Apple: vendas abaixo do esperado do iPhone ofuscam expansão em serviços

Vendas do telefone celular caíram 2,4%, para US$ 39,7 bilhões, no terceiro trimestre fiscal, disse a empresa nesta quinta; ações recuam cerca de 2% no after hours

iPhone 14: vendas do celular ficaram aquém das estimativas de analistas de Wall Street
Por Mark Gurman
03 de Agosto, 2023 | 07:35 PM

Bloomberg — A Apple (AAPL) relatou vendas trimestrais do iPhone, seu principal produto, abaixo das expectativas, o que ofuscou a receita de serviços de nível recorde da empresa mais valiosa do mundo.

As vendas do celular caíram 2,4% - para US$ 39,7 bilhões - no terceiro trimestre fiscal, conforme a Apple informou em comunicado na quinta-feira (3), em comparação com a estimativa média dos analistas de US$ 39,8 bilhões.

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A receita geral de US$ 81,8 bilhões ficou ligeiramente acima das projeções, impulsionada pelos ganhos com serviços. A empresa não forneceu guidance para o trimestre atual.

Os resultados mostram que mesmo o tão valorizado e desejado iPhone sofre com uma queda mais ampla nos smartphones. A Qualcomm, fabricante de chips para dispositivos móveis e fornecedora de iPhones, havia suscitado receios sobre a demanda com seus resultados na quarta-feira (2), o que fez com que suas ações despencassem antes do relatório de resultados da Apple.

“O ambiente é desafiador”, disse Daniel Flax, analista sênior de pesquisa na Neuberger Berman, em entrevista a Scarlet Fu na Bloomberg Television. “Os consumidores enfrentam pressão de taxas de juros e de inflação mais alta. Há muitos ventos cruzados que a Apple, assim como muitas outras empresas, não pode evitar.”

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Não ajudou o fato de que a Apple teve poucos produtos novos no último trimestre - além de atualizações marginais em seus computadores de mesa de alta qualidade e um MacBook Air maior. O trimestre atual será diferente, com o lançamento previsto do novo iPhone 15 e de Apple Watches.

As ações da Apple oscilaram nas negociações após a divulgação do relatório financeiro, subindo brevemente antes de recuarem cerca de 2%. Elas haviam subido 47% em 2023 até o fechamento desta quinta, como parte de um rali mais amplo impulsionado pela tecnologia da Inteligência Artificial neste ano.

Expectativas para o iPhone 15

As vendas da linha do iPhone 14 têm diminuido à medida que a empresa se prepara para lançar o próximo modelo, que promete ser o upgrade mais significativo do iPhone em três anos.

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Os novos iPhones normalmente são lançados em setembro, algumas semanas antes do final do quarto trimestre fiscal da empresa. Isso significa que a maior parte das vendas ocorre no período seguinte, o primeiro trimestre fiscal da Apple, que é invariavelmente sua época mais lucrativa do ano.

Os modelos do iPhone 15 Pro irão adicionar novos recursos, como uma estrutura de titânio, bordas mais finas ao redor da tela e um processador mais rápido. Mas, dada a queda lenta dos gastos do consumidor, ainda pode ser difícil convencer alguns consumidores a fazer o upgrade.

A Apple informou aos fornecedores que espera que as encomendas do aparelho permaneçam estáveis em relação ao ano anterior durante todo o restante de 2023, em cerca de 85 milhões de unidades. Outros fabricantes de telefones móveis, incluindo a Samsung, também viram as vendas de seus dispositivos diminuírem ou se manterem estáveis.

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Enquanto isso, o iPad sofreu uma queda nas vendas de 20% no último trimestre. Esse negócio gerou US$ 5,79 bilhões, em comparação com as previsões de cerca de US$ 6,33 bilhões. A Apple não atualizou nenhum de seus tablets desde o ano passado e não fará mudanças significativas na linha até 2024.

A empresa está se preparando para anunciar um iPad Pro renovado com uma tela superior na primeira metade daquele ano, segundo a Bloomberg News.

O Mac tem mostrado sinais de recuperação de uma grande queda passada. Embora suas vendas tenham caído 7,3%, para US$ 6,84 bilhões, isso superou a estimativa média de US$ 6,37 bilhões. Os únicos produtos novos importantes que a Apple lançou no terceiro trimestre foram Macs: o novo MacBook Air com tela maior e as máquinas de mesa voltadas para profissionais que foram introduzidos em junho.

O segmento de wearables, casa e acessórios, que inclui o Apple Watch e os AirPods, faturou US$ 8,28 bilhões. Isso ficou abaixo das estimativas de US$ 8,38 bilhões.

A Apple se prepara para lançar novos relógios em setembro com melhor desempenho e novas cores - embora não haja muitos recursos novos. No outono passado, a empresa lançou três novos modelos, incluindo uma versão Ultra de alta qualidade, que ajudou a aumentar o preço médio de venda.

A receita de serviços foi o destaque, subindo 8,2%, para US$ 21,2 bilhões. Isso superou as estimativas de US$ 20,8 bilhões.

O crescimento foi “impulsionado por mais de 1 bilhão de assinaturas pagas”, disse o CEO Tim Cook no comunicado.

- Com a colaboração de Tom Giles.

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