Google perde processo antitruste sobre mecanismo de busca em smartphones

Juiz nos EUA considerou que os pagamentos do Google para se tornar o mecanismo de busca padrão em celulares violam a lei antitruste

Para a Justiça americana, acordos do Google impediram efetivamente qualquer outro concorrente de ter sucesso no mercado
Por Leah Nylen
05 de Agosto, 2024 | 05:05 PM

Bloomberg — Os pagamentos feitos pelo Google para tornar seu mecanismo de busca a opção padrão nos navegadores de smartphones violam a lei antitruste dos Estados Unidos, decidiu um juiz federal nesta segunda-feira (5), dando uma vitória importante ao Departamento de Justiça.

O juiz Amit Mehta, de Washington, disse que os US$ 26 bilhões em pagamentos da unidade da Alphabet (GOOGL) impediram efetivamente qualquer outro concorrente de ter sucesso no mercado.

"Os acordos de distribuição do Google excluem uma parte substancial do mercado de serviços de busca em geral e prejudicam as oportunidades dos rivais de competir", disse Mehta em uma decisão de 286 páginas.

As ações da Alphabet caíram 4,6%, para US$ 160,71. A Apple (AAPL), que, dependendo da solução, pode perder bilhões em pagamentos que o Google faz para que seu mecanismo de busca seja o navegador padrão nos iPhones, caiu 6,7%, para US$ 204,77.

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O Departamento de Justiça não fez comentários de imediato. O Google não respondeu a um pedido de comentário.

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As autoridades antitruste alegaram que o Google manteve ilegalmente um monopólio sobre a pesquisa on-line e a publicidade relacionada.

O governo disse que o Google pagou bilhões à Apple, à Samsung Electronics e a outras empresas ao longo de décadas para obter uma posição privilegiada nos smartphones e no segmento de navegadores.

Essa posição padrão permitiu que o Google criasse o mecanismo de pesquisa mais usado no mundo e alimentou mais de US$ 300 bilhões em receita anual, gerada em grande parte por anúncios de pesquisa.

O caso é o primeiro julgamento antitruste que coloca o governo federal contra uma empresa de tecnologia dos EUA em mais de duas décadas.

-- Com a colaboração de Mark Gurman, Julia Love e Peter Jeffrey.

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