Bloomberg Línea — Em meio à temporada de eventos de inovação, a semana termina com poucos anúncios de investimentos de somas elevadas.
Uma novidade de destaque é a publicação de uma pesquisa da Endeavor Brasil que revela como empreendedores brasileiros têm explorado oportunidades em outras partes do mundo em dimensão superior à imaginada.
Apresentado no Brazil at Silicon Valley, evento organizado nos Estados Unidos por estudantes brasileiros em Standford e Berkeley, o levantamento mapeou 397 empreendedores espalhados por diversas partes do mundo.
A concentração está nos Estados Unidos, mercado de 59% dos brasileiros que decidiram emigrar para empreender.
A Califórnia, estado que abriga o Vale do Silício, é o principal destino, a tal ponto que se tornou o local de residência de 12% dos empreendedores brasileiros que trabalham no exterior; e conta com 20% das sedes de empresas fundadas por eles.
Os demais ecossistemas que atraem brasileiros são Europa, com 30%, em particular Portugal e Reino Unido; Oceania, com 4%; México e Canadá, 3%, Singapura, com 2%, e Oriente Médio, 2%.
A maior parte das startups lideradas por brasileiros no exterior está em fases iniciais de captação, em especial em rodadas Seed (28%), anjo e pré-Seed (22%). Os investimentos em Séries A e B representaram 12% cada uma e apenas 3% avançaram nos estágios de pré-IPO e IPO.
Também no evento na Califórnia, a Sequoia, um dos mais tradicionais fundos de investimento do mundo, falou sobre a disposição de investir mais no Brasil e o que busca nas startups que escolhe.
E a Tractian, startup brasileira candidata a unicórnio, contou com exclusividade à Bloomberg Línea, sobre a sua primeira aquisição e os próximos passos na estratégia de expansão. 50% da receita já é feita na América do Norte, com as operações dos Estados Unidos e México.
Nesta semana que começa, o universo de empreendedores de startups do Brasil e da América Latina e de investidores de fundos de VC que aportam na região estarão em boa parte reunidos na terceira edição do Web Summit Rio.
O evento faz parte da “franquia” Web Summit, com o flagship em Lisboa em novembro, além de edições em Toronto - o Collision - em maio e em Doha, em fevereiro.
Veja os principais aportes da semana:
Nuvia
Novata no mercado, a Nuvia captou R$ 10 milhões para sustentar a tese de uso de agentes de IA para escalar vendas no B2B. A plataforma permite a criação de campanhas personalizadas em diferentes canais, incluindo WhatsApp, LinkedIn e e-mail, além de integrações com HubSpot e Salesforce.
A rodada foi liderada pelos fundos NXTP e Gilgamesh Ventures e contou com a participação de 1616 Ventures, LASP Capital e 16z Scout Fund.
Entraram ainda os fundadores de startups como OLX, NG.CASH e Pomelo, além de investidores como Laura Constantini, Daniel Ibri e João Oliverio.
A startup levantou o capital para investir na ampliação do time e desenvolvimento da tecnologia.
i4sea
A baiana i4sea recebeu R$ 7,5 milhões, em rodada liderada pelo fundo Govtech, gerido pela KPTL e Cedro Capital. A Polaris Investimentos acompanhou o investimento.
Criada em 2016, a startup une ciência de dados, inteligência artificial e modelagem matemática para criar produtos geolocalizados para gerenciar riscos climáticos em mercados como energia, agro e engenharia civil.
Os recursos serão empregados para dar maior poder de escala à plataforma proprietária, a i4cast. A startup pretende ampliar a infraestrutura e aumentar a capacidade de atender clientes em diferentes setores.
Coalize
Em aporte Seed, a catarinense Coalize, startup de gestão de departamento pessoal para pequenas e médias empresas, recebeu R$ 3,2 milhões.
A rodada contou com a participação dos fundos Urca Angels, Grão Venture Capital, Westwood Capital, Valora Ventures e Guilherme Bonifácio, fundador do iFood.
Na prateleira de produtos, a Coalize dispõe de serviços como admissão digital, assinatura digital de documentos, gestão de ponto, distribuição de holerites, controle de banco de horas e integração com a contabilidade.
A startup foi fundada em 2020 por Bárbara Welter e Wellington “Jamal” Vitorino e conta com uma base de 3 mil empresas no portfólio. A captação vai contribuir para acelerar a expansão da startup pelo país.
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