Bloomberg — O presidente Donald Trump disse que o CEO da Apple, Tim Cook, prometeu a ele que a fabricação da empresa seria transferida do México para os EUA durante uma reunião na Casa Branca nesta semana.
Cook “parou duas fábricas no México” e, em vez disso, construirá produtos nos EUA, disse Trump na sexta-feira (21). Segundo o presidente, Cook também prometeu centenas de milhões de dólares em investimentos nos EUA.
“Eles não querem ser incluídos nas tarifas”, disse Trump.
Não está claro a que instalações de fabricação Trump estava se referindo, embora a Foxconn - que fabrica os iPhones da empresa - já tenha uma grande presença de fabricação no México e tenha anunciado planos para expandir sua presença lá.
Um representante da Apple não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
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Cook está entre os líderes do setor de tecnologia que procuraram cultivar um relacionamento próximo com o presidente desde sua reeleição, participando de sua posse no mês passado e viajando para sua propriedade em Mar-a-Lago, na Flórida, durante a transição presidencial.
A Apple corre o risco de ser pega no meio de uma escalada da disputa comercial entre os Estados Unidos e a China, com a tarifa de 10% imposta por Trump sobre os produtos fabricados na China representando um desafio para a Apple, já que a empresa busca lidar com as vendas fracas do iPhone.
A China está avaliando uma investigação sobre as políticas da Apple e as taxas que ela cobra dos desenvolvedores de aplicativos. A China é o maior centro de fabricação da Apple, enquanto os EUA são seu maior mercado.
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Durante o primeiro mandato de Trump, Cook conseguiu alavancar seu relacionamento com o presidente para obter isenções tarifárias exclusivas para seu iPhone. Mas o presidente sugeriu que os dispositivos da empresa podem não ter tanta sorte desta vez, já que ele pretende impor novas e abrangentes tarifas sobre produtos importados, dizendo aos repórteres que está procurando evitar isenções.
O governo de Taiwan se comprometeu a ajudar empresas como a Foxconn, também conhecida como Hon Hai Precision Industry, a mudar as linhas de produção após as ordens executivas de Trump que impuseram tarifas gerais de 25% sobre o Canadá e o México. Trump suspendeu a implementação dessas tarifas por enquanto, mas disse que elas ainda poderiam voltar a vigorar, se ele não visse progresso suficiente nas prioridades de imigração e combate ao narcotráfico.
Logo após a eleição, Cook postou nas redes sociais que a Apple estava “ansiosa para se envolver com Trump e sua administração para ajudar a garantir que os Estados Unidos continuem a liderar e a ser alimentados por engenhosidade, inovação e criatividade”.
Mas Trump também discutiu com a empresa sobre suas políticas de privacidade, dizendo que ela deveria fazer mais para ajudar a polícia federal a acessar telefones criptografados. A Apple tem resistido às solicitações das autoridades policiais para criar uma porta dos fundos em seu sistema operacional de telefone que permitiria às autoridades acessar dados sem a senha do usuário, dizendo que isso poderia deixar os telefones vulneráveis a hackers.
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