Bloomberg — A aposta de Mark Zuckerberg no metaverso inicialmente parecia um erro colossal e reduziu o seu patrimônio líquido em mais de US$ 100 bilhões. Mas a estratégia agora tem trazido grandes resultados.
Impulsionado pelo preço recorde das ações da Meta Platforms (META), o patrimônio líquido de Zuckerberg aumentou quase seis vezes em menos de dois anos, para US$ 201 bilhões, a primeira vez que ele ultrapassa a marca de US$ 200 bilhões, de acordo com o Índice de Bilionários da Bloomberg.
Ele subiu para a quarta posição na lista das 500 pessoas mais ricas do mundo, atrás de Elon Musk, Jeff Bezos e Bernard Arnault.
Embora outros titãs da tecnologia também tenham apresentado grandes aumentos em seus patrimônios líquidos neste ano — o CEO da Nvidia (NVDA), Jensen Huang, por exemplo, mais do que dobrou sua riqueza para US$ 106,2 bilhões —, nenhum deles cresceu tanto quanto o de Zuckerberg.
Ele adicionou US$ 73,4 bilhões à sua fortuna desde 1º de janeiro, graças à sua participação de 13% na Meta. As ações fecharam em um recorde histórico na quarta-feira (25) e subiram 60% este ano.
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O resultado contrasta fortemente com o cenário em 2022, quando as ações e o patrimônio líquido de Zuckerberg despencaram após sua empresa passar por grandes mudanças, incluindo a troca de nome e grandes investimentos no metaverso.
Na época, a Meta lutava para se firmar no mercado de vídeos curtos, enquanto a concorrente TikTok ganhava popularidade.
Agora, os analistas acreditam que a mudança de Facebook para Meta finalmente está se concretizando, já que a empresa aposta fortemente em seus óculos de realidade aumentada Orion. Sem contar, é claro, na política agressiva de cortes de custos conduzida principalmente em 2023.
“Com a confluência das melhorias de hardware da Meta nos últimos cinco anos e o progresso com a inteligência artificial, o Orion representa a evolução da Meta de uma empresa de redes sociais para uma empresa de metaverso”, escreveram os analistas da JMP Securities em uma nota aos investidores nesta semana.
Desde 2022, a Meta cortou dezenas de milhares de funcionários, reduzindo sua força de trabalho global em 25%.
A empresa, com sede em Menlo Park, na Califórnia, tomou medidas para melhorar o desempenho de seus papéis, incluindo um programa de recompra de ações de US$ 50 bilhões e o primeiro dividendo trimestral da história da Meta.
A empresa também aderiu à onda de inteligência artificial, investindo pesadamente em data centers e poder de computação, enquanto Zuckerberg trabalha para construir uma posição de liderança na corrida pela IA.
Recentemente, a empresa anunciou mais investimentos em criadores gerados por IA, que interagem individualmente com fãs online.
A imagem pública de Zuckerberg também mudou dramaticamente em relação a dois anos atrás. Antes retratado como um nerd da tecnologia, o CEO de 40 anos agora pratica wakesurf e artes marciais mistas.
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Uma foto de uma estátua de 2,10 metros de sua esposa, Priscilla Chan, recentemente viralizou no Instagram, com Zuckerberg afirmando que estava “trazendo de volta a tradição romana de fazer esculturas de sua esposa”.
Ele também disse que planeja ficar fora da política. Depois de anteriormente compartilhar suas opiniões sobre justiça social, desigualdade e questões de imigração, ele expressou publicamente arrependimento sobre parte de sua atividade política.
“O ambiente político, acho que não tinha muita sofisticação para entender o cenário, e acho que simplesmente diagnostiquei o problema de maneira fundamentalmente errada”, disse ele durante um evento de podcast ao vivo em São Francisco.
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