Rodadas da semana: startups de crédito para PMEs e biotech captam recursos

A Ume recebeu US$ 15 milhões em uma rodada liderada pelo PayPal Ventures, enquanto a Cellva recebeu R$ 8,5 milhões de Proveg e Rumbo Ventures, entre outros

O varejo está no foco de startups que buscam resolver ineficiências enfrentadas por empreendedores (Foto: Jonne Roriz/Bloomberg)
31 de Agosto, 2024 | 06:19 AM

Bloomberg Línea — O mês de agosto chega ao fim e o mercado de venture capital na América Latina busca ensaiar uma recuperação depois de uma desaceleração no meio do ano. Nos últimos dias, startups de agricultura e de biotecnologia da região captaram recursos de fundos de capital de risco.

A Cellva recebeu um aporte do fundo Proveg e de Rumbo Ventures, AirCapital, Fundepar e EA Angels, além de outros investidores da plataforma Captable para focar na sua internacionalização.

A Ume participou de uma rodada de US$ 15 milhões liderada pelo PayPal Ventures, com participação da NFX, Globo Ventures, Clocktower Ventures, Big Bets, FJ Labs, Endeavor e Norte Ventures.

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Enquanto isso, a AutoAgroMachines recebeu R$ 8 milhões do Programa Prioritário Indústria 4.0 e Modernização Industrial (PPI4.0), promovido pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), para desenvolver uma máquina híbrida com Inteligência Artificial (IA).

Veja a seguir mais informações de startups que captaram nesta semana:

Ume

A startup de crédito e de pagamentos digitais Ume, voltada para PMEs (pequenas e médias empresas) do varejo, recebeu um aporte de US$ 15 milhões em uma rodada liderada pela PayPal Ventures, com participação da NFX, Globo Ventures, Clocktower Ventures, Big Bets, FJ Labs, Endeavor e Norte Ventures.

Na Ume, o modelo de negócios prevê que PMEs possam oferecer crédito de forma simples e rápida, enquanto a startup assume todo o relacionamento com o cliente final, inclusive a análise de perfil do consumidor, riscos de fraude e o processo de cobrança.

Atualmente, segundo a startup, mais de 200 mil consumidores utilizam o crédito originado pela Ume para realizar compras em uma rede de lojas com mais de 6.000 varejistas parceiros.

A fintech também captou um FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios) no valor de US$20 milhões, em parceria com Verde Asset, Wersten Asset, Itaú, Credit Saison e Milenio.

Os recursos serão destinados às áreas de vendas, marketing e, principalmente, tecnologia para acelerar a aquisição de varejos à rede e aumentar a oferta de produtos para clientes, tudo via Pix.

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A captação também vai financiar a expansão da Ume, que pretende chegar ao Sudeste.

“Ao colocar o Pix no centro de nossa estratégia, conseguimos entregar às PMEs uma variedade de serviços financeiros que elas podem oferecer de maneira fácil e conveniente para seus clientes. Assim, ajudamos o varejo a crescer”, disse Berthier Ribeiro, cofundador e CEO da Ume, em comunicado.

Cellva

A Cellva, biotech que produz bioingredientes alimentares, recebeu nesta semana um aporte que totalizou R$ 8,5 milhões, liderado pelo fundo Proveg, além de Rumbo Ventures, AirCapital, Fundepar e EA Angels, e outros investidores da plataforma Captable.

Fundada em 2022 por Sérgio Pinto, ex-diretor global de inovação e de pet food da BRF (BRFS3), e Bibiana Matte, PhD em biotecnologia pela UFRS, a companhia tem como foco a produção de bioingredientes alimentares, iniciando com gordura suína cultivada.

“O aporte é um passo fundamental para transformar a indústria alimentícia, oferecendo alternativas mais saudáveis e sustentáveis. Nossa missão é atender à crescente demanda por nutrição e qualidade”, disse Sérgio Pinto, CEO da Cellva, em nota.

A captação tem como objetivo, principalmente, a internacionalização da empresa.

A meta é levar o portfólio para outros mercados, com destaque para “microcarreadores para aplicações farmacêuticas, microcápsulas para proteção de ingredientes nobres e redução de gorduras, além de ácidos graxos essenciais derivados de gordura cultivada, que elimina a necessidade de abate animal e reduz os impactos ambientais”.

A companhia também afirmou que, com a nova captação, a meta é alcançar uma produção de 10 toneladas por mês até o início de 2026, para atender à demanda global por alternativas alimentícias sustentáveis, além de ampliar a infraestrutura de produção e contratar novos talentos especializados.

AutoAgroMachines

A startup AutoAgroMachines, que atua com máquinas autônomas e inteligentes para a agricultura, recebeu nesta semana um aporte de R$ 8 milhões para desenvolver a Forest.Bot ‘Reforma’, uma máquina com inteligência artificial.

O aporte foi feito pelo Programa Prioritário Indústria 4.0 e Modernização Industrial (PPI4.0), promovido pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

“Essa nova máquina, a Forest.Bot ‘Reforma’, conta com tecnologia de ponta e se diferencia por apresentar suspensão inteligente e independente, permitindo enfrentar terrenos difíceis, com resíduos como troncos, galhos e raízes, o que tem sido muito comum ver em florestas que fazem o replantio”, afirmou Marcello Guimarães, fundador e CEO da AutoAgroMachines, em nota.

“Nossa ideia é levar inteligência artificial embarcada no robô para outras soluções que atendam todo setor”, disse.

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Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.