo chip de IA que a OpenAI disse estar testando, além de vários novos programas e atualizações, muitos deles baseados na tecnologia da startup.

“Temos um acordo de longo prazo com a OpenAI com total acesso a tudo o que precisamos para cumprir nossa agenda de inovação e um empolgante roteiro de produtos; e permanecemos comprometidos com nossa parceria e com Mira e a equipe”, escreveu Nadella em uma postagem no blog. “Juntos, continuaremos a oferecer os benefícios significativos desta tecnologia para o mundo.”

Murati afirmou ter conversado com a liderança da Microsoft na sexta-feira. “Conversei com Kevin e Satya mais cedo hoje, que expressaram seu apoio inabalável”, escreveu ela no memorando, referindo-se ao CTO (Chief Technology Officer) da Microsoft, Kevin Scott, e a Nadella.

A OpenAI está em uma “encruzilhada crucial em que nossas ferramentas estão sendo amplamente adotadas, desenvolvedores estão construindo ativamente em nossas plataformas, e os formuladores de políticas estão deliberando sobre as melhores maneiras de regulamentar esses sistemas”, escreveu Murati.

“Este é um progresso bem-vindo e uma oportunidade de participar de um futuro em que a IA é construída e usada para o bem.”

Murati não mencionou Altman pelo nome no memorando.

Em entrevista a Emily Chang, da Bloomberg, em julho, Murati comentou sobre um dos temas que, agora, estaria entre as razões da saída de Altman da OpenAI, segundo uma fonte disse à Bloomberg News.

Ao falar das perspectivas da IA, ela disse que o cenário mais pessimista - que a IA acabe com a raça humana - é possível. “Certamente há o risco de que, quando temos esses sistemas de IA capazes de definir seus próprios objetivos, eles decidam que seus objetivos não estão alinhados com os nossos e que não se beneficiam com a nossa presença”, disse ela na entrevista.

Murati não expressou, apesar de reconhecer os riscos, a intenção de desacelerar o desenvolvimento na OpenAI.

- Com informações da Bloomberg News.

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