Bloomberg — Frank McCourt, um bilionário do setor imobiliário com ambições de melhorar a internet, disse que planeja formar um consórcio para fazer uma oferta pelos negócios da rede social TikTok nos Estados Unidos.
McCourt, ex-proprietário do time de beisebol Los Angeles Dodgers e presidente executivo da empresa de investimentos McCourt Global, é um candidato improvável para adquirir o aplicativo de propriedade da ByteDance. Os ativos do TikTok nos EUA foram avaliados em US$ 35 bilhões a US$ 40 bilhões por analistas da Bloomberg Intelligence.
A decisão do presidente Joe Biden de forçar a ByteDance a vender o TikTok nos EUA ou enfrentar uma proibição, por meio de uma lei assinada este ano como parte de uma postura mais agressiva em relação à China, inspirou um elenco diversificado de personalidades a cogitar possíveis ofertas.
O ex-secretário do Tesouro dos EUA, Steve Mnuchin, disse que estava “muito interessado” no aplicativo, e Eric Schmidt, ex-CEO do Google, disse que também considerou uma oferta no passado.
A ByteDance, que contesta a lei na Justiça americana, disse que não tem intenção de vender o aplicativo.
Leia mais: TikTok pode sofrer para manter o apelo se de fato for vendido à força nos EUA
Ainda é muito cedo para saber o preço do TikTok ou se até mesmo será vendido, disse McCourt em uma entrevista na quarta-feira (15) na Bloomberg TV. Ele disse que não conversou com o TikTok ou a ByteDance, mas que “outros players” o incentivaram a seguir em frente. “Ainda é cedo”, disse ele. “Ainda há muito ruído”.
McCourt também disse que não está interessado no algoritmo subjacente do TikTok, código que torna o aplicativo tão eficaz na previsão dos tipos de vídeos que seus usuários querem ver.
“Não estamos interessados no algoritmo”, disse McCourt. “Estamos interessados em uma web alternativa em que as pessoas possuam e controlem seus dados, possuam e controlem sua identidade.”
McCourt, que vendeu os Dodgers por cerca de US$ 2 bilhões em 2012, tentou recentemente reconstruir as redes sociais por meio de uma iniciativa chamada Project Liberty.
O grupo, anunciado publicamente em 2021, tem como objetivo enfrentar a Meta Platforms (META) e outros gigantes da internet. McCourt doou US$ 500 milhões para a iniciativa até o momento, informou o grupo este ano.
Leia mais: Apple se aproxima de acordo com a OpenAI para colocar ChatGPT no iPhone
“Consideramos essa possível aquisição uma oportunidade incrível para catalisar uma alternativa ao modelo tecnológico atual que colonizou a internet”, disse McCourt em comunicado na quarta-feira.
O objetivo seria migrar o TikTok para um protocolo de código aberto e dar aos usuários dos EUA mais controle sobre suas informações.
Não está claro se o projeto garantiu algum financiamento. McCourt disse que as possíveis fontes de financiamento incluem capital privado, bem como fundos de pensão, doações, fundações e filantropias.
Descrevendo o esforço para comprar o TikTok como “a oferta do povo”, McCourt firmou parceria com o banco de investimentos Guggenheim Securities, a empresa jurídica Kirkland & Ellis e vários acadêmicos e tecnólogos, de acordo com a declaração.
A oferta também é apoiada por Tim Berners-Lee, que criou a World Wide Web.
O TikTok não respondeu a um pedido de comentário.
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também
Porto acelera a venda cruzada de produtos para ampliar as receitas, diz CEO
JBS negocia acordo para a produção de biogás, diz diretor global de sustentabilidade
© 2024 Bloomberg L.P.