Bloomberg Línea — A última semana de março terminou com um volume menor de capital aportado em startups da América Latina. O mês registrou menos anúncios em relação a fevereiro e também redução nos valores.
Os principais aportes foram anunciados pela Strike, startup uruguaia de cibersegurança, com US$ 13,5 milhões. A empresa está de chegada ao Brasil e deve direcionar cerca de US$ 2 milhões para se posicionar localmente.
Já a brasileira Voa Health, com menos de um ano de mercado, recebeu US$ 3 milhões em rodada Seed liderada pela Prosus Ventures. O investimento elevou o valuation da startup para mais de R$ 100 milhões.
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Veja os principais investimentos da semana:
Strike
A uruguaia Strike desembarca no Brasil após um aporte em rodada Série A de US$ 13,5 milhões, o equivalente a R$ 78,20 milhões na cotação atual.
Em operação desde 2022, a startup atua no mercado de cibersegurança com um time de hackers “éticos”, que atuam para encontrar vulnerabilidades em sistemas de grandes empresas.
A rodada foi liderada pelo FinTech Collective e teve a participação de Galícia Ventures, Greyhound Capital, FJ Labs e Canary. A Strike está presente em mais de dez países, em regiões como América Latina, Europa e Ásia e Oceania.
A entrada no mercado brasileiro é um passo na estratégia de expansão da startup, que ganhou força no ano passado com a chegada aos Estados Unidos.
Para a entrada no Brasil, a Strike estabeleceu um escritório em São Paulo e apontou um de seus primeiros funcionários para liderar a operação, o argentino Tomás Degregori.
Do valor levantado, a estimativa inicial é de que a unidade brasileira ficará com cerca de US$ 2 milhões (cerca de R$ 11,5 milhões).
Voa Health
A Prosus Ventures liderou um aporte de US$ 3 milhões, o equivalente a R$ 17,3 milhões, na Voa Health, startup brasileira de IA (Inteligência Artificial) que faz uso da tecnologia para a documentação clínica de consultas com elevados índices de precisão. O valuation supera a casa de R$ 100 milhões.
O investimento em rodada Seed será destinado para desenvolvimento de produto, ampliação de time e investimento em atendimento ao cliente, marketing e distribuição, como a frente de vendas para empresas.
Com menos de um ano de mercado, a Voa Health - fundada por Solano Todeschini e Filipe Loures - se propõe a reduzir o tempo dedicado por médicos para organizar dados não estruturados, da conversa com pacientes a exames em PDF e imagens, com uso de inteligência artificial generativa.
Solo Snacks
Especializada em snacks naturais e saudáveis, a Solo Snacks recebeu novo aporte da Moriah Asset, empresa que investe em negócios de bem-estar.
A gestora desembolsou R$ 1,4 milhão neste segundo momento e acumula R$ 2,6 milhões em investimentos na Solo, montante que garante uma participação de 30% no negócio.
Fundada em 2019, a Solo Snacks conta com doze produtos no portfólio, como frutas liofilizadas, puffs e chips de vegetais. A marca está presente em 2.000 pontos de venda em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Os próximos passos incluem a expansão para estados do Nordeste e do Sul.
A empresa também está preste a inaugurar a sua primeira fábrica, localizada em São Paulo, com R$ 1,2 milhão em investimentos.
Takeat
Startup de gestão de restaurantes, a capixaba Takeat recebeu um aporte de R$ 2 milhões para impulsionar o desenvolvimento do negócio. O investimento foi realizado por investidores-anjo como Marcel Malczewski, fundador da Bematech, Gustavo Fehlberg, ex-Burger King, Andries Oudshoorn, ex-CEO da OLX, além do Fundo Soberano do Estado do Espírito Santo (Funses).
O sistema é usado por 2.500 estabelecimentos, com concentração nas regiões Sul e Sudeste. A meta da startup, em operação desde 2020, é triplicar a base ao longo do ano.
A Takeat fechou o ano de 2024 com faturamento de R$ 4,6 milhões, alta de 110% em relação aos números de 2023. A previsão para este ano é chegar a R$ 12 milhões, o equivalente a 160% de crescimento.
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