Bloomberg Línea — Na semana que passou a empresa de saúde Alice fez o principal anúncio. A healthtech recebeu um aporte no valor de R$ 127 milhões (US$ 22 milhões), como extensão da Série C recebida no fim de 2021.
O novo aporte faz parte de uma tendência no mercado de saúde, em que as captações avançaram 37,6% em 2024 na América Latina, para um total de US$ 253,7 milhões - versus US$ 184,3 milhões em 2023.
Os dados estão em relatório recém-divulgado pela plataforma Distrito e pela ABSS, associação de startups de saúde. Startups do Brasil receberam 64,8% do valor investido.
No ano passado, a Mevo, que atua com prescrição digital de medicamentos e exames, captou R$ 110 milhões em uma rodada Série B; a Beep, de diagnósticos, cerca de R$ 100 milhões em Série D, e a Sami, com um modelo de plano de saúde com acompanhamento integrado, R$ 60 milhões, em extensão de Série B.
Veja as principais rodadas da semana:
Alice
A healthtech Alice reforçou o caixa com a captação de US$ 22 milhões (o equivalente a R$ 127 milhões), em extensão da rodada Série C levantada em 2021 e liderada pelo Softbank. O novo aporte foi liderado pelos fundos Kaszek, ThornTree Capital Partners, Canary e Globo Ventures.
A startup trabalha com planos de saúde corporativos e fechou em 2024 com uma base de 12.000 empresas e mais de 40.000 membros (usuários ou vidas), uma alta de 55% em relação ao ano de 2023.
O foco da Alice para seguir avançando está em companhias cujo número de funcionários está entre 500 e 1.000. Após alcançar uma receita de R$ 350 milhões no ano passado, a startup projeta chegar a R$ 600 milhões em 2025, o que representaria cerca de 70% de crescimento.
Para se diferenciar de planos tradicionais, a healthtech adota o modelo de atenção primária, ou seja, de acompanhamento mais próximos dos pacientes e que busca resolver boa parte das necessidades com atendimentos digitais.
Desde a fundação em 2019 pelos empreendedores André Florence, Guilherme Azevedo e Matheus Moraes, a Alice captou mais de R$ 1 bilhão.
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Cash U
A fintech CashU levantou R$ 100 milhões na emissão do seu primeiro FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios). Com presença no mercado B2B2B, a startup procura se diferenciar com o uso de modelos proprietários de IA para a concessão de crédito.
A CashU trabalha com financiamento para PMEs e varejistas distribuídos pelo país. Quem contrata o serviço diretamente são indústrias e fornecedores, que disponibilizam a opção a seus clientes no momento das compras.
A operação foi intermediada peIo Itaú BBA e o conglomerado financeiro japonês Credit Saison.
Octágora
Startup que combina recursos audiovisuais, realidade aumentada e inteligência artificial para prestar assistência técnica virtual e remota, a Octágora captou R$ 1,5 milhão em rodada pre-Seed. O investimento foi liderado pela B Venture Capital (BVC) e acompanhado pela Domo.VC e pela WOW Aceleradora.
Os recursos serão usados para a expansão de time e o desenvolvimento de produtos. A startup atende clientes como Claro, Comgás e Electrolux e busca evitar visitas técnicas improdutivas e desnecessárias.
Empresas em setores como varejo, telecomunicações e serviços financeiros estão no centro da estratégia de expansão da Octágora.
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