Bloomberg Línea — A ServiceNow, gigante de tecnologia conhecida por sua plataforma de automação de fluxos de trabalho, agora potencializada pelo uso de IA, elegeu o Brasil como um dos mercados mais estratégicos para o crescimento global. A empresa espera uma expansão de 25% em sua receita anual no Brasil.
“Não teríamos essa expectativa se a economia brasileira não fosse tão inovadora”, afirmou Nick Tzitzon, membro do Comitê Executivo Global da ServiceNow, em entrevista à Bloomberg Línea em recente passagem pelo país.
Segundo o executivo, companhias brasileiras têm buscado liderar a inovação global tecnológica, inclusive em IA (Inteligência Artificial), em vez de apenas seguirem tendências internacionais.
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“O Brasil já não é mais um mercado emergente, é uma potência econômica”, disse Tzitzon. “Companhias aqui não tentam fazer o que outras empresas no mundo fazem.”
No terceiro trimestre, a ServiceNow apresentou receitas de US$ 2,797 bilhões no mundo, dos quais US$ 2,715 bilhões de serviços de assinatura de clientes corporativos, ou seja, recorrentes. Em ambos os casos, o crescimento aproximado foi de 22% a 23% na base anual. A companhia não abre os dados de vendas no Brasil.
Como reflexo do momento e das perspectivas favoráveis, as ações da ServiceNow na NYSE (Bolsa de Nova York) são negociadas em recorde histórico, e o valor de mercado se aproxima de US$ 200 bilhões.
Tzitzon ressaltou que a ServiceNow tem uma visão otimista em relação ao país. Segundo ele, em comparação com outros mercados globais, companhias brasileiras estão menos preocupadas com as tecnologias do passado e investem mais na adoção de novas, como a IA.
“No Brasil, acredito que as organizações não são tão afetadas pelo passado. Isso é consistente com a cultura. E mudar, inovar e se fortalecer são coisas que estão no core da economia brasileira”, disse.
A IA tem sido um dos principais motores do crescimento da ServiceNow (NOW) em tempos em que a tecnologia ganha ainda mais espaço nas discussões e na execução de negócios no mundo. O diferencial da ServiceNow, segundo ele, está nos resultados concretos.
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A empresa acaba de anunciar uma parceria mais ampla com a Nvidia (NVDA) para acelerar a expansão dos chamados agentes de IA - capazes de realizar tarefas diversas corporativas - em sua plataforma, em segmento também explorado por outras big techs como a Microsoft (MSFT) e a Salesforce (CRM).
“Acho que todas as empresas de tecnologia querem contar uma história sobre IA, mas nós estamos entregando isso de verdade”, afirmou.
Um dos exemplos citados pelo executivo é o lançamento da plataforma Xanadu, que inclui inovações como o RaptorDB e os agentes de IA, que visam ajudar empresas a escalarem suas operações e melhorarem o retorno sobre o investimento.
Um dos casos de empresas que usam a ServiceNow no país é o Banco do Brasil, que contratou a plataforma que visa melhorar a automação e a conectividade dos clientes - trata-se do “carro-chefe” da ServiceNow no Brasil.
Além disso, o executivo mencionou o equilíbrio que a companhia busca no uso da IA, para que aumente a eficiência sem prejudicar empregos humanos.
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Segundo ele, há um potencial grande para cross-sell (venda cruzada) nas soluções da ServiceNow.
No terceiro trimestre, 18 dos 20 maiores contratos incluíram sete ou mais produtos, o que deu impulso para um crescimento de 50% no número de negócios entre US$ 5 milhões e US$ 10 milhões, segundo a empresa.
A demanda por soluções específicas de setor, especialmente em serviços financeiros e telecomunicações, triplicou o ACV (valor de contrato anual) líquido na comparação anual.
Com cerca de 26.000 funcionários globalmente e sede em Santa Clara, na Califórnia, a ServiceNow tem planos de dobrar de tamanho novamente nos próximos anos, disse o executivo.
- Matéria atualizada às 13h30 da quarta-feira (30/10) com as informações corretas sobre o cargo de Nick Tzitzon e o número de funcionários da ServiceNow.
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