Bloomberg Línea — A startup catarinense Paytrack recebeu um cheque de R$ 240 milhões da Riverwood, um dos fundos americanos mais ativos na América Latina. Com oito anos de atuação no mercado, a empresa ficou no bootstrap por alguns anos e tinha recebido até aqui apenas um aporte de R$ 8 milhões em sua história.
Em um mercado em que mais e mais startups procuram avançar por meio de novas divisões de negócios, a Paytrack aposta na vertical de gestão de viagens e despesas corporativas.
No ano passado, a plataforma catarinense gerenciou cerca de R$ 3 bilhões em despesas corporativas. O montante contabiliza emissões de passagens áreas e ônibus, locação de veículos, gastos em cartões corporativos e programas de quilometragem.
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“Empresas brasileiras estão cada vez mais adotando ferramentas tecnológicas, softwares e automação para gerenciar viagens corporativas e outras despesas, e a Paytrack construiu o que consideramos a plataforma mais robusta do país, com atendimento a grandes empresas brasileiras”, disse Francisco Alvarez-Demalde, co-fundador e managing partner da Riverwood Capital.
Com foco em empresas de médio e grande portes, a startup oferece serviços para companhias como JBS, WEG, Hypera e Hyundai. No mercado, concorre com empresas como Conta Simples, Espresso, adquirida pela mineira Sankhya, e a Onfly. O grande competidor, porém, continuam a ser planilhas e notas que precisam ser enviadas manualmente.
“Nós trazemos um controle que acaba gerando economia, influenciada pela aplicação automática de políticas, alçadas de aprovação e inteligência artificial para garantir que o cupom fiscal é válido”, afirmou Pedro Góes, CEO da Paytrack.
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“Tem também a agilidade para quem está na ponta, seja no RH seja no financeiro, que recebe o relatório de viagens organizado com as despesas lançadas nos centros de custo.”
Na liderança nos últimos 18 meses, o executivo está na companhia faz mais de seis anos. Assumiu a gestão quando Daniele Amaro (ex-Kroton), co-fundadora ao lado de Edson Gonçalves (ex-Senior Sistemas), passou de CEO a presidente do conselho da startup. Gonçalves atua como VP de produto.
O futuro do negócio
Com crescimento médio de 80% nos últimos três anos, a startup pretende avançar em algumas iniciativas a partir da nova captação. A primeira é aumentar o número de empresas clientes, que somou 7.000 ao fim de 2024 com uma base ativa de 1 milhão de usuários.
“Nós queremos aumentar essa base de grandes clientes e isso passa por investimento em pessoas, equipe comercial e estar presente nas principais capitais por meio de eventos”, afirmou. O escritório em São Paulo, que reúne times comerciais e de atendimento, também deve ser reforçado ao longo do ano.
O CEO não abre as perspectivas do número de novos clientes, assim como o ritmo de crescimento esperado.
A startup também quer levar mais produtos de pagamento ao mercado, permitindo que os usuários usem variadas modalidades em suas transações.
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“A Paytrack já trabalha no Pix, em pagamento de boleto e tem carteira digital integrada. Mas entendemos que esse é um movimento que está constantemente em evolução”, disse.
Entre as destinações dos recursos, a startup começa a mirar ainda a internacionalização. Este ano funcionará como uma base de estudo para o processo, visando o mercado latino-americano.
Inicialmente, a Paytrack deve contar com a oferta para clientes locais que têm operação nos países vizinhos, até como forma de aumento de escala do negócio.
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