Bloomberg — A Oracle (ORCL) superou as expectativas do mercado com encomendas acima do previsto e anunciou parcerias estratégicas com rivais do setor de tecnologia, dando um impulso ao esforço do presidente do conselho, Larry Ellison, de reposicionar a fabricante de software como grande competidora no mercado de computação em nuvem.
Conhecida por seu software de banco de dados, a Oracle está focada na expansão de sua unidade de infraestrutura em nuvem — que aluga capacidade de computação e armazenamento — para competir com Amazon (AMZN), Microsoft (MSFT) e Google, controlado pela Alphabet (GOOGL).
Embora essa divisão represente uma pequena parcela das vendas totais, investidores a veem como a principal aposta de crescimento futuro da Oracle.
“Nos últimos dois trimestres, a Oracle assinou os maiores contratos de vendas de nossa história — impulsionados pela enorme demanda por treinamento de grandes modelos de linguagem de IA na Oracle Cloud”, disse a CEO Safra Catz, em comunicado na terça-feira.
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O crescimento da receita deve aumentar a dois dígitos no atual ano fiscal, que termina em maio de 2025, puxado pela forte demanda por serviços de inteligência artificial, disse Catz. O crescimento deve se acelerar ao longo do ano, à medida que a “capacidade da unidade de nuvem comece a atender a demanda”, acrescentou.
A Oracle também anunciou um novo acordo para disponibilizar seu banco de dados homônimo na infraestrutura em nuvem do Google. Um acordo semelhante com a Microsoft, anunciado no final de 2023, “vai turbinar o crescimento do nosso banco de dados em nuvem”, disse Ellison em outro comunicado.
A OpenAI, que recebeu bilhões em financiamento da Microsoft, usará a infraestrutura em nuvem da Oracle, sediada em Austin, no Texas, para “capacidade adicional”, disseram as empresas em comunicado.
A nuvem da Oracle tem se tornado referência para startups de IA generativa — a empresa citou clientes como Reka, MosaicML e xAI, de Elon Musk. A tecnologia de inteligência artificial precisa de enorme poder de computação para funcionar.
“As maiores companhias de nuvem do mundo e as empresas de IA mais bem-sucedidas e talentosas escolhem usar os serviços e data centers da Oracle Cloud”, disse Ellison em uma teleconferência após a divulgação dos resultados do quarto trimestre fiscal do grupo.
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Boa fase
A boa fase da divisão de infraestrutura em nuvem da Oracle “é inegável e o anúncio da OpenAI cria outro ponto de dados positivo em IA”, escreveu Kirk Materne, analista da Evercore ISI.
O analista da Bloomberg Intelligence, Anurag Rana, disse que a demanda para executar processos de IA nos data centers de computação em nuvem da Oracle “poderia catapultá-la para se tornar a quarta maior fornecedora de nuvem”.
Catz, CEO da Oracle, disse na teleconferência que a unidade de infraestrutura em nuvem crescerá mais de 50% no atual ano fiscal.
A receita da unidade de nuvem que aluga capacidade de computação e armazenamento aumentou 42%, para US$ 2 bilhões, informou a empresa em comunicado. Analistas projetavam, em média, US$ 1,97 bilhão, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
O faturamento total cresceu 3,3%, para US$ 14,3 bilhões, em comparação com a estimativa média de US$ 14,6 bilhões. O lucro, excluindo alguns itens, foi de US$ 1,63 por ação. Analistas esperavam US$ 1,65.
Demanda morna em software
Resultados abaixo do esperado de empresas como Salesforce e Workday nas últimas semanas deixaram investidores ansiosos com a possibilidade de que orçamentos de tecnologia estejam sendo desviados de software para ferramentas de inteligência artificial.
As vendas no negócio de aplicativos em nuvem da Oracle, incluindo seus aplicativos Fusion para finanças corporativas, aumentaram 10%, para US$ 3,3 bilhões.
O número representa uma desaceleração em relação ao crescimento de cerca de 14% que a unidade tem apresentado nos últimos trimestres e está abaixo das estimativas de analistas.
As novas parcerias provavelmente irão acelerar o crescimento do negócio de infraestrutura em nuvem da Oracle, o que poderia ajudar a compensar a desaceleração em aplicativos, escreveu Rana, da Bloomberg Intelligence, em nota após a divulgação dos resultados.
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