Apple testa inovação no mercado: impressão 3D em seus smartwatches

Big tech busca uma nova maneira de fabricar o chassi de aço do seu Apple Watch, um processo que abreviaria o tempo de fabricação e beneficiaria o meio ambiente

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Bloomberg — A gigante da tecnologia Apple (AAPL) está testando o uso de impressoras 3D para produzir os chassis de aço de vários de seus próximos Apple Watches, de acordo com fontes familiarizadas com o assunto, o que representaria uma grande mudança na forma como a empresa fabrica seus itens.

A técnica eliminaria a necessidade de cortar grandes folhas de metal para moldar o produto.

Isso reduziria o tempo necessário para fabricar os produtos e ajudaria o meio ambiente ao usar menos material, afirmam as fontes à Bloomberg News, que pediram para não serem identificadas por se tratar de um projeto privado.

A nova abordagem poderia simplificar a cadeia de suprimentos da Apple e iniciar um processo novo e mais abrangente. Se o projeto do Apple Watch funcionar como planejado, a empresa procurará expandir o processo para mais produtos nos próximos anos, de acordo com fontes.

Uma porta-voz da empresa sediada em Cupertino, Califórnia, não quis comentar.

Até agora, a Apple tem empregado um método de produção mais tradicional para seus relógios de aço inoxidável, que representam cerca de 10% do total de unidades da linha de produtos.

Um processo conhecido como forja é usado para formar tijolos de material em um bloco menor de metal semelhante ao tamanho do dispositivo. Em seguida, uma máquina CNC (controle numérico computadorizado) é usada para cortar o metal e moldar o design exato e os furos para os botões.

A nova técnica usa um tipo de impressão 3D chamado Binder Jetting para criar o contorno geral do dispositivo próximo ao seu tamanho real, ou o que é conhecido na manufatura como “forma quase líquida”.

A impressão é feita com uma substância em pó, que depois passa por um processo chamado sinterização. Ele usa calor e pressão para espremer o material no que parece ser o aço tradicional. O design e os recortes exatos são então moldados como no processo anterior.

A abordagem beneficia o meio ambiente porque utiliza apenas a quantidade aproximada de metal necessária para criar as capas dos dispositivos.

Em outro passo em direção à sustentabilidade, a Apple planeja usar novos materiais para substituir o couro em algumas de suas novas capas para iPhone e outros acessórios, segundo outras pessoas com conhecimento do assunto.

O trabalho de impressão em 3D é liderado pela equipe de design de fabricação da Apple, supervisionada por Rob York, vice-presidente da empresa, e subordinada ao diretor de operações Sabih Khan.

A mudança para caixas de relógio impressas em 3D tem sido um empreendimento caro para a Apple e seus fornecedores, mas deve simplificar a produção e potencialmente reduzir os custos ao longo do tempo. Por enquanto, o custo por caixa de relógio com o novo processo está alinhado com o do método anterior.

O trabalho ainda está em sua fase inicial e, por enquanto, será reservado para produtos de menor volume. A maioria dos chassis do Apple Watch é feita de alumínio, não de aço inoxidável. A empresa não avançou na produção em massa de capas impressas em 3D a partir desse material, que também é usado em Macs e iPads, bem como em iPhones de baixo custo.

Mas a empresa está buscando trazer materiais de impressão 3D, como aço e titânio, para mais dispositivos.

A iniciativa é um dos primeiros casos de uso de aglutinante para produzir em massa uma peça de metal de alto volume. Fazer do Apple Watch um caso de teste para novas tecnologias faz parte de um padrão da empresa.

A Apple adicionou, por exemplo, molduras de aço ao iPhone dois anos depois que elas apareceram no Apple Watch original. E os iPhones de última geração deste ano usarão titânio um ano depois que o material foi lançado no Apple Watch Ultra.

-- Com a colaboração de Debby Wu

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