Avanço em IA e venda de ativos: o início de gestão de Fabricio Bloisi na Prosus

Brasileiro que comandou o iFood até maio e assumiu a gigante global tech em julho diz em carta a investidores que objetivo é dobrar o valor do grupo dos atuais US$ 100 bilhões

Sede da Prosus em Amsterdã: gigante global de tecnologia avaliada em cerca de US$ 100 bilhões (Foto: Divulgação)
Por Loni Prinsloo
21 de Outubro, 2024 | 04:21 PM

Bloomberg — O novo CEO da Prosus, o executivo brasileiro Fabricio Bloisi, disse que o lucro ajustado da divisão de e-commerce da holding de tecnologia deve aumentar mais de 950% no atual ano fiscal, enquanto trabalha para dobrar o seu valor de mercado dos atuais US$ 100 bilhões.

O lucro ajustado antes de juros e impostos será de US$ 400 milhões nos 12 meses que terminam em março de 2025, disse Bloisi em um comunicado na segunda-feira (21), em que descreveu seus cem primeiros dias no cargo de CEO.

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No mesmo período do ano anterior, o lucro da divisão foi de US$ 38 milhões, o primeiro já registrado.

Bloisi tem lidado com o legado de uma estrutura de negócios complexa que deixou seu antecessor, Bob van Dijk, perplexo.

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O investimento do grupo na gigante chinesa de tecnologia Tencent Holdings tem influência desproporcional sobre o preço das ações da Prosus. Enquanto isso, as dezenas de empresas digitais que o grupo possui e opera enfrentam ventos contrários no mercado.

A Prosus foi desmembrada da Naspers, com sede na Cidade do Cabo e um dos maiores investidores em tecnologia do mundo, e listada em Amsterdã há cerca de cinco anos. Um único CEO supervisiona as duas empresas.

"Hoje, a Prosus vale cerca de US$ 100 bilhões, e estou concentrado em como podemos criar outros US$ 100 bilhões de valor no ecossistema da Prosus, criando e investindo em negócios lucrativos e de rápido crescimento", disse Bloisi na carta. "Também estou concentrado em como isso gerará retornos reais para nossos acionistas."

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Fabricio Bloisi, fundador da Movile e atual CEO da Prosus: cem dias à frente da gigante global de tecnologia (Foto: Yuriko Nakao/Bloomberg)

As ações da Prosus acumulam valorização de cerca de 50% em 12 meses.

No primeiro semestre, o crescimento da receita de e-commerce acelerou a partir do ano fiscal de 2024, gerando cerca de três vezes o Ebit ajustado do que em todo o ano passado, disse Bloisi na carta.

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"Não espero que esse ritmo de melhoria diminua no próximo ano", disse Bloisi. "É fundamental que nosso principal negócio de comércio eletrônico se torne uma fonte maior de lucratividade e fluxo de caixa livre para o grupo."

A empresa indiana de entrega de comida online Swiggy anunciou que planeja uma oferta pública inicial (IPO), e Bloisi disse que espera que mais empresas que fazem parte da holding na Índia sejam listadas nos próximos 12 a 18 meses.

A empresa também continua a integrar a IA em seus negócios.

O iFood, negócio originalmente de entrega de alimentos que cresceu para se transformar em um ecossistema de conveniência com diferentes verticais de negócios, que ele liderou anteriormente até maio, atingiu 100 milhões de pedidos por mês pela primeira vez em sua história em agosto.

Como parte da gestão ativa de portfólio para maximizar o valor aos acionistas, no mês passado, a Prosus vendeu sua participação na Trip.com da China por US$ 1,5 bilhão - e também na varejista de moda online Superbalist na África do Sul. A empresa ainda assinou um acordo para vender sua empresa de entrega de alimentos na Romênia, a Tazz.

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