Bloomberg — A Meta oferecerá aos usuários na Europa um acesso sem anúncios ao Facebook e ao Instagram mediante a cobrança de uma taxa de assinatura, depois que os tribunais no continente começarem a reprimir a maneira como as empresas de mídia social lidam com os dados.
A partir de novembro, os usuários poderão assinar os sites de mídia social por € 9,99 (US$ 10,57) por mês na web ou € 12,99 (US$ 13,78) por mês por meio dos aplicativos para iOS e Android, disse a empresa em um comunicado nesta segunda-feira (30). Os serviços de assinatura serão oferecidos a qualquer pessoa na União Europeia e em mais quatro países: Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça.
As assinaturas são uma reação às crescentes regulamentações sobre como os dados do usuário são coletados e usados na Europa. Em uma postagem em seu blog explicando a decisão, a Meta citou a decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia que foi contra a empresa em julho.
O tribunal afirmou que as empresas deveriam considerar a oferta de um serviço alternativo para os clientes que não desejam que seus dados sejam coletados e vendidos para anunciantes “se necessário por uma taxa apropriada”.
“Continuaremos a defender a internet com suporte de anúncios, mesmo com nossa nova oferta de assinatura na UE, EEE [Espaço Econômico Europeu] e Suíça”, disse a empresa no comunicado. “Mas respeitamos o espírito e o propósito dessas regulamentações europeias em evolução e estamos comprometidos em cumpri-las”.
A Meta continuará a oferecer serviços com suporte de anúncios nesses mercados sem custos adicionais. Inicialmente, as taxas de assinatura cobrirão todas as contas de um usuário. A partir de março de 2024, a Meta cobrará € 6 por mês na web e € 8 por mês em dispositivos móveis para cada conta adicional.
Grandes empresas de tecnologia estão fazendo mais mudanças em seus produtos na Europa para cumprir a crescente fiscalização dos reguladores. Isso é mais evidente na União Europeia, onde tribunais e autoridades de proteção de dados estão impondo multas bilionárias às empresas de olho na conformidade com as regras de proteção de dados. Novas regras de concorrência e moderação de conteúdo estão entrando em vigor.
A Meta também decidiu não lançar seu rival do X (o antigo Twitter), o Threads, na União Europeia devido a questões sobre como ela pode aderir ao Digital Markets Act do bloco, que proíbe grandes empresas de tecnologia de compartilhar dados entre serviços.
A empresa disse que o novo modelo de assinatura europeia foi “levado em consideração” em suas perspectivas e orientações (guidances) de negócios mais recentes.
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também
Resultados da Amazon apontam para um impulso nos negócios em nuvem
Os planos globais da Brex, a fintech de US$ 12,3 bi fundada por brasileiros
© 2023 Bloomberg LP