Alexa 2.0: Amazon usa IA em nova versão de assistente para concorrer com o ChatGPT

Limitação de tecnologia gerou atrasos no lançamento da nova versão do Echo, que vai permitir diálogo fluido e contínuo

O lançamento é a maior reformulação da assistente ativada por voz desde que a Amazon o apresentou há mais de uma década (Foto: Michael Nagle/Bloomberg)
Por Matt Day - Mark Gurman
26 de Fevereiro, 2025 | 03:45 PM

Bloomberg — A Amazon anunciou uma nova versão da Alexa com inteligência artificial.

O lançamento é a maior reformulação do assistente ativado por voz desde que a Amazon o apresentou há mais de uma década. A mudança é um teste para saber se a empresa e seu novo czar de dispositivos, o ex-chefe da Microsoft Surface, Panos Panay, podem revitalizar sua mais importante franquia de eletrônicos de consumo.

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A visão da Amazon para a Alexa sempre foi ambiciosa, mas “até este momento, fomos limitados pela tecnologia”, disse Panay, que lidera a unidade de Dispositivos e Serviços, em um evento em Nova York na quarta-feira (26). Panay disse que as equipes haviam redesenhado “toda a Alexa”.

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Um vídeo de demonstração mostrou Alexa comprando ingressos para shows, fazendo reservas em restaurantes e enviando mensagens de texto para uma babá. “Ela é útil”, repetiu Panay, antes de conduzir o que ele disse ser uma conversa ao vivo com o software atualizado. Durante a apresentação, ele demonstrou uma conversa fluida e contínua, diferente das interações com uma única pergunta com as quais os usuários da Alexa estão familiarizados.

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Os alto-falantes inteligentes Echo com Alexa foram os gadgets mais populares do final dos anos 2010. A empresa fez um grande esforço para capitalizar esse interesse, lançando uma enxurrada de dispositivos e buscando maneiras de atrair o crescente público de pessoas que interagiam com a Alexa para gastar algum dinheiro na plataforma.

Mas as compras por voz foram em grande parte um fracasso, e outras fontes de receita não se concretizaram como a empresa esperava.

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Os engenheiros que trabalharam na Alexa nos últimos anos dizem que o clima na divisão azedou quando os executivos reduziram as contratações e depois demitiram milhares de funcionários. Quando a OpenAI lançou seu ChatGPT, propenso a erros, mas estranhamente humano, no final de 2022, a Alexa ainda estava lutando para encontrar novas maneiras de engajar uma enorme base de usuários que usava o assistente principalmente como cronômetro de cozinha e máquina de perguntas e respostas.

O antecessor de Panay, Dave Limp, anunciou uma Alexa com tecnologia de IA em setembro de 2023. Os executivos estavam tão confiantes na chegada iminente da nova versão que os usuários foram convidados a registrar seu interesse em receber a atualização. Internamente, a Amazon estava planejando uma data de lançamento para o início de 2024 para uma versão de teste.

Mas o lançamento foi adiado por cerca de um ano porque o software não estava pronto. Alguns dos primeiros testadores descobriram que a nova Alexa não era tão boa quanto o ChatGPT, enquanto outros disseram que o assistente de voz tinha a tendência de ficar enrolando.

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As dificuldades se deveram, em parte, à natureza delicada da inteligência artificial generativa, que é propensa a incluir informações incorretas em respostas que parecem corretas. A Amazon também teve dificuldades para adaptar seu software à era da IA, pois ele foi projetado não para gerar respostas instantâneas, mas para buscar respostas pré-escritas em um banco de dados. Em testes internos, alguns aparelhos com a Alexa simplesmente pararam de funcionar como resultado da tentativa de mudança para a IA.

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Internamente, a Amazon não queria correr o risco de lançar o software prematuramente, imaginando que a empresa poderia ter apenas uma boa chance de recuperar o brilho da Alexa para a era da IA.

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