Bloomberg — A Meta (META) divulgou vendas melhores do que o esperado no segundo trimestre, sinalizando que os investimentos da empresa em inteligência artificial estão ajudando a vender anúncios mais direcionados.
Esse avanço está dando ao CEO Mark Zuckerberg mais tempo para provar que suas apostas no metaverso e na IA valem a pena.
Em uma teleconferência com investidores e analistas na quarta-feira (31), ele falou sobre o avanço da Meta no tipo de grandes modelos de linguagem que alimentam os chatbots de IA e elogiou os óculos inteligentes de IA e os visores de realidade virtual da empresa.
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“Há todas as piadas sobre o fato de todos os CEOs de tecnologia participarem dessas teleconferências e só falarem sobre IA o tempo todo”, disse ele. “É porque ela é realmente muito importante e vai mudar todas as coisas ao longo do tempo.”
A Meta tem usado a IA para melhorar a forma como seus anunciantes podem encontrar usuários interessados, melhorando a eficiência do seu negócio mais lucrativo.
Mais especificamente, a empresa está usando algoritmos para determinar melhor quando e onde exibir anúncios. Também está começando a implantar recursos de IA generativa para que os profissionais de marketing com orçamentos pequenos possam criar campanhas mais interessantes.
A IA "acabará afetando quase todos os produtos que temos de alguma forma", disse ele.
A Meta tinha 3,27 bilhões de usuários em todos os seus aplicativos em 30 de junho, um aumento de 7% em relação ao ano anterior. As ações da empresa subiam cerca de 8% antes da abertura dos mercados em Nova York, para US$ 512,24, preparando o terreno para seu maior ganho intradiário desde fevereiro.
A empresa controladora do Facebook e do Instagram registrou vendas de US$ 39,1 bilhões no trimestre encerrado em 30 de junho, em comparação com as estimativas dos analistas de US$ 38,3 bilhões, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
A Meta espera vendas para o trimestre atual no intervalo de US$ 38,5 bilhões a US$ 41 bilhões, em comparação com a projeção média de US$ 39,2 bilhões.
A Meta tem ampliado os gastos em data centers e poder de computação enquanto Zuckerberg trabalha para construir uma posição de liderança na corrida da IA em todo o setor.
A empresa ajustou suas projeções para o ano inteiro no que se refere a despesas de capital, estabelecendo uma nova previsão de US$ 37 bilhões a US$ 40 bilhões, aumentando em US$ 2 bilhões o limite inferior de uma faixa anterior.
Recentemente, a Meta revelou seu maior modelo até o momento, que, segundo Zuckerberg, custou centenas de milhões de dólares em poder de computação para ser treinado.
A empresa também investiu muito em outros projetos de longo prazo, incluindo óculos inteligentes com IA e uma série de mundos virtuais conhecidos como metaverso.
A Reality Labs, a divisão da Meta encarregada de desenvolver essas tecnologias futuristas, registrou um prejuízo de quase US$ 4,5 bilhões no trimestre.
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Equilibrar o investimento com a necessidade mais imediata de retorno financeiro tem sido um desafio para a Meta.
Zuckerberg tomou medidas para apoiar o desempenho das ações da companhia – incluindo cortes de empregos, um programa de recompra de ações no valor de US$ 50 bilhões e o primeiro dividendo trimestral da Meta – ao mesmo tempo em que deixou claro que os gastos da empresa continuarão a aumentar.
A empresa disse em um comunicado na quarta-feira que planeja aumentar as despesas de capital “significativamente” à medida que investe em pesquisa de IA e desenvolvimento de produtos.
Há alguns sinais iniciais de que os produtos focados em IA estão ganhando popularidade, embora não necessariamente contribuindo para os resultados financeiros da empresa.
Zuckerberg disse que o chatbot Meta AI está a caminho de se tornar o assistente de IA mais usado no mundo até o final do ano. Por fim, disse ele, acredita que toda empresa precisará de um – se não vários – chatbots com IA para lidar com consultas e interações de atendimento ao cliente.
A demanda pelos óculos inteligentes Meta, que são fabricados por meio de uma parceria com a Ray-Ban, da EssilorLuxottica, está superando a capacidade da empresa de fabricá-los, disse ele.
Zuckerberg disse em abril que os “investidores inteligentes” veriam as promessas de longo prazo da inteligência artificial e da tecnologia metaverso, mesmo que os retornos financeiros estejam a anos de distância.
No início deste mês, ele disse à Bloomberg News que investir muito seria melhor do que investir pouco.
“Acho que há uma chance significativa de que muitas empresas estejam construindo demais agora e que vocês olhem para trás e pensem: ‘Ah, talvez todos nós tenhamos gasto alguns bilhões de dólares a mais do que o necessário’”, disse Zuckerberg.
“Por outro lado, acho que todas as empresas que estão investindo estão tomando uma decisão racional, porque a desvantagem de ficar para trás é ficar de fora da tecnologia mais importante dos próximos 10 a 15 anos.”
Até quarta-feira (31), as ações da Meta tinham alta de 34% no acumulado do ano.
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