Rodadas da semana: Mottu é primeira startup investida do Bicycle na América Latina

Mottu e N5 asseguraram financiamentos nos últimos dias, em um ano em que há queda de 32% nas transações de capital de risco na comparação com 2022

Mottu
16 de Setembro, 2023 | 07:50 AM

Bloomberg Línea — A Mottu, uma empresa brasileira de aluguel de motocicletas e de entrega do chamado last mile, recebeu US$ 50 milhões em uma rodada Série C co-liderada pelos investidores QED Investors e Bicycle Capital, dos ex-executivos da SoftBank Marcelo Claure e Shu Nyatta.

A Endeavor Catalyst e a Caravela também participaram do financiamento. A Mottu já recebeu mais de US$ 150 milhões em financiamento desde sua criação em 2020. A empresa também tem como investidores Michael Moritz, Base Partners e Tiger Global.

O aporte acontece em meio a um cenário ainda de queda de investimentos na base anual: as transações de capital de risco - venture capital - na América Latina diminuíram 32% ao longo de 2023, segundo o último relatório do TTR Data.

Até agosto, foi registrado um total de 595 transações com um valor agregado de US$ 3,591 bilhões, o que implica uma queda de 48% no montante ano contra ano.

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E a queda não se aplica apenas ao venture capital. Até o mês passado, houve 105 transações de Private Equity no valor de US$ 3,892 bilhões, com recuo tanto no número de transações (-23%) quanto em seu valor (-44%) em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Conheça as startups que captaram recentemente:

Mottu

A Mottu fechou uma rodada de financiamento Série C de US$ 50 milhões para expandir seu ecossistema de logística de last milha - trecho que chega até a casa do consumidor. O aporte foi feita com um prêmio em relação à sua avaliação anterior - ou seja, um up round, elevando o valuation.

A startup oferece o aluguel de motocicletas para entregadores que atuam com plataformas da chamada economia compartilhada, como iFood e Rappi.

A rodada foi co-liderada pelo QED Investors e pela Bicycle Capital, a nova empresa de capital de risco dos ex-executivos da SoftBank Marcelo Claure e Shu Nyatta, com participação da Endeavor Catalyst e Caravela.

Com o dinheiro, a empresa pretende expandir geograficamente e melhorar a eficiência operacional e a experiência dos clientes.

A Mottu, comandada por Rubens Zanelatto, iniciou as operações em 2020 com um aporte do fundador da 99 e da Yellow. A ideia foi oferecer aluguel de motocicletas de baixo custo para entregadores de plataformas que não podiam comprar um veículo ou não tinham acesso a crédito.

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O negócio de aluguel de motocicletas da Mottu agora atende cerca de 50 mil clientes em um ecossistema de logística de última milha para conectar restaurantes, varejistas e empresas de comércio eletrônico a entregadores. Agora, a empresa também entra no mercado de mobilidade no Brasil e no México.

“A Mottu se destaca como uma rara combinação de alto crescimento, excelência operacional, lucratividade e eficiência de capital”, disse Marcelo Claure, do Bicycle, em comunicato.

A Mottu tem operações em mais de 30 cidades no Brasil e no México e estabeleceu sua própria linha de montagem em Manaus para atender à crescente demanda por aluguel.

N5

Ex-executivo do Santander, o argentino Julian Colombo fundou a fintech N5 em 2017. A startup recebeu uma Série A de valor não revelado. A rodada teve a participação da Illuminate Capital, uma empresa de venture capital que tem como Limited Partners (investidores) algumas das maiores instituições financeiras do mundo, como J.P. Morgan, Citi, Barclays, BNY Mellon, S&P Global e Jefferies.

Outros investidores incluem Exor Ventures, braço de investimento de risco da Exor, uma sociedade gestora de participações controlada pela família Agnelli e acionista de Ferrari e Stellantis; Madrone Capital Partners, empresa da família Walton, do Walmart; e Overboost, uma empresa de venture builder.

No Brasil, participaram da rodada a LTS Investments, holding de investimentos das famílias de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira; e a Arpex Capital, empresa de investimentos de André Street e Eduardo Pontes, co-fundadores da Stone (STNE).

A N5 opera uma plataforma sistemática que faz a integração de softwares de instituições financeiras. A N5 é argentina e está presente nesse país, no Brasil - onde o fundador e CEO mora - e em mais 13 mercados, incluindo outros países da América Latina como Colômbia, Chile, Peru, Paraguai e Panamá, além dos Estados Unidos.

Mastercard, Santander, Credicorp Bank, Zurich, Banco Atlas e Credicorp Bank estão entre os clientes. O plano é entrar em outros nove mercados nos próximos meses.

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Isabela  Fleischmann

Jornalista brasileira especializada na cobertura de tecnologia, inovação e startups