Meta vai continuar a ter checagem de fatos fora dos EUA ‘por enquanto’, diz diretora

Em entrevista à Bloomberg Television no Fórum Econômico Mundial em Davos, a chefe de negócios globais, Nicola Mendelsohn, disse que a empresa vai avaliar a mudança nos EUA antes de implementar em outros países

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Bloomberg — A Meta vai continuar a usar a checagem de fatos fora dos Estados Unidos “por enquanto”, mesmo que a proprietária do Instagram e do Facebook elimine essa prática nos Estados Unidos, disse a diretora de negócios globais da empresa, Nicola Mendelsohn.

A Meta anunciou no início do ano que substituirá os checadores de fatos terceirizados nos EUA por um sistema de notas da comunidade. A empresa pretende avaliar como a mudança se desenrola no país antes de decidir sobre uma transição em outras regiões, disse Mendelsohn em uma entrevista à Bloomberg Television, no Fórum Econômico Mundial em Davos, na segunda-feira (20).

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O CEO Mark Zuckerberg disse neste mês que decidiu recuar na prática, que foi criada há quase uma década para combater os boatos virais que se espalham na plataforma, porque os sistemas complexos estavam cometendo “muitos erros” e censurando injustamente os usuários.

Implementar a mudança será mais difícil fora dos EUA, onde há leis mais rigorosas que regulamentam a forma como os serviços digitais policiam a desinformação.

A União Europeia exige que as grandes plataformas eliminem ativamente o conteúdo político enganoso e a desinformação ou correm o risco de sofrer multas pesadas de acordo com a Lei de Serviços Digitais.

“Veremos como isso vai se desenrolar ao longo dos anos”, disse Mendelsohn. “Portanto, nada está mudando no resto do mundo no momento, ainda estamos trabalhando com esses checadores de fatos em todo o mundo.”

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Zuckerberg também disse que a empresa trabalharia com Donald Trump, que toma posse como presidente dos EUA nesta segunda-feira (20), para pressionar os países que restringem a liberdade de expressão, culpando o governo dos EUA sob a administração Biden, que está deixando o cargo, por pressionar pela “censura”.

Trump, que foi temporariamente banido do Facebook após o motim de 6 de janeiro de 2021 no Capitólio dos EUA e chamou a plataforma de “inimiga do povo”, saudou a mudança.

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