Bloomberg Línea — O mês de outubro chegou ao fim com a maior rodada do ano no Brasil e uma das maiores Série B de todos os tempos globalmente: a QI Tech, que oferece infraestrutura tecnológica para soluções financeiras no segmento B2B, acertou um aporte de US$ 200 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) liderado pela General Atlantic. A Across Capital, já acionista, dobrou a sua participação.
O novo valuation não foi divulgado, mas fontes da indústria de VC apontam que a startup provavelmente alcançou o status de unicórnio, avaliada em US$ 1 bilhão ou mais.
Em outro aporte, dias após o anúncio do investimento na foodtech b4waste, que conecta produtos perto da data de vencimento a consumidores, a Food to Save, com modelo de negócio semelhante, recebeu R$ 14 milhões.
A rodada contou com o ex-presidente no país da Arcos Dorados, operadora do McDonald’s no Brasil e em outros países, Paulo Camargo, e João Branco, ex-VP de marketing do McDonald’s.
Além da Food to Save, a Monuv, a Pacific e a Finkargo receberam investimentos.
Veja mais sobre as startups que receberam financiamento nos últimos dias:
QI Tech
Fundada em 2018, a QI Tech acertou um aporte de US$ 200 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) liderado pela General Atlantic em rodada Série B. A Across Capital, já acionista, dobrou a sua participação.
O controle da startup que tem sede em São Paulo segue com os atuais sócios-fundadores Pedro Mac Dowell (CEO), Marcelo Bentivoglio (CFO) e Marcelo Buosi (COO).
A QI Tech desenvolveu tecnologia proprietária - em que reside boa parte do seu valor - em suas verticais de soluções para clientes corporativos: estruturação e emissão de crédito, Banking as a Service e soluções antifraude e outras. Consegue oferecer assim um modelo one-stop-shop que inclui ferramentas de cadastro digital, validação de dados, motor de crédito, abertura de contas digitais, pagamentos com Pix etc.
A carteira conta com clientes como Vivo, Unidas, Enjoei, QuintoAndar, 99 e Banco Bari, entre aqueles que são divulgados. O foco é em grandes empresas.
O volume captado será utilizado essencialmente para M&A (fusões e aquisições), em negócios que possam agregar verticais de atuação que sejam complementares às existentes, disse Marcelo Bentivoglio em entrevista à Bloomberg Línea. O plano é que sejam feitos poucos cheques.
Food To Save
A Food To Save recebeu um aporte Seed de R$ 14 milhões liderado pela DSK Capital e acompanhado da Spectra e da HiPartners. A startup utilizará parte da captação para se consolidar nas áreas em que já atua, auxiliando os estabelecimentos a eliminar a perda de alimentos ainda em condições para o consumo, além de expandir o negócio para todo o território nacional, segundo comunicado.
O aporte contou ainda com investidores-anjo como João Galassi (presidente da Abras, a associação brasileira de supermercados), Paulo Camargo (ex-presidente da divisão brasileira da Arcos Dorados, operadora do McDonald’s no país e atual CEO da EspaçoLaser), João Branco (ex-VP de marketing do McDonald’s), Rosana Blasio (CEO do Pacto Contra a Fome) e Danilo Costa (fundador da Educbank).
Lucas Infante co-fundou a foodtech em 2021 junto com seus sócios Murilo Ambrogi, Fernando dos Reis e Guido Bruzadin. Com um aplicativo, a Food To Save conecta lojas e restaurantes a consumidores que compram com até 70% de desconto.
A empresa disse operar em mais de 20 cidades e ter 1,5 milhão de clientes, além de 3.000 estabelecimentos parceiros, entre eles Accor, Cacau Show, Rei do Mate, Kibon, Zé Delivery, Havanna, BR Mania, Local Americanas e redes supermercadistas como Hortifruti Natural da Terra, Supernosso e Supermercado Zona Sul. Além disso, a startup possui parcerias estratégicas com Ambev, Nestlé e Unilever.
Monuv
A Monuv, uma empresa de software para câmeras de segurança com Inteligência Artificial para gerar alertas em tempo real, recebeu R$ 8,5 milhões em uma rodada liderada pela Indicator Capital com a Invest Tech.
A startup já havia recebido um aporte inicial no valor de R$ 4 milhões em junho de 2021.
Segundo a empresa, mesmo uma câmera comum pode ser conectada à Monuv e gerar alertas como risco de invasão, presença ou ausência de indivíduos, tráfego e fluxo de pessoas e veículos, entre outros.
Pacific
A Pacific, empresa de cibersegurança do Brasil, recebeu um aporte Série A com a Gear Ventures, veículo de venture capital dos sócios do Mercado Bitcoin. O montante, que não foi revelado, servirá para apoiar o crescimento do negócio e a criação de produtos.
Fundada há nove anos pelo CEO Antônio Arruda em Belo Horizonte, a empresa trabalha na construção de modelos de ameaças cibernéticas e ações corretivas que devem ser adotadas pelas empresas, além de mapeamento de possíveis ataques.
Finkargo
A mexicana Finkargo recebeu uma rodada de financiamento Série A no valor de US$ 20 milhões. A empresa oferece serviços para importações latino-americanas, com produtos financeiros para reduzir o risco das compras internacionais.
A rodada foi liderada pela QED Investors, com a participação da Nazca e de investidores anteriores como Quona, Flybridge, Maya e ONEVC.
Segundo a empresa, o dinheiro vai fortalecer o crescimento da empresa no México e expandir a oferta para um conjunto integrado de serviços comerciais para importadores, que inclui busca e verificação de fornecedores e produtos, seguros de carga, gestão de divisas e análise de dados de inteligência em comércio internacional.
A empresa disse que já facilitou mais de 2.000 operações de importação, avaliadas em US$ 200 milhões. A startup afirmou ainda que suas conexões unem importadores na Colômbia e no México com uma rede de mais de 550 fornecedores em mais de 40 países.
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