Bloomberg — A Apple (AAPL) planeja o lançamento comercial de seu headset Vision Pro com agendamentos e promoção nas lojas em mercados selecionados dos Estados Unidos no início do próximo ano, em uma tentativa de destacar a natureza de nicho e complexa do dispositivo de realidade mista.
A empresa designará áreas especiais nas lojas com assentos, unidades de demonstração do headset e ferramentas para ajustar acessórios para os compradores.
Embora o dispositivo esteja planejado para ser vendido em todas as aproximadamente 270 lojas da Apple nos EUA, a empresa planeja inicialmente as seções para o Vision Pro nas principais áreas, como Nova York e Los Angeles, antes de disponibilizá-las em todo o país, de acordo com pessoas com conhecimento dos planos. A Apple informou que oferecerá o headset em outros países no final de 2024.
A empresa discutie o Reino Unido e o Canadá como dois de seus primeiros mercados internacionais, seguidos em breve pela Ásia e Europa, embora uma decisão final ainda não tenha sido tomada, segundo as pessoas informadas, que pediram para não serem identificadas discutindo assuntos internos.
Engenheiros da Apple estão trabalhando na localização do dispositivo para França, Alemanha, Austrália, China, Hong Kong, Japão e Coreia, disseram as fontes.
A Apple também venderá o Vision Pro por meio de sua loja virtual nos EUA no início de 2024 antes de expandir online para outros lugares. Uma porta-voz da Apple se recusou a comentar sobre o lançamento.
O headset, revelado em junho, é o produto mais significativo da Apple desde o Apple Watch em 2015, mas o preço de US$ 3.500, os casos de uso incertos, a seleção limitada de conteúdo de realidade mista e a natureza incipiente da tecnologia significam que ele deve atrair inicialmente um pequeno grupo de entusiastas.
Para ampliar a categoria para mais consumidores, a Apple trabalha em um modelo mais barato, bem como em uma versão Pro de segunda geração para lançamento até 2026.
O dispositivo combina realidade virtual e aumentada, o que significa que pode envolver o usuário em conteúdo com displays de alta resolução — ideal para assistir vídeos — ou colocar aplicativos sobre o campo de visão do usuário, permitindo que mensagens e notificações apareçam sem sobrecarregar a pessoa.
A Apple pedirá aos compradores nas lojas que agendem um horário para comprar o Vision Pro.
Isso segue uma estratégia que a empresa usou para o Apple Watch em 2015. A ideia por trás é garantir que os clientes saiam da loja com um produto que se ajuste corretamente. Se aplicável, a empresa pedirá aos usuários sua prescrição visual para lentes de inserção por meio de um portal online.
Para determinar a vedação de luz correta - o componente que impede a entrada de luz no campo de visão do usuário -, a Apple desenvolve um aplicativo para iPhone que escaneará a cabeça da pessoa, além de uma máquina física. Compradores online também serão solicitados a enviar seus dados de prescrição e usar o aplicativo de escaneamento facial para determinar o tamanho dos acessórios.
Pessoas familiarizadas com o lançamento comercial dizem que ele será o mais complexo da Apple até o momento e exigirá a resolução de desafios logísticos complexos na cadeia de suprimentos, treinamento de vendedores para configurar o dispositivo e ensino aos clientes como usá-lo. Nesse sentido, a empresa não planeja associar-se a revendedores terceirizados para oferecer o Vision Pro pelo menos até 2025. A maioria das lojas terá apenas uma ou duas unidades de demonstração inicialmente, devido à oferta limitada e ao alto custo dos dispositivos.
Anos atrás, a Apple previa fabricar até vários milhões de unidades em seu primeiro ano, mas reduziu as expectativas para cerca de 1 milhão. Antes de sua introdução, a Apple reduziu esse número para cerca de 900.000 unidades.
O Financial Times relatou recentemente que a meta foi reduzida pela metade devido ao processo complexo de fabricação do dispositivo. O Vision Pro possui telas micro-OLED duplas de 4K, além de eletrônicos internos curvos e chips duplos.
Customização necessária
Além do próprio dispositivo, os acessórios correspondentes também apresentam desafios logísticos, segundo as pessoas familiarizadas com o processo. A empresa disse que oferecerá faixas de cabeça e vedação de luz em vários tamanhos diferentes, que as lojas precisarão ter em estoque.
Diferentes consumidores podem precisar de tamanhos muito diferentes, o que significa que as lojas precisarão oferecer acessórios extras se, por exemplo, alguém quiser deixar outra pessoa experimentar o dispositivo ou se o tamanho do rosto mudar.
A Apple se associou à Carl Zeiss AG para fabricar as lentes de prescrição opcionais para o dispositivo, e as lojas da Apple precisarão ter em estoque centenas ou milhares de lentes.
A tarefa se torna mais complexa nos casos em que um usuário pode ter prescrições diferentes para cada olho. Além da vedação de luz e faixa de cabeça, o Vision Pro inclui um carregador semelhante ao incluído com o MacBook Pro, bem como uma bateria externa de duas horas.
Durante os testes do dispositivo, a Apple descobriu que algumas pessoas com tamanhos corporais e cabeças menores teriam dificuldade em usar o headset por mais de meia hora, o tempo que a empresa permitiu que membros da mídia testassem o Vision Pro após sua introdução. A Apple procurou compensar esse problema com o recente desenvolvimento de uma segunda alça que fica sobre a parte superior da cabeça do usuário. O design desse acessório ainda não está finalizado.
A Apple também investigou como o Vision Pro se ajustaria para pessoas que usam roupas culturais, como o hijab. Ciente de que alguns clientes podem não usar roupas com bolsos capazes de armazenar a bateria, a empresa considerou pedir aos fabricantes de acessórios que criassem bolsas para serem usadas no ombro.
Outros acessórios poderão ser vendidos para proteger o dispositivo. A empresa descobriu que a parte frontal do headset pode ser propensa a arranhões, mas provavelmente terceirizará a fabricação de protetores de tela para fabricantes de terceiros, como faz com seus outros produtos.
Outra preocupação é o vidro frontal que pode quebrar se o usuário colidir com uma parede ou objeto. Para evitar tais incidentes, a Apple incluiu alertas para desencorajar as pessoas a usar o dispositivo enquanto caminham em certas velocidades.
Para aqueles que estão em movimento rápido, como em um carro ou avião, a empresa desenvolveu o que é chamado de Modo de Viagem. Isso permite que o passageiro esteja totalmente imerso em realidade virtual sem limitações.
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