Por que a Nvidia se tornou a empresa do momento e qual sua atuação no Brasil

Empresa conta com 123 mil desenvolvedores que trabalham com processadores gráficos na América Latina e já acelerou mais de 300 startups que trabalham com IA na região

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Bloomberg Línea — As ações da empresa de tecnologia Nvidia (NVDA) dispararam cerca de 25% nesta quarta-feira (25) depois novas previsões de receitas com chips para a demanda de inteligência artificial. O ganho a levou à beira de se juntar ao grupo seleto de empresas com valor de mercado de US$ 1 trilhão.

Os investidores apostam que ferramentas de IA “generativa” como o ChatGPT da OpenAI vão engatilhar uma nova era de gastos com a tecnologia. Os chips da Nvidia, com sede em Santa Clara, na Califórnia, se destacam no processamento que permite esse desenvolvimento tech.

A Nvidia é conhecida principalmente por sua produção de processadores gráficos (GPUs). A empresa foi fundada em 1993 e desde então se tornou um dos principais players no campo da computação gráfica e da inteligência artificial.

O CEO e co-fundador da Nvidia, Jensen Huang, disse que haverá investimento de US$ 1 trilhão para a atualização da infraestrutura de centros de dados para lidar com a chamada computação acelerada, para permitir que executem ferramentas de IA generativas, como o ChatGPT.

Não à toa, a empresa tem ampliado o número de pesquisadores nos últimos anos, saltando de de 30.000 em 2018 para 126.000 em 2022.

Em entrevista à Bloomberg Línea no início do ano passado, Marcio Aguiar, diretor comercial da Nvidia para a América Latina, disse que a empresa tinha mais de três milhões de desenvolvedores utilizando os GPUs da Nvidia em todo o mundo, dos quais 123 mil na América Latina.

“À medida que avançamos, temos planos emocionantes para o futuro. Estamos comprometidos em levar a indústria de tecnologia a novos patamares, impulsionados pela nossa paixão por descobertas e inovações na nossa região. Continuaremos investindo em pesquisa e desenvolvimento para criar produtos e soluções cada vez mais avançados”, disse Aguiar nesta quinta-feira (25).

A Nvidia tem profissionais no México que também estão dedicados para a América Latina, mas a maioria do time está no Brasil, seu maior mercado na região.

Em nível global, a Nvidia atua com “braços” fortes dentro de universidades e laboratórios de pesquisa. “São locais em que fomentamos, orientamos e educamos os novos profissionais nas novas nas plataformas de desenvolvimento”, disse Aguiar.

“A cada ano é sempre uma inovação, a cada ano a gente se reinventa, a cada ano estamos sempre lançando novos conceitos e novas tendências. E, com isso, vemos também em conjunto um crescimento exponencial de pesquisadores”, disse Aguiar à época.

A empresa atua em vários mercados na América Latina, dos quais os principais são energia (inclui empresas de óleo e gás e distribuidoras), mineração, educação e pesquisa, manufatura, finanças e saúde. A Nvidia colabora com empresas que trabalham com simulação de reservatórios e sísmica, oferecendo soluções de hardware e software para otimizar fluxos de trabalho.

Além disso, a Nvidia possui um programa de aceleração de startups chamado Inception, que já ultrapassou a marca de 9.000 startups em todo o mundo, com mais de 315 na América Latina. Esse programa visa apoiar e incentivar startups que trabalham com inteligência artificial.

Desde o ano passado, Aguiar já dizia que uma das principais tendências seria a adoção de técnicas de processamento de linguagem natural, permitindo interações mais avançadas com dispositivos móveis. Isso requer poder computacional significativo, com redes neurais profundas para compreender diferentes sotaques e formas de expressão.

- Com informações da Bloomberg News.

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