Novo fundo de VC quer encontrar a próxima Cris Junqueira ou Daniela Binatti

Rede de investidoras Sororitê lança fundo de venture capital com foco em startups early stage que tenham mulheres no time de fundadores, contam Erica Fridman e Jaana Goeggel à Bloomberg Línea

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Bloomberg Línea — A rede de investidoras Sororitê acaba de lançar um fundo venture capital de R$ 25 milhões com foco em startups que tenham mulheres no time de fundadores. A expectativa é que os primeiros aportes sejam realizados ainda em 2024, enquanto os demais recursos sejam investidos ao longo de cinco anos.

“Acredito que nos tornamos referência para fundadoras quando o assunto é captação, mas percebemos que, apesar do trabalho realizado ‘na porta’, ainda faltava essa tese de fundo”, disse Erica Fridman, cofundadora da Sororitê, em entrevista à Bloomberg Línea. “Foi uma evolução natural.”

O fundo já começou a captar. Fridman e Jaana Goeggel, outra cofundadora, disseram que buscam completar o valor planejado com family offices, empresas, pessoas físicas e outros fundos que investem em VCs e que estejam interessados no alpha a ser gerado pela diversificação de gênero para o Sororitê Fund 1.

A proposta é investir em startups early stage que tenham pelo menos uma mulher no time de fundadores.

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“Nossa tese começa com a diversidade de gênero no time de fundadores. Como estamos focando em early stage, a equipe é muito importante”, disse Goeggel. “Obviamente, olhamos a composição do time como um todo. Queremos pessoas complementares e com paixão pelo problema que querem resolver, e, do outro lado, que o problema seja relevante para o Brasil”, completou.

Segundo Goeggel, não faltam exemplos de inspiração para fundadoras. “Queremos encontrar a próxima Cris Junqueira, do Nubank, ou Daniela e Juliana Binatti, da Pismo.”

A aposta em um fundo de venture capital dedicado com atenção maior ao tema da diversidade dos fundadores vem em um momento em que a indústria de venture capital ensaia uma retomada.

No primeiro trimestre de 2024, o investimento global em VCs aumentou de US$ 75,3 bilhões para US$ 94,3 bilhões, segundo dados da KPMG, impulsionado principalmente por um número quase recorde de megadeals acima de US$ 1 bilhão.

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O Brasil liderou o crescimento na América Latina, com investimentos em VC que mais do que dobraram no período na base anual, para US$ 816,8 milhões — maior nível desde o terceiro trimestre de 2022.

Por outro lado, a KPMG apontou que o volume de negócios em venture capital ficou em níveis mais baixos, com a captação de fundos em baixa, sob efeito da disponibilidade de capital não utilizado.

Goeggel disse que é exatamente por essa razão que o Sororitê Fund 1 está focado em startups no início de suas operações.

“Apesar de vermos mais cautela, é um ótimo momento para investimentos. Estamos na baixa e investindo no começo de uma startup para que ela cresça junto com a retomada da economia”, disse.

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