Bloomberg Línea — A semana começou cheia de notícias no mercado de venture capital, tanto no Brasil quanto na Argentina, em contraste com os períodos anteriores. No país vizinho, uma rodada Série E de US$ 300 milhões levou até o presidente Javier Milei a participar do anúncio da fintech Ualá.
No mercado brasileiro, a Tako, uma HRTech que se propõe a enfrentar as dores de cabeça de empresas na gestão de folha de pagamentos, captou R$ 75 milhões (US$ 13,2 milhões) para começar a entregar a sua tese. A rodada é o maior Seed da história do venture capital brasileiro.
Mesmo nos tempos áureos, entre 2019 e o início de 2022, nenhuma startup recebeu somas maiores do que esse montante, de acordo com levantamento do Distrito, a pedido da Bloomberg Línea.
Até então, os maiores aportes em rodadas Seed tinham sido:
- Kanastra - US$ 13 milhões em 2023
- Floki Technologies - US$ 10,7 milhões em 2022
- Kovi - US$ 10,5 milhões em 2019.
Os anúncios de novos aportes no começo de novembro podem sinalizar uma melhora no cenário de investimentos em startups na América Latina, em linha com tendência iniciada em outubro.
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No último mês, em 61 rodadas, as startups captaram US$ 765 milhões, segundo dados da Sling Hub, plataforma que acompanha o setor. A soma representou crescimento 69% em relação a igual período de 2023 e indicou cheques maiores.
O mercado brasileiro foi o destino principal dos aportes, com R$ 507 milhões, o equivalente a 66% do total. Os valores consideram tanto equity quanto captação com dívida.
Veja os principais anúncios da semana:
Tako
Criada por Fernando Gadotti, também fundador do DogHero, a Tako anunciou um aporte de R$ 75 milhões. A rodada Seed contou com investidores Ribbit Capital, Andreessen Horowitz, ONEVC e os fundadores da Ramp, fintech de gestão de despesas corporativas.
A Tako planeja se tornar uma plataforma única para interligar todos os sistemas de RH, como folha de pagamentos, processos de admissão e desligamentos. A proposta está expressa no próprio nome da startup: “tako”, em japonês, significa “polvo’, animal conhecido pela inteligência e vasta rede de neurônios.
Segundo a startup, em poucos meses de vida, a plataforma processou centenas de milhões de reais em folhas de pagamentos. No período, contabilizou 60% de redução do tempo regularmente demandado para a tarefa e para processos correlatos.
Ualá
A fintech argentina Ualá levantou US$ 300 milhões de investidores com um valuation de US$ 2,75 bilhões, o que a torna uma das startups mais valiosas da América Latina.
A ambição da Ualá, fundada e comandada por Pierpaolo Barbieri, é se tornar o maior banco argentino em número de clientes e também em tamanho de carteira.
A rodada Série E foi liderada pelo Allianz X, o braço de capital de risco da gigante alemã de seguros Allianz, em seu primeiro aporte na região.
Outros novos investidores incluem o Stone Ridge Group, a Pershing Square de Bill Ackman, o bilionário Alan Howard, o family office mexicano Rodina e o Claure Group, de Marcelo Claure.
Investidores existentes, como o Soros Fund Management de George Soros, o Goldman Sachs, o SoftBank e a chinesa Tencent Holdings também participaram da rodada.
Educbank
O Educbank, plataforma para financiar escolas particulares, captou R$ 84 milhões em sua segunda emissão de debêntures. No ano passado, a startup usou esse instrumento pela primeira vez, levantando R$ 70 milhões.
Os recursos serão usados para o “receita garantida”, produto que garante às escolas o pagamento das mensagens mesmo em casos de inadimplência dos pais dos alunos. A startup tem uma base superior a 500 escolas pelo país, com mais de 160 mil alunos.
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