Rhino, app de mobilidade com carros blindados, capta R$ 18 mi em rodada Seed

Fundada por empreendedores russos que se mudaram para o Brasil, Daniil Sergunin e Alexander Karbankov, a startup atende clientes em bairros nobres de São Paulo e vê o Rio como mercado potencial

A operação da Rhino funciona com motoristas próprios, enqquanto os carros, em sua maioria, são alugados em redes parceiras
Por Marcos Bonfim
21 de Novembro, 2024 | 07:00 AM

Bloomberg Linea — De mudança da Suíça para São Paulo, o russo Daniil Sergunin, à epoca funcionário de uma multinacional europeia de fertilizantes, começou a ser confrontado com a necessidade de ficar mais atento à sua segurança pessoal. Nas rodas de conversas com amigos e colegas, a recomendação de ter um carro blindado se tornou frequente.

Em 2023, ele usou a própria experiência para colocar de pé a Rhino, criada com o compatriota Alexander Karbankov, responsável pela parte de tecnologia. A startup de mobilidade está em São Paulo e oferece veículos blindados com preços de corrida que, como contrapartida à segurança, cobra valores que ficam em média 50% mais caros do que concorrentes “populares”, como Uber e 99.

A operação funciona com motoristas próprios, contratados e treinados pelo próprio time da Rhino, que recebe por hora trabalhada. Os carros, em sua maioria, são alugados em redes parceiras.

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“Nós pagamos um pouco mais, mas recebemos bem mais, 100% da receita das corridas. Eu não acho que o modelo atrapalha o nosso crescimento nem prejudica. Nem dentro do time nem entre os investidores é visto como um fator que limita a nossa expansão”, disse Sergunin, CEO da operação.

De acordo com o empreendedor, a Rhino tem crescido 40% mês a mês desde o início da operação, em janeiro deste ano. No período, chegou a uma base de 150 mil usuários cadastrados na plataforma, segundo ele. A startup não abre o número de motoristas.

A startup não abre o faturamento deste ano. Para 2025, prevê chegar a R$ 50 milhões.

A atuação está concentrada em regiões de maior poder aquisitivo de São Paulo, como Vila Nova Conceição, Vila Madalena, Pinheiros e Itaim Bibi. Nessas áreas, os carros chegam, segundo a startup, em até sete minutos. Para corridas agendadas, a Rhino atende uma área maior, que inclui a região metropolitana.

Caminhos para o crescimento

A captação da rodada Seed, no valor de US$ 3,2 milhões, o equivalente a cerca de R$ 18 milhões ao câmbio atual, chega para ampliar o alcance da startup.

O aporte foi liderado por um fundo de investimento europeu e um sindicato de investidores-anjo de Dubai, além de outros independentes. A startup não revela os nomes.

Daniil Sergunin e Alexander Karbankov, da Rhino: vamos faturar R$ 50 milhões em 2025

Investidores já presentes no captable, como Vitaly Bedarev, managing director da Gett e ex-general manager da Uber em Moscou, acompanharam o aporte. Esse é o segundo investimento da Rhino, que recebeu um pré-Seed no final de 2023 no montante de US$ 540 mil.

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“O nosso próximo passo é aumentar a operação na cidade de São Paulo. Isso significa aumentar a densidade dentro da nossa área prioritária e, em paralelo, aumentar essa área prioritária”, disse.

“Queremos entregar um produto mais consistente aos nossos clientes, em forma de aplicativo, veículos mais próximos e maior disponibilidade.”

O empreendedor prevê também a entrada em outros mercados, como o do Rio de Janeiro, a partir do segundo semestre de 2025. Segundo números da startups, há uma lista de espera com mais de 30.000 pessoas de outras cidades, número puxado por residentes da capital fluminense.

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Também está em fase de desenvolvimento uma linha de negócios para atender o segmento B2B, cujo portfólio conta hoje com clientes como a Vivo e a Azul Linhas Aéreas.

“É um produto recente. Não é robusto ainda, porque, obviamente, precisa de desenvolvimento. É também um produto um pouco mais para frente”, disse Sergunin, que enxerga a internacionalização para países como México e Colômbia como uma terceira linha de expansão do negócio no médio prazo.

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Marcos Bonfim

Marcos Bonfim

Jornalista brasileiro especializado na cobertura de startups, inovação e tecnologia. Formado em jornalismo pela PUC-SP e com pós em Política e Relações Internacionais pela FESPSP, acumula passagens por veículos como Exame, UOL, Meio & Mensagem e Propmark