NG.Cash, fintech para a geração Z, capta R$ 65 mi com Monashees e Andreessen Horowitz

Recursos serão direcionados para o desenvolvimento de seus produtos, como cartão de crédito, e a contratação de novos talentos, segundo o CEO Mario Augusto Sá

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Bloomberg Línea — A fintech NG.Cash captou R$ 65 milhões em uma rodada liderada pela Monashees com a participação de Andreessen Horowitz (a16z), 17Sigma, Tekton Ventures e Generalist Capital, em “valuation maior do que o anterior”, segundo o CEO Mario Augusto Sá.

Os recursos serão direcionados principalmente para o desenvolvimento de seus produtos, como cartão de crédito, e a contratação de novos talentos.

A empresa fundada em 2021 oferece soluções financeiras para jovens, com conta corrente, criptomoedas, recargas de celular e cartão pré-pago.

Entre os produtos mais recentes está o “cofrinho digital”, uma ferramenta que permite aos usuários separar e guardar dinheiro para objetivos específicos, como viagens ou compras importantes, embora não tenha rendimento.

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A ideia principal da NG.Cash é digitalizar a mesada, como explicou Sá, em entrevista à Bloomberg Línea. A empresa diz ter mais de 2 milhões de usuários e já ter transacionado R$ 2 bilhões. Hoje a maior parte dos clientes tem entre 14 e 17 anos, segundo ele.

A fintech está desenvolvendo um cartão de crédito voltado para a geração Z, com limites e funcionalidades adaptados às suas necessidades e responsabilidades financeiras. “Vamos começar a trabalhar no crédito pós-pago”, disse Sá.

“Estamos digitalizando o fluxo que estava acontecendo com dinheiro vivo: em vez de adicionar a mesada em dinheiro físico, estamos construindo uma solução focada nessa geração. Os grandes bancos tradicionais que oferecem uma conta para jovens o fazem como uma conta acessória para complementar a cesta de produtos”, disse Sá.

Segundo o CEO, a NG.CASH “não quer ser o banco dos adolescentes mas o banco da geração Z”. “Hoje eles estão adolescentes, de 12 a 24 anos, e a gente quer amadurecer com eles”, afirma.

A startup diz ter emitido mais de 500 mil cartões físicos com bandeira Mastercard e, segundo o CEO, a startup passará a distribuir seus cartões em carteiras digitais da Apple e do Google. Antes, o cartão da fintech era de bandeira Elo.

Crescimento sustentável

A fintech tem sua remuneração com as taxas de intercâmbio do cartão, seguro PIX, spread de mercado na criptomoeda, e outras taxas. “Pequenos produtos têm margem”, disse Sá.

Por exemplo, para saque, a empresa cobra R$ 15. Para compras internacionais com o cartão, a taxa internacional é de 5% sob o valor da transação.

“O custo de aquisição do cliente é baixo e o custo de manutenção é baixo porque o cliente movimenta pouco. É possível virar uma operação saudável mesmo antes que os clientes virem maiores de idade”, disse o empreendedor, acrescentando que o objetivo é de que a fintech seja saudável durante toda a trajetória do cliente.

“Isso é possível por conta do comportamento que a gente tem hoje. E no futuro entra crédito, microcrédito, produtos que a gente já conhece de banco tradicional, em que a gente tem margens maiores mas o custo do cliente também cresce com a demanda de dar crédito. Os produtos e as linhas de receita vão evoluindo com os clientes.”

A empresa opera sob uma licença de instituição de pagamento. Sobre virar uma SCD (Sociedade de Crédito Direto) para originar, o executivo afirma que este é um movimento que está em estudo.

Não é o primeiro aporte da empresa. A NG.Cash já tinha recebido US$ 10 milhões (R$ 51 milhões) com a Andreesen Horowitz e a Monashees. A 17Sigma, do fundador da Ualá, os fundadores da Brex, a Rappi, a Movile, a Wildlife, a Norte Ventures, a Eleva e a Trybe também participaram da rodada Seed. O campeão olímpico de vôlei brasileiro Bernardinho entrou na rodada em agosto de 2022. Antes, a fintech já tinha recebido um pré-Seed de US$ 400 mil da Stone.

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