Bloomberg Línea — A NetLex, plataforma brasileira de gestão de contratos (ou Contract Lifecycle Management - CLM), concluiu uma rodada de captação de R$ 126 milhões liderada pela gestora de VC do Vale do Silício Riverwood Capital.
A startup planeja usar esse capital para aprimorar produtos com o lançamento de novas soluções baseadas em inteligência artificial, e expandir a presença internacional, inicialmente em mais países da América Latina.
A solução já é oferecida em Colômbia, Argentina, Chile, México, EUA, Inglaterra, Espanha, França, Alemanha e Noruega. Hoje, 10% da receita da startup vem de fora do Brasil. “Queremos aumentar esse percentual para 40% até 2027″, disse Flávio Ribeiro, CEO e fundador do NetLex, em entrevista à Bloomberg Línea.
“Fundamos o NetLex em 2014 com o objetivo de tornar a gestão de contratos mais eficiente. A ideia inicial era automatizar e otimizar todas as etapas do ciclo de vida dos contratos, desde a criação até a gestão e encerramento”, disse Ribeiro.
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O negócio começou quando ele e o COO Wagner Possas viram uma oportunidade na ineficiência da gestão de contratos nas empresas.
O NetLex é utilizado por empresas em departamentos como jurídico, suprimentos e vendas. A plataforma otimiza a criação, negociação e assinatura dos contratos. Além disso, captura automaticamente os dados contratuais para gerenciar obrigações e gerar insights.
A startup atende empresas como Ambev, Samsung, iFood e Localiza e diz ter mais de 100 clientes entre as 500 maiores empresas do Brasil.
“Nós andamos no breakeven desde 2018. Tínhamos captado no Seed com o Canary em 2018 e a gente consolidou liderança no mercado brasileiro. Estamos maduros para dar novos passos”, afirmou o fundador.
Gustavo Pinheiro, da Riverwood Capital, agora se junta ao conselho de administração do NetLex.
A startup tinha um relacionamento com alguns fundos e a ideia inicial era fazer uma captação no final do ano. No entanto, a Riverwood se aproximou e demonstrou um grande interesse em adiantar a rodada, convencendo os sócios da NetLex de que era o momento certo para crescer e acelerar as operações.
A Riverwood é o fundo com maior participação na empresa neste momento. “Eles vão ser nossos principais sócios”, disse Ribeiro, que não divulgou a fatia acionária.
O principal desafio na expansão internacional é fazer com que a solução seja conhecida no mercado, segundo Ribeiro.
“No Brasil, as empresas já conhecem a categoria CLM e procuram ativamente por soluções. Na América Latina, ainda precisamos mostrar o valor e a necessidade de uma boa gestão contratual. Além disso, há desafios culturais e operacionais que precisaremos superar”, afirmou.
Hoje a companhia tem cerca de 160 colaboradores e espera chegar a 240 até o final do ano.
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