Bloomberg Línea — Na semana mais movimentada em anúncios de captação desde o começo do ano, a startup de seguros Azos recebeu o maior aporte proveniente de fundos de venture capital, no valor de R$ 170 milhões - ou US$ 30,5 milhões.
Em dívida, o posto ficou como a Solfácil, fintech de energia solar que levantou R$ 1 bilhão em sua mais recente emissão de FIDC (Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios). O valor foi o maior na história da startup, que soma R$ 5 bilhões captados entre FIDCs e CRIs.
Veja os principais aportes da semana:
Azos
A insurtech Azos captou R$ 170 milhões, em rodada Série B liderada pelo braço LatAm do fundo de origem inglesa Lightrock. Em operação desde 2021, a startup entrou no mercado com o objetivo de oferecer seguros e usa IA para acelerar os processos de análise e aprovação.
Entraram na rodada Kaszek Ventures, Prosus, Munich Re Ventures e Maya Capital, já presentes no cap table da Azos. E ainda Kevin Efrusy, sócio da gestora americana Accel e responsável por investir nos primórdios do Facebook no início dos anos 2000.
A startup reúne atualmente mais de 9.000 corretores parceiros e superou a marca de R$ 60 bilhões em capital segurado no último ano, em serviços como seguro de vida, doenças graves, invalidez e assistência funeral.
Em 2025, a projeção é dobrar a receita e também o capital segurado, chegando ao valor de R$120 bilhões.
N5
Startup para gestão de bancos e fintech, a N5 recebeu uma extensão de série A, totalizando US$ 20 milhões captados. Os novos investidores são a Alexa Ventures e a Scale-Up Ventures, da Endeavor Brasil. Os recursos serão usados para acelerar a entrega de modelos de IA e o modelo de parcerias, iniciado no ano passado.
A N5 entrou no mercado em 2017 e atende clientes como Santander, Mastercard, Itaú e C6Bank. Com presença em 18 países, a startup é dona de uma plataforma proprietária que oferece um conjunto de 34 funcionalidades para ajudar na digitalização dos processos das instituições financeiras.
Os módulos se dividem em cinco famílias de negócios: clientes e prospects, funcionários, canais de comunicação, produtos (reclamações e processos) e gestão de dados. Em 2024, o negócio cresceu 22% em faturamento.
Solfácil
Fintech de energia solar, Solfácil levantou R$ 1 bilhão em FIDC. Os recursos serão utilizados para financiar a instalação de kits solares, após um ano em que a startup dobrou a originação.
A startup funciona como uma fintech para o mercado de energia solar e financia as vendas dos mais de 8.000 integradores ativos na plataforma. Em outra ponta, a Solfácil também vende os itens necessários para os projetos solares, como placas, inversores e cabos. Cada divisão representa 50% do negócio, que faturou mais de R$ 1 bilhão no ano passado.
Com modelo B2B2C, a Solfácil libera crédito para os integradores - ou vendedores - e os valores são usados para financiar os projetos de energia solar aos consumidores finais.
Cerca de 90% dos projetos são instalados em imóveis residenciais, e o restante, em pequenos negócios, como padarias e mercearias. O custo médio de cada instalação está em torno R$ 22.000. A Solfácil acumula mais de R$ 4 bilhões em crédito concedido, distribuído por mais de 145 mil sistemas solares.
V360
Startup de gestão fiscal para grandes empresas, a V360 levantou R$ 40 milhões em rodada série A liderada pelo Cloud9 e acompanhada pelos fundos Honey Island by 4UM, Carpa e Allievo.
No mercado desde 2019, a V360 oferece uma plataforma de gestão de pagamentos a fornecedores, incluindo antecipação de recebíveis.
A startup está entrando também no processamento de duplicatas escriturais, mercado que teve convenção aprovada recentemente pelo Banco Central e ainda carece passar por alguns estágios para a entrada em vigor.
Os recursos chegam para acelerar o desenvolvimento de produtos para este setor e ainda para investimentos em áreas do core business da V360.
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