Apple: Vision Pro, seu lançamento da década, terá hora marcada para busca em loja

Depois dos EUA, Reino Unido e Canadá devem ser os dois primeiros mercados internacionais do headset de realidade mista que chegará ao preço de US$ 3.500 no início de 2024

Vision Pro é a maior aposta da Apple em uma década, desde a chegada do Apple Watch em 2015 (Foto: Philip Pacheco/Bloomberg)
Por Mark Gurman
07 de Julho, 2023 | 04:39 PM

Bloomberg — A Apple (AAPL) planeja o lançamento comercial de seu headset Vision Pro com agendamentos e promoção nas lojas em mercados selecionados dos Estados Unidos no início do próximo ano, em uma tentativa de destacar a natureza de nicho e complexa do dispositivo de realidade mista.

A empresa designará áreas especiais nas lojas com assentos, unidades de demonstração do headset e ferramentas para ajustar acessórios para os compradores.

Embora o dispositivo esteja planejado para ser vendido em todas as aproximadamente 270 lojas da Apple nos EUA, a empresa planeja inicialmente as seções para o Vision Pro nas principais áreas, como Nova York e Los Angeles, antes de disponibilizá-las em todo o país, de acordo com pessoas com conhecimento dos planos. A Apple informou que oferecerá o headset em outros países no final de 2024.

A empresa discutie o Reino Unido e o Canadá como dois de seus primeiros mercados internacionais, seguidos em breve pela Ásia e Europa, embora uma decisão final ainda não tenha sido tomada, segundo as pessoas informadas, que pediram para não serem identificadas discutindo assuntos internos.

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Engenheiros da Apple estão trabalhando na localização do dispositivo para França, Alemanha, Austrália, China, Hong Kong, Japão e Coreia, disseram as fontes.

A Apple também venderá o Vision Pro por meio de sua loja virtual nos EUA no início de 2024 antes de expandir online para outros lugares. Uma porta-voz da Apple se recusou a comentar sobre o lançamento.

O headset, revelado em junho, é o produto mais significativo da Apple desde o Apple Watch em 2015, mas o preço de US$ 3.500, os casos de uso incertos, a seleção limitada de conteúdo de realidade mista e a natureza incipiente da tecnologia significam que ele deve atrair inicialmente um pequeno grupo de entusiastas.

Para ampliar a categoria para mais consumidores, a Apple trabalha em um modelo mais barato, bem como em uma versão Pro de segunda geração para lançamento até 2026.

O dispositivo combina realidade virtual e aumentada, o que significa que pode envolver o usuário em conteúdo com displays de alta resolução — ideal para assistir vídeos — ou colocar aplicativos sobre o campo de visão do usuário, permitindo que mensagens e notificações apareçam sem sobrecarregar a pessoa.

A Apple pedirá aos compradores nas lojas que agendem um horário para comprar o Vision Pro.

Isso segue uma estratégia que a empresa usou para o Apple Watch em 2015. A ideia por trás é garantir que os clientes saiam da loja com um produto que se ajuste corretamente. Se aplicável, a empresa pedirá aos usuários sua prescrição visual para lentes de inserção por meio de um portal online.

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Para determinar a vedação de luz correta - o componente que impede a entrada de luz no campo de visão do usuário -, a Apple desenvolve um aplicativo para iPhone que escaneará a cabeça da pessoa, além de uma máquina física. Compradores online também serão solicitados a enviar seus dados de prescrição e usar o aplicativo de escaneamento facial para determinar o tamanho dos acessórios.

Pessoas familiarizadas com o lançamento comercial dizem que ele será o mais complexo da Apple até o momento e exigirá a resolução de desafios logísticos complexos na cadeia de suprimentos, treinamento de vendedores para configurar o dispositivo e ensino aos clientes como usá-lo. Nesse sentido, a empresa não planeja associar-se a revendedores terceirizados para oferecer o Vision Pro pelo menos até 2025. A maioria das lojas terá apenas uma ou duas unidades de demonstração inicialmente, devido à oferta limitada e ao alto custo dos dispositivos.

Anos atrás, a Apple previa fabricar até vários milhões de unidades em seu primeiro ano, mas reduziu as expectativas para cerca de 1 milhão. Antes de sua introdução, a Apple reduziu esse número para cerca de 900.000 unidades.

O Financial Times relatou recentemente que a meta foi reduzida pela metade devido ao processo complexo de fabricação do dispositivo. O Vision Pro possui telas micro-OLED duplas de 4K, além de eletrônicos internos curvos e chips duplos.

Customização necessária

Além do próprio dispositivo, os acessórios correspondentes também apresentam desafios logísticos, segundo as pessoas familiarizadas com o processo. A empresa disse que oferecerá faixas de cabeça e vedação de luz em vários tamanhos diferentes, que as lojas precisarão ter em estoque.

Diferentes consumidores podem precisar de tamanhos muito diferentes, o que significa que as lojas precisarão oferecer acessórios extras se, por exemplo, alguém quiser deixar outra pessoa experimentar o dispositivo ou se o tamanho do rosto mudar.

A Apple se associou à Carl Zeiss AG para fabricar as lentes de prescrição opcionais para o dispositivo, e as lojas da Apple precisarão ter em estoque centenas ou milhares de lentes.

A tarefa se torna mais complexa nos casos em que um usuário pode ter prescrições diferentes para cada olho. Além da vedação de luz e faixa de cabeça, o Vision Pro inclui um carregador semelhante ao incluído com o MacBook Pro, bem como uma bateria externa de duas horas.

Durante os testes do dispositivo, a Apple descobriu que algumas pessoas com tamanhos corporais e cabeças menores teriam dificuldade em usar o headset por mais de meia hora, o tempo que a empresa permitiu que membros da mídia testassem o Vision Pro após sua introdução. A Apple procurou compensar esse problema com o recente desenvolvimento de uma segunda alça que fica sobre a parte superior da cabeça do usuário. O design desse acessório ainda não está finalizado.

A Apple também investigou como o Vision Pro se ajustaria para pessoas que usam roupas culturais, como o hijab. Ciente de que alguns clientes podem não usar roupas com bolsos capazes de armazenar a bateria, a empresa considerou pedir aos fabricantes de acessórios que criassem bolsas para serem usadas no ombro.

Outros acessórios poderão ser vendidos para proteger o dispositivo. A empresa descobriu que a parte frontal do headset pode ser propensa a arranhões, mas provavelmente terceirizará a fabricação de protetores de tela para fabricantes de terceiros, como faz com seus outros produtos.

Outra preocupação é o vidro frontal que pode quebrar se o usuário colidir com uma parede ou objeto. Para evitar tais incidentes, a Apple incluiu alertas para desencorajar as pessoas a usar o dispositivo enquanto caminham em certas velocidades.

Para aqueles que estão em movimento rápido, como em um carro ou avião, a empresa desenvolveu o que é chamado de Modo de Viagem. Isso permite que o passageiro esteja totalmente imerso em realidade virtual sem limitações.

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