Apple prevê impulso nas vendas de iPhones com novos recursos de IA

Tim Cook, CEO da empresa, disse que os próximos recursos da Apple Intelligence fornecerão um motivo para os clientes comprarem novos smartphones

Receita da empresa teve aumento de 5% para US$ 85,8 bilhões no trimestre encerrado em 29 de junho; valor superou a estimativa dos analistas de US$ 84,5 bilhões
Por Mark Gurman
02 de Agosto, 2024 | 02:15 PM

Bloomberg — A Apple (AAPL) prevê que seus novos recursos de inteligência artificial estimularão as trocas por modelos mais novos do iPhone nos próximos meses, ajudando a empresa a se reerguer de uma desaceleração nas vendas que afetou especialmente os negócios na China.

Em uma teleconferência na quinta-feira (1º) para discutir os resultados do terceiro trimestre, o CEO Tim Cook disse que os próximos recursos da Apple Intelligence fornecerão um novo motivo para os clientes comprarem novos smartphones.

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"Será um momento muito importante para um ciclo de atualização atraente", disse ele aos analistas durante a teleconferência.

Os comentários foram feitos após a divulgação de resultados do terceiro trimestre fiscal da empersa, que foram prejudicados pelas vendas fracas na China. A Apple retornou ao crescimento da receita no período, que terminou em 29 de junho, com um aumento de 5% para US$ 85,8 bilhões. O valor superou a estimativa dos analistas de US$ 84,5 bilhões.

Entretanto, as vendas da China caíram 6,5%, para US$ 14,7 bilhões, abaixo da projeção de US$ 15,3 bilhões de analistas de Wall Street.

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  A receita cresceu 5% no último trimestre, um ritmo mais rápido do que o esperado

As ações da Apple subiam 2,87% em Nova York por volta das 13h50, no horário de Brasília. Os papéis tinham ganho acumulado de 13% este ano até o fechamento de quinta-feira, impulsionadas pela esperança dos investidores de que a nova tecnologia de inteligência artificial ajudaria a impulsionar as vendas.

Os resultados da China reacenderam os temores de que a Apple esteja perdendo terreno em um de seus mais importantes mercados fora dos EUA. A empresa enfrenta a concorrência mais acirrada no país, e o governo chinês tem restringido o uso de tecnologia estrangeira em alguns locais de trabalho. O crescimento econômico da China também piorou.

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A Apple atribuiu grande parte do declínio ao impacto da valorização do dólar, dizendo que os negócios subjacentes na China estão, na verdade, mais saudáveis do que antes. Há três meses, os executivos afirmaram que a desaceleração não tinha tanto a ver com o baixo desempenho do iPhone e, sim, com as vendas fracas de outros produtos.

“Sabemos que é um mercado de smartphones muito competitivo, mas achamos que estamos nos saindo muito bem no contexto da economia em geral”, disse o diretor financeiro Luca Maestri a Emily Chang, da Bloomberg Television.

Cook disse durante a teleconferência que a Apple ainda tem fé no mercado. “Não sei como está cada capítulo do livro, mas estamos muito confiantes no longo prazo”, disse ele.

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A Apple disse que as vendas totais no trimestre até setembro crescerão em um nível semelhante às do período anterior, o que implica um aumento de cerca de 5%. Wall Street projetou um aumento de 4%. Os serviços serão um destaque no período, com um avanço de dois dígitos, disseram os executivos.

Os lucros totalizaram US$ 1,40 por ação no terceiro trimestre, superando os US$ 1,35 estimados pelos analistas. O período que se encerra em junho é normalmente um dos mais lentos da Apple, pois ocorre em um momento em que muitos clientes aguardam a chegada do próximo iPhone.

As vendas do principal produto da Apple, o iPhone, somaram US$ 39,3 bilhões. Embora o número tenha caído ligeiramente em relação ao ano anterior, ele superou as expectativas de Wall Street. Três meses atrás, a empresa se recusou a prever a receita do iPhone para o período de junho — um sinal de que ainda estava insegura sobre o instável mercado de smartphones.

Retorno do iPad

O negócio de iPad da Apple se beneficiou do lançamento de novos modelos. A empresa lançou grandes atualizações em maio, depois de um período lento para a linha de tablets. Os novos produtos incluíram um iPad Pro mais caro com um chip M4, bem como uma versão mais rápida do iPad Air com uma opção de tela maior.

A empresa sediada em Cupertino, na Califórnia, registrou uma receita de US$ 7,16 bilhões na categoria, um aumento de 24%. Isso superou a estimativa de US$ 6,6 bilhões.

A Apple disse anteriormente que esperava que o iPad crescesse em uma porcentagem de dois dígitos durante o período de junho — algo que foi facilmente alcançado. Durante vários meses, alguns clientes e escolas estavam adiando a compra do iPad na expectativa dos novos modelos.

“Cerca de metade dos clientes que compraram um iPad adquiriram o produto pela primeira vez”, disse Maestri.

Além do novo iPad Pro e do iPad Air, a Apple trabalha em versões do iPad básico e do iPad mini com processadores mais rápidos. Isso poderia estimular atualizações adicionais quando forem lançadas nos próximos meses.

Apple Intelligence

A empresa também revelou a Apple Intelligence no último trimestre, exibindo as novas ferramentas de IA em sua conferência de desenvolvedores em junho. Mas a tecnologia — destinada ao iPhone, iPad e Mac — não deve ser lançada para os clientes até outubro.

A Apple também ainda não explicou como planeja gerar receita com os recursos, além de estimular a demanda por dispositivos compatíveis. E a tecnologia não estará disponível na China em um primeiro momento.

O negócio de serviços, que inclui a App Store, a Apple Music e a plataforma de streaming Apple TV+, continua a ser um motor de crescimento. Ele gerou US$ 24,2 bilhões em vendas no último trimestre, um aumento de 14%.

Wall Street esperava uma receita de serviços de pouco menos de US$ 24 bilhões. Ainda assim, a unidade está sob pressão dos órgãos reguladores que buscam mudanças na App Store, que eles consideram uma força anticompetitiva no setor. Isso poderia, em última análise, limitar a capacidade da Apple de coletar receitas de assinaturas e downloads de aplicativos.

A receita de computadores Mac aumentou 2,5% para US$ 7,01 bilhões, ajudada pelo início da temporada de compras de volta às aulas. O resultado ficou em linha com as previsões de Wall Street.

A Apple não fez grandes mudanças no Mac desde o final do ano passado, mas adicionou o chip M3 ao laptop MacBook Air em março. A linha de computadores poderá receber um impulso no final deste ano, quando a Apple iniciar uma mudança para o chip M4, mais potente. A empresa planeja atualizar todas as linhas de Mac com o novo processador, que pode lidar melhor com tarefas de IA, informou a Bloomberg News.

Na categoria de dispositivos vestíveis, para casa e acessórios — que já foi muito importante e que inclui AirPods, Apple Watch, o set-top box de TV da empresa, fones de ouvido Beats e HomePods — continuou a ter dificuldades. A unidade gerou US$ 8,1 bilhões em vendas, uma queda de 2,3%. Ainda assim, o resultado foi melhor do que a estimativa de US$ 7,8 bilhões.

A Apple fez apenas pequenas alterações em sua linha mais recente de smartwatches, e uma disputa de patentes forçou a empresa a remover um recurso de oxigênio no sangue de alguns modelos. A empresa também não atualiza seus fones AirPods há vários trimestres.

Mas os reforços estão a caminho: a Apple planeja adotar telas maiores para alguns modelos de relógios este ano, juntamente com uma renovação dos AirPods de baixo e médio porte.

A próxima linha do iPhone 16 deve alimentar a demanda. Mas os novos modelos não incluirão grandes mudanças no design. O discurso de marketing da empresa para o iPhone 16 será mais voltado para o Apple Intelligence, processadores mais rápidos, adição de um botão Action nas versões de baixo custo e um botão de controle de câmera nos modelos Pro mais recentes.

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