Bloomberg Línea — Startup que busca fomentar a empregabilidade universitária, a Start Carreiras avança em sua tese de conectar três elos - alunos, universidades e empresas - com uma nova captação de recursos.
A empresa conta com uma base com mais 700 mil jovens cadastrados em sua plataforma. Inicialmente com foco em universidades mais conhecidas do público, a startup tem ampliado a abrangência e atraído grandes grupos de ensinos.
A Start acaba de anunciar um aporte Seed de R$ 13 milhões, negociado com os fundos já presentes em seu cap table. O investimento foi liderado pela Graphene Ventures e contou com a participação da Maya Capital e da Norte Ventures.
No pre-seed, anunciado no fim de 2023, a Start Carreiras tinha recebido R$ 7 milhões.
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Com base nos dados dos alunos, a startup procura oferecer uma plataforma intuitiva e com mais filtros para facilitar a vida dos mesmos - e das empresas - nos processos de seleção.
O mais novo recurso permite que os recrutadores criem prompts com a descrição da vaga, o que acelera a busca dos perfis mais adequados e o processo de contratação.
“No primeiro mês de lançamento, tivemos mais de 50 contratações. Temos uma base restrita ainda da solução, com cerca de 20 mil alunos dos 700 mil no total. A ideia é fazer o match de acordo com as habilidades”, afirmou José André Nunes, cofundador e CEO da startup.
De acordo com Nunes, o novo momento deve levar a startup a crescer cinco vezes em receita, saindo de R$ 4 milhões em 2024 para R$ 25 milhões no fim deste ano.
Com a chegada de novos alunos à plataforma - a previsão de Nunes é que o número supere 1 milhão até o fim do ano -, a startup prevê a aceleração do fluxo de admissões, o que, por sua vez, vai alimentar cada vez mais a IA e o seu caixa.
“Só com o fluxo de estágio que temos na plataforma hoje, por fechar com essas novas faculdades, são mais de cem mil estagiários por ano. O nosso objetivo é se tornar esse lugar em que as empresas entram para encontrar os estagiários, porque nós já teremos os dados de todo mundo”, afirmou o CEO.
Nunes, 24 anos, fundou a Start com dois amigos de faculdade: Alexandre Bernat, 26, e Gabriel Albuquerque, 24 -, após experiências que consideraram ruins quando começaram a procurar oportunidades de estágio.
Os três são egressos do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), instituição de ponta em que se dividiram entre os cursos de engenharia aeronáutica e computação.
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A startup também tem feito entrevistas dos alunos com o uso de IA, com geração de feedback de desempenho em tempo real. Além de prestar um auxílio aos universitários, a iniciativa serve para alimentar a base de dados e treinar os algoritmos.
“Em um futuro próximo, queremos colocar entrevista na plataforma para que os recrutadores vejam e decidam se aquele candidato pode ir ou não para uma entrevista com o gestor”, disse Nunes.
Também em desenvolvimento está o processo de fine tuning, com treinamento mais customizado de ferramentas de IAs para entender os perfis e as habilidades que determinadas empresas buscam e então apresentar os candidatos mais adequados de acordo com esse histórico.
Mudanças no modelo de negócio
A nova captação vem para acelerar os novos passos da startup, que busca se posicionar como o maior HRtech para a Geração Z na América Latina.
A Start Carreiras se inspira em nomes como a americana HandShake, que já captou US$ 434 milhões, com um valuation de US$ 3,5 bilhões em 2022.

“Nós estamos usando esse dinheiro para construir IA porque essa é uma tese muito geradora de caixa. Estamos tranquilos e devemos chegar ao breakeven nos próximos meses”, afirmou Nunes.
“O modelo funciona por contratação e a empresa só paga quando fechar com o aluno.” O valor é equivalente ao primeiro salário.
No início da jornada, a Start oferecia um software para as faculdades para fazer o onboarding dos alunos.
As empresas divulgavam as vagas, mas a startup não tinha o controle de quantas posições haviam sido fechadas com a ajuda da plataforma. O modelo de negócio também era diferente: o valor era fechado por pacote, baseado no número de vagas que as empresas pretendiam divulgar.
Outra divisão do negócio é o serviço de gestão de estágios, em que a startup acompanha a jornada dos alunos nas empresas de acordo com a Lei do Estágio.
“Em relação a empresas já conhecidas no mercado, nós conseguimos fazer tudo automatizado. O segundo pilar em que entregamos valor é em dados, com pesquisas de desenvolvimento de pessoas. Geramos muito mais insight para o RH das empresas ao plugar essas informações”, disse.
“Dá para pegar os inputs daqui e jogar na parte das novas contratações, por exemplo.”
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