Rodadas da semana: fintech mexicana Clip levanta US$ 100 mi com Morgan Stanley

Nesta semana, as startups brasileiras Mercado Diferente, Celcoin, Psyche Aerospace, Fiibo, e LogShare também receberam aportes de investidores

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Bloomberg Línea — O primeiro semestre se aproxima do fim e o ecossistema de startups da América Latina tem registrado um crescimento no número e no volume financeiro de captação. Segundo dados do Sling Hub com o Itaú BBA, em maio, as empresas da região levantaram US$ 846 milhões em 77 rodadas de financiamento, um aumento de 179% em relação ao ano anterior e o maior volume desde agosto de 2023.

Só para o Brasil foram direcionados US$ 548 milhões, uma alta de 259% ano contra ano, impulsionado pela fintech CloudWalk, com R$ 1,6 bilhão por meio de FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios). Foi o maior evento de financiamento do ano na região, por meio de dívida.

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Em rodadas de equity, foram levantados em maio US$ 264 milhões na América Latina e US$ 167 milhões no Brasil, respectivamente, com crescimento anual de 23% e 38%, segundo o relatório.

Nesta semana, o destaque foi a mexicana Clip, de maquininhas de pagamento, que recebeu US$ 100 milhões em financiamento do Morgan Stanley Tactical Value. Além da Clip, as brasileiras Mercado Diferente, Celcoin, Psyche Aerospace, Fiibo, e LogShare receberam aportes.

Conheça mais sobre as startups que captaram nos últimos dias:

Clip

A startup mexicana de soluções de pagamento Clip recebeu US$ 100 milhões do Morgan Stanley Tactical Value, além de outro investidor da Costa Oeste dos EUA, conforme reportado pela Bloomberg News. O aporte manteve o valuation da última rodada Série D, que avaliou a fintech em US$ 2 bilhões.

Em sua rodada anterior em junho de 2021, a Clip, fundada por Adolfo Babatz, levantou US$ 250 milhões com o SoftBank Latin America Fund e o Viking Global Investors.

Segundo a Bloomberg News, o Morgan Stanley Tactical Value é a unidade de investimento privado não controlada do banco e terá um assento de observador no conselho da Clip.

Mercado Diferente

A foodtech de assinatura de alimentos saudáveis Mercado Diferente recebeu R$ 9 milhões em uma rodada pré-Série A liderada pelo fundo Collab, com a participação da Caravela Capital.

A empresa pretende usar os recursos para expandir os produtos da marca e melhorar a infraestrutura operacional.

A startup trabalha com alimentos orgânicos fora do padrão: frutas, verduras, legumes e temperos que poderiam ter sido jogados fora por causa de alguma diferença estética, mesmo em perfeita condição para consumo. E oferece produtos além do hortifruti como, feijão, leite, arroz, macarrão e pães orgânicos.

A Mercado Diferente compra itens diretamente de pequenos produtores e os revendem a consumidores com preços mais baratos, segundo a empresa. O cliente pode escolher se deseja receber os produtos semanalmente ou quinzenalmente. Segundo a startup, cada cesta pode conter de 20% a 50% dos itens “fora do padrão”, enquanto o restante fica “dentro do padrão”.

A empresa atende as regiões metropolitanas de Curitiba e São Paulo, além de cidades do interior paulista.

A empresa espera usar o investimento para incrementar o portfólio de produtos com alimentos refrigerados, congelados e oleaginosas. Outro foco do investimento será o lançamento de produtos private label (como sucos, molhos e ovo), que terão a marca da Mercado Diferente.

A empresa disse que também investirá em seu centro de distribuição e que os recursos serão aplicados em sua inteligência artificial proprietária, a PitaIA. A expectativa é que esses movimentos contribuam para que a marca alcance o faturamento de mais de R$ 60 milhões ao final deste ano.

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Celcoin

A Celcoin, fintech de Banking as a Service (BaaS), recebeu R$ 650 milhões em rodada liderada pela Summit Partners. A Innova Capital, que já era investidora, também participou da rodada, juntamente com o executivo de tecnologia financeira John Coughlin, ex-executivo da Corpay.

Fundada em 2016, a Celcoin fornece serviços e soluções de infraestrutura de tecnologia financeira, como pagamentos, banking e crédito, para bancos, fintechs e empresas.

A empresa disse que registrou R$ 318 milhões em receita recorrente anual no primeiro trimestre de 2024 – um aumento de 140% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Desde 2022, a Celcoin concluiu quatro aquisições estratégicas: Galax Pay, especializada em soluções de faturamento e subadquirência; Flow Finance, que fornece infraestrutura de crédito; Finansystech, de Open Finance; e, mais recentemente, Reg+, regtech dedicada ao suporte de conformidades regulatórias.

Psyche Aerospace

A Psyche Aerospace, startup aeroespacial com sede em São José dos Campos - mesma cidade da Embraer, no interior paulista -, recebeu R$ 15 milhões para a elaboração de seu drone de pulverização agrícola autônoma, o Harpia P-71. O recurso veio de um investidor de capital privado.

O drone está em fase final de desenvolvimento e testes, segundo a empresa, que disse ter mais de 1,2 milhão de hectares para serem cobertas em cartas de intenção negociadas com grandes empresas do agro. O CEO da empresa, Gabriel Leal, tem 23 anos e empreende desde os 15 anos.

Fiibo

A Wayra Brasil, CVC (Corporate Venture Capital) da Vivo com foco em early stage, investiu na Fiibo, plataforma de saúde e bem-estar corporativo.

A startup pretende lançar o conceito de “vale-saúde” em seu marketplace, em que pequenas e médias empresas poderão conceder benefícios abrangentes, com modelo que permite a contratação dos serviços a partir de um funcionário, com valores mais acessíveis.

O valor do aporte não foi divulgado. A empresa diz ter 110 milhões de consumidores diretos e indiretos e que vai usar os recursos para avançar em tecnologia e expandir canais de venda. A meta é aumentar o TTB (Total Transacionado Bruto) anual de R$ 103 milhões em 2023 para R$ 1 bilhão até 2025.

Em 2022 a empresa recebeu aporte de R$ 11 milhões de Alvarez & Marsal, XMartins e Oowlish Tecnologia; em 2023, captou rodada Seed com a Headline, da XP, e VOX Capital/Fundo Arava Einstein.

LogShare

A LogShare, startup de logística, recebeu uma rodada Seed de R$ 12 milhões, composta pelos fundos ONEVC, Niu Ventures e FJ Labs, com participação da Seedstars, Oxygea, Valutia, Silence e Rally Cap.

A startup conecta empresas interessadas em vender a capacidade ociosa de suas rotas com aquelas que buscam oportunidades eficientes de frete.

A LogShare tem foco no segmento de longa distância e disse permitir que os embarcadores reduzam em 40% as emissões de CO2 e outros gases de efeito estufa em suas operações de transporte.

Entre os clientes estão empresas como Unilever, Pepsico, Coca-Cola, Mondelēz, BRF e Leroy Merlin.

-- Com informações da Bloomberg News.

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