Bloomberg — A Neuralink Corp, empresa de implantes cerebrais de Elon Musk, disse ter recebido a aprovação da Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos para iniciar os testes clínicos em humanos de dispositivos que conectan o cérebro a um computador. A conexão, que se dá por meio de fios e eletrodos, requer uma perfuração no crânio.
“Esse é o resultado de um trabalho incrível da equipe da Neuralink em estreita colaboração com a FDA e representa um primeiro passo importante que um dia permitirá que nossa tecnologia ajude muitas pessoas”, disse a empresa na quinta-feira (26) em um tweet.
A FDA e a Neuralink ainda não responderam aos pedidos de comentários feitos pela Bloomberg News.
Com o dispositivo, a empresa promete auxiliar pessoas com paralisia ou lesões cerebrais traumáticas a se comunicarem e controlarem um computador usando apenas seus pensamentos. Eventualmente, além de ajudar pessoas doentes, Musk levantou a hipótese de que o dispositivo poderia permitir que a humanidade acompanhasse os avanços feitos pela inteligência artificial.
A aprovação “é realmente muito importante”, disse Cristin Welle, ex-funcionária da FDA e professora associada de neurocirurgia e fisiologia da Universidade do Colorado. “Eles podem iniciar testes em seres humanos, o que significa que foram aprovados nos ensaios pré-clínicos”, disse ela, mencionando os testes de falhas mecânicas e de projeto, bem como de longevidade e biocompatibilidade.
Fundada em 2016, a Neuralink atraiu alguns dos melhores neurocientistas para trabalhar em seu implante cerebral, embora muitos tenham se transferido para outras empresas ou para o meio acadêmico. Musk, que também dirige a montadora de automóveis Tesla Inc. (TSLA) e é proprietário da rede social Twitter, disse há anos que a empresa estava próxima da aprovação da FDA para testes em humanos.
A Neuralink não é a primeira empresa de interface cérebro-computador a entrar em testes em humanos. O campo se tornou competitivo desde a fundação da empresa.
Por exemplo, a Synchron já inscreveu seu primeiro paciente dos EUA em um teste clínico, colocando o implante da empresa em um caminho em direção a uma possível aprovação regulatória para uso mais amplo em pessoas com paralisia. O dispositivo da Synchron é menos invasivo do que o da Neuralink e funciona com uma tecnologia diferente.
A startup de Musk causou alarme em alguns grupos de defesa dos direitos dos animais por seus testes em primatas. O Departamento de Transportes dos EUA iniciou uma investigação sobre a empresa depois que um grupo de defesa dos animais disse ter obtido e-mails sugerindo que a startup não seguiu o procedimento adequado ao transportar materiais possivelmente perigosos.
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