Bloomberg — A Meta Platforms anunciou que encerrará a verificação de fatos por terceiros em suas plataformas nos Estados Unidos, permitindo que os usuários comentem sobre a precisão dos posts com um sistema de notas da comunidade. Segundo a empresa liderada por Mark Zuckerberg, isso promoverá a liberdade de expressão.
Os sistemas de moderação de conteúdo nas plataformas da empresa, que incluem Facebook, Instagram e Threads, foram “longe demais” e têm bloqueado a liberdade de expressão dos usuários com muita frequência, disse Joel Kaplan, diretor de assuntos globais da Meta, em um blog nesta terça-feira (7).
“Muito conteúdo inofensivo é censurado, muitas pessoas se encontram erroneamente presas na ‘cadeia do Facebook’ e, muitas vezes, somos lentos demais para responder quando isso acontece”, disse Kaplan, ex-conselheiro da Casa Branca de George W. Bush que foi nomeado chefe de assuntos globais neste mês.
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A empresa também facilitará a obtenção de conteúdo adicional em seus feeds para as pessoas que desejam ver mais publicações políticas.
A decisão de remover o sistema que foi criado em 2016 para combater os boatos virais e as fake news alinha a Meta mais de perto com o X de Elon Musk, que também se baseia em notas de usuários para policiar a precisão das informações na plataforma antes conhecida como Twitter.
O presidente eleito Donald Trump, que foi temporariamente banido do Facebook após o ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio dos EUA, chamou a plataforma de “inimiga do povo” e acusou a empresa de tecnologia de censurar vozes conservadoras. A conta de Trump foi restabelecida em 2023.
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Os preconceitos dos verificadores de fatos apareceram “nas escolhas que alguns fizeram sobre o que verificar os fatos e como” e muito debate político legítimo teria sido silenciado, disse Kaplan. Um ou dois de cada 10 posts removidos no mês passado podem ter sido retirados por engano, disse ele no post.
Pode ser mais arriscado remover verificadores de fatos no resto do mundo, especialmente na Europa, onde o Meta está sujeita às regulamentações da União Europeia que exigem o combate à desinformação, mas também em países como o Brasil.
A UE exige que as grandes plataformas eliminem ativamente o conteúdo político enganoso e a desinformação ou correm o risco de sofrer multas pesadas de acordo com a Lei de Serviços Digitais.
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