Startup de atacado Cayena acerta Série B liderada pela Bicycle, de Marcelo Claure

Empresa fundada por Raymond Shayo, Gabriel Sendacz e Pedro Carvalho levanta US$ 55 mi em rodada também contou com Picus Capital, FEMSA Ventures, Globo Ventures e Canary

Marcelo Claure, founder and chief executive officer of Claure Group LLC, during the Future Investment Initiative (FFI) Institute Priority conference in Rio de Janeiro, Brazil, on Thursday, June 13. Photographer: Dado Galdieri/Bloomberg
Por Daniel Cancel
18 de Setembro, 2024 | 11:43 AM

Bloomberg — A Bicycle Capital, empresa de investimentos fundada por ex-executivos do SoftBank, incluindo Marcelo Claure, liderou uma rodada de financiamento para a Cayena, uma startup brasileira que ajuda a facilitar transações entre fornecedores e compradores no setor atacadista de alimentos.

A rodada Série B que levantou US$ 55 milhões também recebeu apoio de investidores como Picus Capital, FEMSA Ventures, Globo Ventures e Canary, de acordo com comunicado nesta quarta-feira (18).

As empresas não quiseram comentar qual o novo valuation, limitando-se a dizer que estava significativamente acima da rodada anterior de financiamento.

Para a Bicycle, é um dos primeiros investimentos desde que levantou dinheiro no ano passado para um fundo inicial com foco na América Latina.

PUBLICIDADE

Leia mais: Não estamos à caça de unicórnios, diz Nyatta, sócio de Claure no Bicycle Capital

Claure e o cofundador Shu Nyatta também investiram na startup de locação de motos Mottu. O fundo, que se concentra em Série B e rodadas posteriores e emite cheques de US$ 20 milhões a US$ 50 milhões, investirá em cerca de 10 a 15 empresas, disse Nyatta no ano passado.

”Nós nos envolvemos quando pensamos que o fundo pode realmente mudar o jogo e ser uma ótima opção para a empresa”, disse o cofundador da Cayena, Raymond Shayo, em entrevista à Bloomberg News.

“E pensamos que esse era exatamente o caso da Bicycle Capital. Eles são os melhores parceiros que poderíamos ter para esta próxima fase de crescimento.”

A Cayena, que conecta fornecedores de alimentos a restaurantes, bares, hotéis, escolas, empresas de catering e supermercados, usará os recursos para expandir para mais 500 cidades no Brasil a partir de suas atuais 100 localidades.

Leia mais: ‘O momento é de investir, não de vender’, diz Paulo Passoni, do Valor Capital

As vendas têm crescido cinco vezes por ano desde 2021 e devem ser de cerca de US$ 200 milhões até o final de 2024, disse a empresa em comunicado.

PUBLICIDADE

A empresa com sede em São Paulo planeja eventualmente expandir para outros países da América Latina, onde o negócio atacadista de alimentos é estimado em US$ 200 bilhões por ano.

”É uma plataforma única em que o proprietário de um restaurante tem acesso a mais de 50.000 produtos”, disse Shayo.

“Basicamente, a proposta de valor para o dono do restaurante é economizar muito tempo, economizar muito dinheiro e, em terceiro lugar, ter acesso às condições de pagamento.”

Para aliviar as dificuldades de caixa no curto prazo, a Cayena muitas vezes oferece aos clientes várias semanas para pagar, ao mesmo tempo em que garante o reembolso a fornecedores, mesmo se o usuário final entrar em inadimplência.

Shayo e os cofundadores Gabriel Sendacz e Pedro Carvalho – todos com 31 anos – se conheceram na universidade. Depois de seguirem carreiras separadas, principalmente em finanças e private equity, eles decidiram abrir uma empresa juntos em 2019.

Analisaram vários setores antes de identificarem a oportunidade para uma plataforma B2B baseada em tecnologia na indústria alimentar, uma vez que o B2C já estava bem estabelecido.

Leia mais: Sólides, apoiada por Warburg Pincus, compra RHGestor para crescer em médias empresas

A empresa é asset light e depende de redes de distribuição e empresas de logística existentes para lidar com o transporte físico.

Segundo a Cayena, muitas dessas empresas puderam criar inventários digitais e operações mais eficientes, o que, por sua vez, cria uma riqueza de dados que pode ser vendida a outras empresas para informar tendências de consumo e cotas de mercado em diferentes locais.

A empresa, que tem quase 200 funcionários, dos quais cerca de 70 são dedicados à área de tecnologia, captou US$ 3,5 milhões em setembro de 2021 e US$ 17,5 milhões adicionais seis meses depois.

Alguns de seus grandes clientes incluem Heineken, FEMSA, hotéis do grupo Accor e redes de restaurantes, incluindo o Outback Steakhouse e o Fogo de Chão.

“Podemos aproveitar toda a infraestrutura existente que temos no Brasil”, disse Shayo. “São ótimos operadores logísticos, mas, obviamente, o mercado precisa de mais informação, digitalização do trabalho e de se organizar mais.”

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

Loggi monta malha para PMEs, ganha escala e vai além da geração de caixa, diz CEO