Depois da Meta, Apple estuda a entrada no mercado de óculos inteligentes

Segundo fontes da Bloomberg News, a empresa tem feito pesquisas internas para avaliar o apelo de dispositivos como os que foram lançados recentemente pela Meta, dona do Facebook

Óculos Orion, da Meta
Por Mark Gurman
05 de Novembro, 2024 | 03:19 PM

Bloomberg — A Apple avalia a entrada no mercado de óculos inteligentes com um estudo interno sobre os produtos atualmente disponíveis no mercado, preparando o terreno para que a empresa siga a Meta Platforms (META) em uma categoria de eletrônicos cada vez mais popular.

A iniciativa, nomeada Atlas, envolve a coleta de dados de uma pesquisa aplicada a funcionários da Apple (AAPL) sobre os óculos inteligentes, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela Bloomberg News.

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A realização de estudos com grupos adicionais focados no segmento é planejada para um futuro próximo, disseram as fontes, que pediram anonimato devido ao caráter sigiloso do trabalho.

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Os estudos são conduzidos pela equipe de qualidade de sistemas de produto da Apple, parte da divisão de engenharia de hardware.

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“Testar e desenvolver produtos que todos possam adorar é muito importante para o que fazemos na Apple”, escreveu o grupo em um e-mail para funcionários selecionados na sede da empresa em Cupertino, na Califórnia.

Quando a Apple considera entrar em uma nova categoria, muitas vezes organiza grupos específicos secretos para entender o que as pessoas gostam nos produtos no mercado.

A empresa normalmente conta com funcionários — em vez de clientes — para evitar que seus planos se tornem públicos.

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Um representante da Apple se recusou a comentar sobre o assunto.

O estudo mais recente sugere que a Apple tem avançado com seu próprio trabalho em óculos inteligentes. A pesquisa provavelmente orientará a Apple sobre quais recursos incluir em seus próprios óculos e ajudará a identificar maneiras de uso da tecnologia.

Criar um dispositivo de uso facial bem-sucedido tem sido um desafio. O Vision Pro, óculos da Apple que combina recursos de realidade aumentada e realidade virtual, lançado em fevereiro por US$ 3.499, é considerado muito volumoso e caro para se tornar um produto popular.

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Por anos, a Apple tentou criar uma versão mais leve do dispositivo com realidade aumentada — algo que pudesse ser usado o dia todo e potencialmente substituir o iPhone. O trabalho nesse projeto estagnou devido a inúmeros desafios técnicos.

Enquanto isso, a Meta obteve sucesso com uma fórmula mais simplificada. Os óculos de US$ 299 da empresa, criados em parceria com o Grupo Luxottica, não são verdadeiros óculos de realidade aumentada — eles não sobrepõem informações nas lentes, mas permitem que os usuários gravem vídeos, façam chamadas telefônicas e façam perguntas a um assistente de inteligência artificial (IA).

Agora a Apple está em busca de algo similar. Sua abordagem pode envolver a criação de óculos inteligentes que funcionem como seus fones de ouvido AirPods.

Uma versão em forma de óculos permitiria maior duração da bateria, sensores e tecnologia de áudio aprimorada.

Os concorrentes da Apple também avançam neste mercado. Nos últimos meses, a Meta e a Snap (SNAP) apresentaram prévias de óculos de realidade aumentada — modelos que podem combinar o mundo real com sobreposições digitais de jogos, mensagens de texto e aplicativos. No entanto, nenhum desses produtos estará disponível para consumidores por pelo menos alguns anos.

A Apple também planeja reformular o headset Vision Pro para ampliar seu apelo, trabalhando para criar uma versão mais barata.

O dispositivo é excepcional para assistir a vídeos e realizar tarefas de escritório, mas seu peso, alto preço e conteúdo limitado o tornaram um produto de nicho.

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