Por que a Intel negocia com Alemanha e Israel para fábricas de chips

Gigante americana e o governo alemão formalizam o subsídio; possibilidade de uma planta também em Israel demonstra esforços em diversificar fontes de produção

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Bloomberg — O governo alemão e a Intel (INTC) fecharam um acordo para que a empresa norte-americana receba subsídios no valor de €10 bilhões (US$ 10,9 bilhões) para a construção de uma fábrica de semicondutores na parte leste do país, de acordo com fontes a par do tema.

O chanceler Olaf Scholz e o CEO da Intel, Pat Gelsinger, participarão de uma cerimônia de assinatura do acordo às 14h45 em Berlim, informou o governo alemão na segunda-feira em um comunicado por e-mail.

Não há detalhes sobre o acordo no comunicado além da informação de que será assinado pelo principal consultor econômico da Scholz, Joerg Kukies, e Keyvan Esfarjani, vice-presidente executivo, diretor de operações globais e gerente geral de manufatura, cadeia de suprimentos e operações da Intel.

A empresa norte-americana já havia concordado em construir um complexo em Magdeburg com € 6,8 bilhões (US$ 7,2 bilhões) de ajuda governamental. Contudo, adversidades econômicas levaram a Intel a adiar os planos no final do ano passado e a pedir mais fundos.

A Intel havia estimado originalmente que o projeto na Alemanha custaria € 17 bilhões, mas agora calcula gastar €30 bilhões, de acordo com as fontes ouvidas pela Bloomberg. Como a maioria dos projetos que receberão financiamento do governo por meio da Lei de Chips da UE, a Intel esperava que cerca de 40% de seu projeto fosse subsidiado, disseram.

Fábrica também em Israel

A Intel também concordou, em princípio, em construir uma nova fábrica em Israel, parte de um esforço da gigante norte-americana de semicondutores e de seus pares de chips para diversificar suas fontes de produção.

O acordo preliminar foi anunciado pelo Ministério das Finanças de Israel e pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu no domingo. A Intel confirmou a “intenção da empresa de expandir a capacidade de fabricação em Israel”, onde já está ativa, mas não especificou os termos nem forneceu outros detalhes.

A instalação será para a fabricação de “wafer” (uma fina fatia de material semicondutor), um segmento no qual Israel já é um dos quatro principais fornecedores da Intel, de acordo com uma pessoa familiarizada com os planos que não está autorizada a falar publicamente.

A expansão promoverá um esforço do CEO da Intel para instalar mais fábricas fora da Ásia, que domina a produção de chips. Ele também está se esforçando para restaurar a liderança tecnológica da pioneira em chips depois que empresas como a Nvidia Corp. (NVDA) e a Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. eclipsaram suas capacidades.

Embora Netanyahu tenha avaliado o valor do negócio em US$ 25 bilhões, que ele disse ser o maior investimento estrangeiro em Israel e uma “expressão de confiança” na economia do país, uma fonte da Bloomberg disse que o total incluía um investimento anterior de US$ 10 bilhões anunciado em 2021.

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