Bloomberg — A OpenAI lançou uma ferramenta de inteligência artificial que pode ajudar a pedir um Uber, planejar pedidos de supermercado e até concluir compras para os usuários, juntando-se a um número crescente de empresas de tecnologia que apostam nos chamados agentes de IA que agem em nome de uma pessoa.
O serviço, chamado Operator, pode realizar uma ampla gama de tarefas usando a Internet da mesma forma que um ser humano faria, incluindo navegar em um site, digitar e clicar em botões, disse a OpenAI na quinta-feira (23).
O software do Operator funciona ao combinar alguns dos recursos de visão computacional da OpenAI com capacidades de resolução de problemas em várias etapas, com o objetivo de imitar a forma como as pessoas raciocinam, disse a empresa.
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A Bloomberg News informou pela primeira vez sobre os planos da OpenAI para o Operator em novembro passado. Inicialmente, a OpenAI lança o que chama de uma “prévia de pesquisa” do Operator online para um número limitado de clientes dos EUA que pagam US$ 200 por mês pela assinatura do ChatGPT Pro, lançado recentemente.
A empresa disse que espera aprender com os primeiros usuários do Operator para que possa aprimorar o produto e planeja oferecê-lo a mais clientes pagos ao longo do tempo.
O lançamento do Operator faz parte de um impulso mais amplo do setor em direção aos agentes de IA, ou software de IA que pode concluir tarefas de várias etapas para os usuários com supervisão mínima.
A Microsoft, investidora e apoiadora da OpenAI, e a rival Anthropic lançaram suas próprias versões de software de agente de IA, assim como várias outras startups e gigantes como a Salesforce.
As empresas esperam que essas ferramentas possam economizar o tempo dos usuários em suas tarefas pessoais e profissionais e, assim, cumprir a promessa de longa data de que a IA tornará as pessoas mais produtivas.
Sam Altman, CEO da OpenAI, disse anteriormente que os agentes serão “o próximo grande avanço” da IA.
Em uma demonstração da ferramenta na quarta-feira (22), Peter Welinder, vice-presidente de produtos da OpenAI, e Yash Kumar, que lidera os produtos e a engenharia da Operator, mostraram como a ferramenta poderia procurar uma reserva em um restaurante ou reconhecer os itens de uma lista escrita à mão para preparar um pedido de supermercado online.
Kumar disse que a OpenAI fez parceria com várias empresas na ferramenta, incluindo Instacart (entregas de supermercado), OpenTable (reservas de restaurantes e bares), Uber e StubHub (mercado secundário de ingressos de shows e eventos), em parte para garantir que o Operator funcione bem em seus sites.
Depois que Kumar solicitou que o Operator usasse o OpenTable para reservar uma mesa no restaurante Beretta, em São Francisco, por volta das 19 horas, a ferramenta abriu uma janela remota do navegador, acessou o site do OpenTable e procurou o restaurante, mas não conseguiu encontrá-lo inicialmente.
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Como se viu, o OpenTable estava configurado para procurar restaurantes no estado de Iowa, não na Califórnia. Mas Kumar já havia instruído o Operator a pesquisar dentro de um determinado código postal de São Francisco para consultas relevantes, então, por conta própria, a ferramenta passou a pesquisar o OpenTable em São Francisco e, em seguida, compartilhou uma reserva para ele aprovar.
“Vemos muito potencial para que isso possa evoluir de pequenas coisas para médias e grandes”, disse Kumar à Bloomberg News. Pessoalmente, ele disse que tem usado o Operator para fazer suas compras de supermercado e para fazer reservas em quadras de tênis.
Por exemplo, um usuário pode solicitar ao serviço que encontre um hotel em Vancouver que tenha bicicletas da Peloton em sua academia e, antes de terminar, pedir ao Operator que encontre uma cama de boneca American Girl no Craigslist, um site de classificados.
Desde que o usuário tenha confirmado que o Operator pode realizar uma transação - como comprar uma legging em uma loja online - e tenha inserido todas as credenciais e informações de pagamento necessárias, a ferramenta deverá ser capaz de concluir uma compra, disse Kumar.
Riscos com agentes de IA
A OpenAI planeja liberar o modelo de IA por trás do Operator para que os desenvolvedores o utilizem para criar seus próprios agentes. No entanto, com esses recursos, os agentes de IA como o Operator também apresentam novos riscos de segurança, devido à possibilidade de a IA cometer erros ou ser usada indevidamente por agentes mal-intencionados.
Uma coisa é um chatbot dar uma resposta imprecisa a uma pergunta sobre um evento histórico e outra bem diferente é um agente cometer erros com o cartão de crédito de alguém.
A OpenAI disse que o Operator tem o objetivo de recusar algumas tarefas, como ações que envolvam bancos e qualquer atividade que a empresa considere prejudicial.
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Há uma série de ações que a ferramenta não realizará e, em vez disso, alertará o usuário para que as realize, incluindo o login em sites, o fornecimento de informações de pagamento e o preenchimento de CAPTCHAs, informou a empresa.
O operador deve solicitar a aprovação do usuário antes de realizar ações como fazer um pedido online. Para algumas tarefas, como escrever e-mails, o serviço exigirá que um usuário o supervisione, disse a OpenAI.
Os usuários também podem assumir o controle de quaisquer tarefas que estejam em andamento e pausá-las, se necessário. “O usuário deve sempre sentir que está no controle”, disse Kumar.
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