Turbi chega ao breakeven, capta R$ 322 milhões e planeja dobrar frota de veículos

Startup de locação levantou Série D de R$ 72 milhões e captou outros R$ 250 milhões via debêntures; CEO Diego Lira e diretor de RI, Eduardo Portelada, contam os próximos passos à Bloomberg Línea

Turbi
Por Marcos Bonfim
29 de Janeiro, 2025 | 08:00 AM

Bloomberg Línea — Locadora de veículos para o público final, a Turbi começa o ano com a “casa arrumada” e prevê acelerar o crescimento e dobrar as receitas, em movimento semelhante ao registrado em 2024.

A startup chegou ao breakeven no último trimestre do ano passado, após reestruturar a operação e abrir a vertical de venda de veículos seminovos a empresas e ao consumidor final.

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Nesse processo, a locadora anuncia ao mercado a entrada de R$ 322 milhões no caixa. Em uma rodada Série D, a startup captou R$ 72 milhões com fundos já presentes no captable.

A Turbi não abriu quais gestoras entraram na rodada - ARC Capital, Reag Investimentos, Clave Capitals, Domo.VC e Carbyne Investimentos são alguns dos atuais investidores.

A maior parte do capital veio da emissão de debêntures no valor de R$ 250 milhões. A captação foi a maior entre as dez emissões na história da startup, fundada em 2017.

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Na soma de todas as emissões, aproximadamente R$600 milhões foram levantados. Ao longo do ano de 2025, a startup prevê captar mais R$ 1 bilhão para financiar a compra de veículos.

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A Turbi atua no mercado paulista, em cidades como São Paulo, Guarulhos, Osasco e na região do ABC. Com 300 estacionamentos, que funcionam 24h por dia, a Turbi opera no modelo de car sharing, que permite ao usuário alugar o automóvel por horas, em contraposição às tradicionais diárias.

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“Se você parar para pensar, a forma de se alugar um carro hoje em uma grande locadora é praticamente idêntica ao que se fazia em 1985, em que pese todo o avanço tecnológico que experimentamos”, afirmou Eduardo Portelada, diretor de Relações com Investidores da Turbi, à Bloomberg Línea.

A startup trabalha com uma frota que conta atualmente com 5.000 veículos automáticos e usa um sistema digital, sem a necessidade de intervenção humana para locação ou devolução.

Para chegar ao modelo, os fundadores Diego Lira e Daniel Prado investiram no desenvolvimento de tecnologias proprietárias, hoje capazes de monitoramento de risco, gestão de frotas e de reservas e análise preditiva, em relação a revisões e manutenção preventiva dos veículos.

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“As pessoas falam muito hoje sobre IA e o potencial de trazer eficiência, mas começamos a fazer isso em 2017. Isso faz com que possamos oferecer um preço mais competitivo”, afirmou Lira, CEO da operação. “Conseguimos entregar o veículo que o cliente quer, com a placa e a cor desejada.”

Novos negócios

A entrada dos novos recursos deve pavimentar o crescimento da frota em 100%, ou seja, para 10.000 veículos, além de avançar em novas frentes de negócios.

Ainda há planos para expansão geográfica e para ampliar a densidade da operação nas cidades atuais. “Mesmo que cheguemos a uma frota com 25.000, 30.000 carros, podemos permanecer nas mesmas praças em que estamos hoje”, disse Lira.

Atualmente, a Turbi opera com capacidade ociosa em todos os 300 estacionamentos em que está presente.

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No início da operação, a startup usava veículos sublocados. Esse formato foi substituído por completo ao longo de 2024: a Turbi passou a adquirir os veículos e vendê-los após um período de cerca de 18 meses de uso.

“Durante os seis primeiros anos da operação, não tínhamos os carros e o lucro com a venda ficava com a locadora. Quando concluímos a primeira captação de dívida, em 2022, no valor de R$ 100 milhões, fizemos a primeira compra; e, no começo de 2024, acertamos a nossa primeira venda”, contou Portelada.

Diego Lira, CEO da Turbi: Em 2025, a nossa estimativa é superar em três vezes o resultado de 2024

A estratégia abriu às portas à nova unidade de negócios, estruturada com a contratação de profissionais egressos de concorrentes como Kavak, Localiza e Movida. A Turbi oferta os automóveis tanto para empresas, uma via para obter liquidez, quanto para consumidores finais, operação com maior rentabilidade.

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A nova estrutura, somada a mudanças tecnológicas, também contribuiu para a melhora operacional do negócio, em um ano desafiador para o varejo como um todo. O custo de operação com os veículos caiu mais de 60%, para um valor em torno de R$ 500.

O ano passado marcou ainda a abertura da primeira loja da startup - e novas unidades devem vir neste primeiro semestre. “A venda de seminovos será uma avenida de crescimento tanto em 2025 quanto para os próximos anos. Em 2025, a nossa estimativa é superar em três vezes o resultado de 2024″, afirmou Lira.

A expansão acelerada, defendem os executivos da startup, está atrelada aos modelos de veículos ofertados: automáticos, com kit multimídia, insufilm e baixa quilometragem.

A Turbi não faz locação para gestão de frota nem para motoristas de aplicativos de mobilidade. Em geral, os veículos são colocados à venda após terem rodado em torno de 30.000 quilômetros.

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Marcos Bonfim

Marcos Bonfim

Jornalista brasileiro especializado na cobertura de startups, inovação e tecnologia. Formado em jornalismo pela PUC-SP e com pós em Política e Relações Internacionais pela FESPSP, acumula passagens por veículos como Exame, UOL, Meio & Mensagem e Propmark