Bloomberg Línea — O ano de 2024 chegou ao fim do seu primeiro bimestre com crescimento nas captações de startups da América Latina. Um dos destaques foram as operações que envolveram equity, ou seja, a injeção de recursos em troca de uma participação no capital da startup beneficiada. Foram 60 rodadas de equity funding, com crescimento de 30% sobre janeiro e de 5% versus o mesmo mês de 2023, segundo relatório da Sling Hub em parceria com o Itaú BBA, publicado em primeira mão pela Bloomberg Línea.
Essas rodadas movimentaram US$ 278 milhões, segundo o levantamento. A maior parte dessas rodadas de equity funding aconteceu com startups brasileiras: 46 no total, o equivalente a 77%. E o estágio mais recorrente foi o Seed, que respondeu por 17 rodadas dessa modalidade em fevereiro.
No cálculo de diferentes formas de captação, houve 65 rodadas no mês passado para startups da América Latina, com expansão de 25% na base mensal e de 3% na comparação anual. Essas rodadas significaram a captação de US$ 482 milhões, com avanço respectivamente de 10% e de 63%.
“Pela primeira vez em cinco anos, o volume de financiamento levantado por startups latino-americanas em fevereiro aumentou em comparação com janeiro. Enquanto de 2020 a 2023, fevereiro viu uma queda média de 33% em relação a janeiro, em 2024 registramos um crescimento de 10%”, destacou João Ventura, CEO e fundador da Sling Hub, no estudo.
O estudo da Sling Hub, plataforma de inteligência de dados do universo de venture capital, apontou ainda que a Antler foi a gestora mais atuante em número de rodadas em fevereiro, com dez no total. TM3 Capital (6), Fundo Soberano do Espírito Santos (4) e Bossa Invest (3) vieram em seguida.
Nesta semana que passou, ao menos duas startups brasileiras receberam aportes de capital de risco para crescer suas operações, com áreas de atuação como marketing e recursos humanos.
Conheça mais de startups que levantaram fundos nos últimos dias:
Nemu
Martín Lemos (CEO) e Leonardo Lins (CTO) lideram a startup Nemu, que captou R$ 1,3 milhão em uma rodada pré-Seed liderada pelo fundo mexicano H20 Capital e por fundadores de empresas como iFood (Guilherme Bonifácio), RD Station (André Siqueira) e Zé Delivery (Diego Libanio), além de um ex-head of marketplace da B2W (Raoni Lapagesse).
A empresa oferece uma plataforma que promete otimizar a performance de campanhas publicitárias.
A Nemu pretende usar o dinheiro para investir em contratações e desenvolver novos produtos. A startup disse gerenciar mais de R$ 360 milhões de orçamento de mídia paga por ano e atender aproximadamente 250 companhias. O objetivo é ultrapassar a marca de 1.500 clientes até o final de 2024.
Networkme
Criada em 2020 pelo brasileiro Felipe Vieira (CEO) e pelo português Marcelo Manteigas (CTO), a Networkme conecta estudantes com o mercado de trabalho a partir de perfil comportamental e das habilidades técnicas de cada um.
A empresa anunciou que recebeu uma extensão de um aporte no valor de € 700 mil (cerca de R$ 3,5 milhões) para o início da operação no Brasil. Entre os investidores estão a Bankinter, o Big Sur Ventures, a Valutia, o Verve Capital e a Shilling.
Na Europa, a startup disse que inseriu mais de 50 mil estudantes no mercado de trabalho entre os 100 mil cadastrados na plataforma.
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