Rodadas da semana: Latitud Ventures, com sócios de Nubank e Brex, abre segudo fundo

David Vélez e Henrique Dubugras são alguns dos investidores do Latitud, rede de empreendedores da América Latina

David Vélez, cofundador e CEO do Nubank, é um dos investidores do novo fundo do Latitud
30 de Setembro, 2023 | 07:45 AM

Bloomberg Línea — O Latitud, rede de empreendedores que conta com investimento da empresa de venture capital Andreessen Horowitz (a16z), do Vale do Silício, informou ter realizado a captação inicial (first closing, no jargão do setor) de um novo fundo de capital de risco para startups pré-Seed da América Latina. O volume-alvo dessa primeira fase de captação é de US$ 25 milhões.

O first closing de um fundo de venture capital é o ponto inicial no processo de captação de recursos para o fundo. É o momento em que os gestores os fundos (general partners ou GPs) conseguem compromissos de investimento suficientes de investidores para começar a aportar em startups.

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O anúncio foi feito em um evento do Latitud realizado em São Paulo na quinta (28) e na sexta-feira (29), que reuniu startups da América Latina

Os investidores do Latitud Ventures são alguns dos principais fundadores e investidores da região como Angela Strange (a16z), Carlos García (Kavak), David Vélez (Nubank), Henrique Dubugras (Brex), Patrick Sigrist (Nomad e iFood), Sergio Furio (Creditas), Sebastian Mejía (Rappi) e Stelleo Tolda (Mercado Livre)

Por trás do fundo também estão investidores institucionais como Globo Ventures, Galicia Ventures, Industry Ventures, NFX e FJ Labs.

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Com o Fundo II, o Latitud pretende liderar 40 rodadas de pré-Seed e coinvestir em outras 20 rodadas Seed nos próximos três anos. Os aportes nessa fase serão de cerca de US$ 250 mil por startup, e 25% do fundo é reservado para investimentos subsequentes (follow-on).

Veja algumas startups e empresas maiores que captaram nesta semana:

Correcto

A Correcto, startup que desenvolve uma ferramenta de escrita baseada em inteligência artificial ema espanhol, recebeu US$ 7 milhões em financiamento inicial. Octopus Ventures, Carya Venture Partners e River Park Ventures contribuíram para a rodada de financiamento.

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A Correcto tem sede fiscal em Delaware, nos EUA, e seus três cofundadores - Abraham López Lee, CEO; Ignacio Prieto Mayorgas, COO; e Antonio Triguero Noriega, CTO - agora ficam na Espanha. O CEO e o COO também passaram anos estudando no Reino Unido.

O mercado para a plataforma - que funciona de forma semelhante ao Grammarly, mas para o idioma espanhol - é grande nos Estados Unidos e em toda a América Latina. Os EUA têm a segunda maior população que fala espanhol no mundo (após o México), com 53 milhões de pessoas, sendo que 41 milhões têm o espanhol como língua materna.

Essa população nos EUA é quase igual ao número de habitantes da Espanha, de acordo com a Correcto, que já teve mais de 120.000 downloads na Argentina, Colômbia, México, Estados Unidos e Espanha.

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A equipe começou a desenvolver a Correcto em 2021, construindo um banco de dados proprietário de frases. Ao reduzir o tempo necessário para escrever e revisar e permitir que os funcionários se concentrem em tarefas mais importantes, a Correcto se compromete a aumentar a produtividade na escrita em 56%.

A startup oferece uma versão gratuita para consumidores que inclui a exibição de anúncios, que oferece verificação de ortografia, pontuação e gramática. A versão de assinatura paga também inclui um assistente de escrita ilimitado e estatísticas de texto.

Gringo

O aplicativo Gringo, que busca facilitar a compra ou a venda de veículos, o financiamento ou e a contratação de seguros, recebeu um aporte de R$ 150 milhões. A rodada Série C, concluída em agosto, foi liderada pelo Valor Capital, com participação dos investidores atuais (Kaszek, VEF, Piton, ONE VC, ICU Ventures e Actyus).

A plataforma oferece alertas em tempo real sobre impostos anuais, multas, pontos e vencimento da carteira de motorista. Em junho de 2022, a empresa levantou US$ 34 milhões em financiamento de Série B em uma negociação liderada pela Piton Capital e pela VEF, que também tinha sido acompanhada por ADM Venture Capital, ICU, Spectra Investments, Lupa Capital, ONEVC, GFC - Creative Financial Management, Kaszek e Actyus também participaram da rodada.

Ao todo, a empresa já captou R$ 400 milhões com investidores. O Gringo destinará os novos recursos para crescer a base de 10 milhões de clientes e fortalecer soluções de crédito e seguro automotivo, além de desenvolver novos produtos.

Sling Hub

A plataforma de dados Sling Hub captou R$ 3,7 milhões em um investimento Seed liderado por Silvio Genesini (ex-presidente da Oracle do Brasil) com participação do Urca Angels. Atingiu assim um valuation post-money de R$ 35 milhões.

O Sling Hub estima que irá faturar R$ 9 milhões em 2024. A plataforma planeja usar o dinheiro para ir além da classificação setorial e categorizar tanto startups quanto empresas de capital aberto por maturidade tecnológica e produção de inteligência artificial.

A Sling Hub nasceu em 2018 com o objetivo de ajudar startups a encontrarem investidores, mas em 2020 começou a atender grandes empresas que precisavam se conectar com startups.

Desde então, a plataforma conquistou mais de 50 clientes, incluindo gigantes como Google e Amazon, bancos como Itaú, Bradesco e Votorantim, além de empresas como Novo Nordisk, Enel e Renner.

Forum Hub

A Forum Hub, startup de serviços de advocacia online no Brasil, recebeu um investimento de R$ 1,2 milhão em uma rodada de investimento-anjo com participação de membros da Uber, Picpay, In Drive e Loggi.

O investimento será usado para lançar uma plataforma que automatiza o acompanhamento de processos judiciais em tempo real.

Segundo Patrícia Carvalho, CEO e fundadora, a plataforma permite que o cliente acompanhe o processo judicial em uma linguagem inclusiva.

A empresa espera atingir R$ 500 mil em faturamento até o final do ano e chegar a 100 advogados cadastrados. Segundo Carvalho, o portal web reduzirá 80% do tempo gasto em atualizações do processo, seja por e-mail ou WhatsApp.

Nubank

O Nubank anunciou um aumento no empréstimo A/B concedido pela International Finance Corporation (IFC), “braço” do Banco Mundial que é uma instituição de desenvolvimento global focada no setor privado em mercados emergentes.

Houve um compromisso inicial de US$ 150 milhões anunciado em janeiro de 2023; esse montante foi elevado para US$ 265,1 milhões, resultado da subscrição suplementar do sindicato de empréstimos B composto por bancos comerciais, para crescimento do Nubank na Colômbia.

O banco digital de capital aberto, um dos maiores do mundo, emitiu 300 mil cartões nos últimos 10 meses na Colômbia e possui 700 mil clientes no país em dois anos de operação.

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Isabela  Fleischmann

Jornalista brasileira especializada na cobertura de tecnologia, inovação e startups