Brasil é mercado estratégico para expansão global com IA, diz ServiceNow

Nick Tzitzon diz em entrevista à Bloomberg Línea que companhias do país têm buscado estar à frente na corrida pela inovação, o que significa demanda pela plataforma de automação com IA

ServiceNow Inc. signage during the Singapore FinTech Festival in Singapore, on Wednesday, Nov. 15, 2023. The festival runs through Nov. 17. Photographer: Lionel Ng/Bloomberg
30 de Outubro, 2024 | 05:09 AM

Bloomberg Línea — A ServiceNow, gigante de tecnologia conhecida por sua plataforma de automação de fluxos de trabalho, agora potencializada pelo uso de IA, elegeu o Brasil como um dos mercados mais estratégicos para o crescimento global. A empresa espera uma expansão de 25% em sua receita anual no Brasil.

“Não teríamos essa expectativa se a economia brasileira não fosse tão inovadora”, afirmou Nick Tzitzon, membro do Comitê Executivo Global da ServiceNow, em entrevista à Bloomberg Línea em recente passagem pelo país.

Segundo o executivo, companhias brasileiras têm buscado liderar a inovação global tecnológica, inclusive em IA (Inteligência Artificial), em vez de apenas seguirem tendências internacionais.

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“O Brasil já não é mais um mercado emergente, é uma potência econômica”, disse Tzitzon. “Companhias aqui não tentam fazer o que outras empresas no mundo fazem.”

No terceiro trimestre, a ServiceNow apresentou receitas de US$ 2,797 bilhões no mundo, dos quais US$ 2,715 bilhões de serviços de assinatura de clientes corporativos, ou seja, recorrentes. Em ambos os casos, o crescimento aproximado foi de 22% a 23% na base anual. A companhia não abre os dados de vendas no Brasil.

Como reflexo do momento e das perspectivas favoráveis, as ações da ServiceNow na NYSE (Bolsa de Nova York) são negociadas em recorde histórico, e o valor de mercado se aproxima de US$ 200 bilhões.

Tzitzon ressaltou que a ServiceNow tem uma visão otimista em relação ao país. Segundo ele, em comparação com outros mercados globais, companhias brasileiras estão menos preocupadas com as tecnologias do passado e investem mais na adoção de novas, como a IA.

“No Brasil, acredito que as organizações não são tão afetadas pelo passado. Isso é consistente com a cultura. E mudar, inovar e se fortalecer são coisas que estão no core da economia brasileira”, disse.

A IA tem sido um dos principais motores do crescimento da ServiceNow (NOW) em tempos em que a tecnologia ganha ainda mais espaço nas discussões e na execução de negócios no mundo. O diferencial da ServiceNow, segundo ele, está nos resultados concretos.

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A empresa acaba de anunciar uma parceria mais ampla com a Nvidia (NVDA) para acelerar a expansão dos chamados agentes de IA - capazes de realizar tarefas diversas corporativas - em sua plataforma, em segmento também explorado por outras big techs como a Microsoft (MSFT) e a Salesforce (CRM).

“Acho que todas as empresas de tecnologia querem contar uma história sobre IA, mas nós estamos entregando isso de verdade”, afirmou.

Um dos exemplos citados pelo executivo é o lançamento da plataforma Xanadu, que inclui inovações como o RaptorDB e os agentes de IA, que visam ajudar empresas a escalarem suas operações e melhorarem o retorno sobre o investimento.

Um dos casos de empresas que usam a ServiceNow no país é o Banco do Brasil, que contratou a plataforma que visa melhorar a automação e a conectividade dos clientes - trata-se do “carro-chefe” da ServiceNow no Brasil.

Além disso, o executivo mencionou o equilíbrio que a companhia busca no uso da IA, para que aumente a eficiência sem prejudicar empregos humanos.

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Segundo ele, há um potencial grande para cross-sell (venda cruzada) nas soluções da ServiceNow.

No terceiro trimestre, 18 dos 20 maiores contratos incluíram sete ou mais produtos, o que deu impulso para um crescimento de 50% no número de negócios entre US$ 5 milhões e US$ 10 milhões, segundo a empresa.

A demanda por soluções específicas de setor, especialmente em serviços financeiros e telecomunicações, triplicou o ACV (valor de contrato anual) líquido na comparação anual.

Com cerca de 26.000 funcionários globalmente e sede em Santa Clara, na Califórnia, a ServiceNow tem planos de dobrar de tamanho novamente nos próximos anos, disse o executivo.

- Matéria atualizada às 13h30 da quarta-feira (30/10) com as informações corretas sobre o cargo de Nick Tzitzon e o número de funcionários da ServiceNow.

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Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.