Rodadas da semana: dupla Henrique & Juliano investe em startup da área musical

Relatório The Big Book of VC destaca a evolução do ecossistema de startups no mundo, com aumento no financiamento de IA e maior participação de family offices, apesar de desafios existentes

Startup que desenvolve carreiras de artistas atrai investimento de capital de risco (Foto: Bloomberg)
27 de Julho, 2024 | 08:02 AM

Bloomberg Línea — O relatório The Big Book of VC relativo ao segundo trimestre de 2024 aponta sentimentos mistos sobre o momento atual do mercado de venture capital.

Por um lado, houve aumento da captação de recursos para startups no mundo nos últimos dois trimestres, valuations que começam a se recuperar na maioria dos estágios de startups, força contínua no financiamento para a área de IA (Inteligência Artificial), fusões e aquisições (M&A) globais que aumentam lentamente e aumento da participação de family offices como Limited Partners.

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Mas também há aspectos negativos, como diminuição do número de negócios, captação de recursos de risco ainda desafiadora para a maioria dos gestores de fundos, atividade de saída por meio de IPO que segue em dificuldades e financiamento mais fraco para áreas como SaaS (software as a service).

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Segundo o relatório, os investidores de capital de risco esperam mais dinheiro destinado para as startups nos próximos 12 meses. Essa visão otimista pode levantar todo o ecossistema, apontam os autores.

Veja mais abaixo sobre as startups que captaram na semana que passou:

Strm

A Strm, uma fintech que atua na área musical, fechou uma rodada de investimentos de R$ 35 milhões, com participação da americana Tompkins Ventures e da dupla sertaneja Henrique & Juliano. Além do investimento, a dupla se torna embaixadora da música sertaneja dentro da Strm.

A empresa usará o dinheiro para se consolidar no Brasil e expandir nos mais de 13 países nos quais já possui usuários.

A Strm funciona como uma gravadora e desenvolve carreiras artísticas musicais por meio de recomendações com uso de inteligência artificial e recursos financeiros.

A startup oferece acesso automatizado a adiantamentos que vão de R$ 1.000 a R$ 1 milhão para artistas independentes do mundo inteiro que tem faturamento anual nas plataformas digitais de pelo menos R$ 1.000.

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Credit Saison

A subsidiária brasileira da Credit Saison, uma empresa financeira do Japão com um balanço de US$ 27 bilhões, listada na Bolsa de Tóquio, recebeu um aporte de capital de R$ 500 milhões de sua controladora.

A companhia, que tem a Saison International como sede internacional em Singapura, oferta soluções de dívida e capital para fundadores e empresas.

A Credit Saison abriu um escritório em São Paulo e diz que busca “formar parcerias de longo prazo com o objetivo de ampliar o acesso às soluções necessárias para impulsionar as fintechs que estão avançando na inclusão financeira no Brasil e fortalecendo a economia local”.

Como investidora de crédito privado, a Credit Saison foca na criação de um portfólio de originadores de crédito que atendem indivíduos e pequenas e médias empresas (PMEs).

E trabalha com empréstimos em Brasil, México, Índia, Indonésia, Vietnã e Tailândia e também opera uma frente de capital de risco corporativo (CVC), investindo direta e indiretamente (como Limited Partner em fundos de VC locais e regionais) em startups, desde as fases pré-Seed até as rodadas série A.

Destrava Aí

A Destrava Aí, fintech que oferece infraestrutura de gestão de garantias especializada em recebíveis de cartões, recebeu R$ 4 milhões em aporte liderado pelo grupo de investimento-anjo BR Angels.

A fintech atende bancos, gestoras de investimento (FIDCs) e fintechs, com uma solução que promete ajudar a aumentar a concessão e a recuperação de crédito e de cobranças.

A startup tem 15 clientes, entre eles Granito, Vindi/Locaweb, Justa e SolarPay, e afirmou que avalia mais de R$ 2 bilhões em recebíveis por dia para seus parceiros. A companhia disse que já disponibilizou mais de R$ 300 milhões de crédito com garantia de recebíveis.

Com os recursos, a startup projeta acelerar a evolução de seu produto, investindo no crescimento de sua estrutura de marketing e vendas.

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Isabela  Fleischmann

Jornalista brasileira especializada na cobertura de tecnologia, inovação e startups